A importância da mãe no desenvolvimento da criança

O Dia das Mães será comemorado no dia 8 de maio, domingo. Muitos filhos e filhas pretendem presentear suas mães com os mais variados presentes e homenageá-las com mensagens de carinho e gratidão.

Quando pensamos na palavra “mãe”, não vem à cabeça apenas a mulher que dá a luz; pensamos naquela que cuida de seus filhos com todo amor do mundo; aquela que é carinhosa, dedicada e preocupada; a pessoa que tem o papel de educar e preparar seus filhos para o mundo que eles têm para enfrentar.

De acordo com um estudo americano, realizado pela faculdade de medicina de Washington, foi constatado que uma importante área do cérebro cresce duas vezes mais rápido em crianças cujas mães demonstraram afeto e apoio emocional, em comparação com as que eram mais distantes e frias.

De acordo com a Psicóloga Patrícia Poletti, a mãe tem um papel fundamental no desenvolvimento físico, psíquico, cognitivo, social e emocional da criança, desde antes de seu nascimento até sua vida adulta. “A mãe é o pilar que sustentará os valores e a identidade do filho, por isso, sua falta tem tanto impacto na formação da criança”, explica. A mãe é a primeira pessoa que o bebê irá se relacionar e identificar. É a mãe que irá mostrar primeiramente a esta criança como é um vínculo, o que é um afeto, o que é amor, carinho etc.”, acrescenta ela.

Inclusive, isto começa bem antes do bebê nascer. “Ter uma gravidez tranquila, sem conflitos, faz com que a mãe possa centrar-se em cuidar daquele que ainda está por vir. A mãe é a primeira pessoa que o bebê reconhece e se apega. E a mãe é a única que realmente pode cuidar deste bebê quando ele nasce. A grande maioria das mães relata que, após o nascimento, adquire um ‘instinto materno’, e isso é verdade. Ela adquire capacidades que não tinha antes para que possa atender as necessidades desta criancinha”, informa a Psicóloga.

A especialista adverte que este cuidado e este afeto devem ser feitos de maneira suficiente, nem exagerada e nem falha. “Dizemos que o afeto deve ser suficientemente bom, para que a criança cresça de maneira saudável física e emocionalmente. Se damos comida demais ou de menos, a criança pode ser obesa ou anêmica, assim como se damos afeto demais ou de menos, a criança pode crescer sem limites ou insegura”, alerta ela. A mãe, na medida que oferece um apego e cuidado suficientemente bom, seguro e contínuo, torna-se uma figura de suporte emocional a esta criança, que recorrerá a ela sempre que necessitar de cuidados, força, apoio e orientação.

Segundo a profissional, nos primeiros anos de vida, a mãe é responsável por ser uma figura de apoio, cuidado e segurança; conforme a criança irá crescendo, a mãe servirá como exemplo de mulher e valores tanto para meninos como para meninas. “Mãe e pai são exemplos para seus filhos; e, através de suas atitudes, todos os dias, a criança vai aprendendo a como ser ‘gente’. Se queremos criar filhos educados, saudáveis e felizes, temos que viver estes valores com eles todos os dias”, aconselha.

De acordo com Patrícia, a ausência da mãe, seja por morte, separação, doença, ou até mesmo a mãe que está presente e convive com a criança, mas não consegue lhe dar o afeto que ela precisa, tem forte impacto sobre o emocional da criança. “De certa forma, os outros que estarão cuidando desta criança terão que redobrar seus cuidados, não para compensar, mas para oferecer afeto e apoio, porque a ausência da mãe trará sofrimento a esta criança. A ausência do afeto da mãe gera dificuldades na criança em estabelecer afeto e relações com outras pessoas, já que ela não teve isto com sua mãe, a primeira que ensina à criança isso. A falta da mãe gera na criança um sentimento de insegurança e desconfiança do mundo, uma instabilidade emocional com impactos diretos sobre o desenvolvimento dela”, informa.

Além disso, a ausência do papel da mãe pode gerar crianças inseguras, que têm medo de tudo, com baixa autoestima e até o extremo oposto, crianças que são super independentes, mas que, no fundo, não conseguem se apegar e desenvolver afeto por ninguém. “Essa ausência, em longo prazo, pode acarretar também transtornos emocionais, como a depressão, transtornos alimentares (anorexia, bulimia), uso de álcool e drogas, etc.”, cita a psicóloga.

Por todas essas razões, é de extrema importância o papel do pai e o apoio da família para a criança que não tem convívio com a mãe. “Estes terão papel e trabalho triplicado em tentar compensar uma falta que é de tanta importância para a vida de uma criança. Assim como mães que apresentam sintomas ou histórico de depressão pós-parto, devem procurar por atendimento psicológico para que esta mãe possa exercer seu papel, sem que a depressão a atrapalhe nisto”, recomenda a profissional.

A especialista afirma que, em toda família, cada um tem seu papel definido e a importância de cada um para o desenvolvimento e cuidados de uma criança. “Falamos em papel de mãe, o de cuidar, afagar, amamentar olhando nos olhos, acordar com cada barulho que a criança faz dormindo, ensinar a delicadeza e fortaleza, mostrar sensibilidade e afetos como beijo e abraço. Não que um pai não faça tudo isso, pode fazer, mas faz do jeito que é só dele. A função de mãe é sempre associada a afeto, sensibilidade e cuidados, e a função de pai associa-se a limites e segurança, uma completando a outra e as duas ensinando a criança de maneira completa e formando um ser humano dotado de ambas estas qualidades. É que a mãe, na ausência do pai, precisa tentar também exercer seu papel e, um pai, na ausência da mãe, precisa tomar para si o papel que era dela”, finaliza Patrícia.

Patrícia Poletti Psicóloga CRP: 06/85002 Clínica Miareli - 3812.1345

Patrícia Poletti
Psicóloga
CRP: 06/85002
Clínica Miareli – 3812.1345