Aglomeração em piscinas e lugares públicos favorece a conjuntivite

A conjutivite viral é uma das doenças oculares mais comuns durante o verão
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Deve-se ficar atento para o cólirio específico de acordo com caso diagnosticado

A aglomeração em piscinas, praias e ambientes públicos favorece a transmissão de doenças contagiosas nos olhos e aumenta a transmissão da conjuntivite viral. É o que explica o oftalmologista Dr. Juarez Tavares.
Outra espécie de conjuntivite é a bacteriana, que ocorre pela proliferação de bactérias no calor e na água contaminada.
Sendo assim, é importante que se tenha cuidado ao frequentar ambientes aglomerados e priorizar a higienização das mãos e objetos. Além disso, é importante evitar a aproximação de pessoas que apresentam olhos vermelhos, com lacrimejamento abundante ou com secreção. O lavar dos olhos com frequência pode evitar a conjuntivite bacteriana.
Para o tratamento de cada conjuntivite é utilizado um tipo específico de colírio. Um dos problemas é que muitos brasileiros se automedicam; segundo pesquisa feita pelo Instituto de Ciência Tecnologia e Qualidade (ICTQ), são 72%, sendo que 40% fazem o diagnóstico pela internet.
A automedicação, em caso de colírios, pode fazer com que a bactéria se torne mais resistente. Durante esse comportamento, é comum que as pessoas usem o restante de colírios destinados a outras finalidades. Outros ainda interrompem a medicação quando os sintomas desaparecem, o que é errado, pois, a bactéria ou vírus pode continuar alojada nos olhos, mesmo sem apresentar sintomas.
Além dessas doenças, no verão, os raios solares excessivos podem ser outro agravante para doenças. Eles diminuem a umidificação dos olhos causando ressecamento, o que é agravado pela degeneração da conjuntiva, membrana que auxilia na lubrificação e proteção dos olhos, formação de opacidade do cristalino, conhecida como catarata, e a lesão das células da retina.
Olho seco evaporativo
O calor também pode ressecar a camada aquosa da lágrima e tornar o uso da lente de contato desconfortável. Nosso organismo é composto em 60% por água. Perder 1,5% disso já indica uma leve desidratação, que tem reflexos no corpo todo, inclusive, na visão. Os principais sinais são coceira, ardência, sensação de areia nos olhos, irritação, fotofobia e visão embaçada. Por isso, quem usa lente deve ter um óculos na reserva.
Proteção ultravioleta
Todas as pessoas devem proteger os olhos com óculos, boné ou chapéu durante a exposição ao sol. Isso porque a radiação UV (ultravioleta) favorece o desenvolvimento da catarata, doença que torna a visão embaçada pela degeneração das células do cristalino.
A cor das lentes não faz diferença, mas altera o conforto visual. O mais importante é que elas tenham pelo menos 90% de proteção UV para impedir que a radiação chegue ao cristalino e à retina onde o efeito cumulativo causa degeneração macular, doença que progressivamente leva à cegueira definitiva. As lentes devem ter certificado ou garantia de confiabilidade de produção.
Proteger os olhos do sol também evita o pterígio, uma membrana que cresce na superfície ocular, atrapalha a visão e só pode ser eliminada com cirurgia.
Para prevenir estas doenças, a recomendação é fugir dos óculos escuros falsificados porque as lentes não têm proteção UV. Por serem escuras fazem com que as pupilas se dilatem, permitindo maior entrada de UV nas porções anteriores dos olhos que se tornam mais vulneráveis.
Certificado de proteção
A identificação da proteção é feita nos próprios óculos. A certificação se dá através de requisitos estabelecidos pelas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Dentre as exigências mínimas, estão se a lente filtra os raios ultravioletas (UV), se a proteção dura ao menos 50 horas, avalia-se também o desempenho no espalhamento da luz, se não tiver a nitidez da visão será comprometida e, por fim, se o filtro é da cor adequada.
Revisão da norma
Os pesquisadores apresentaram, em maio de 2016, os resultados do estudo para o comitê técnico do National Institute of Standards and Technology (NIST) , o Inmetro dos Estados Unidos, que concluiu a necessidade de uma revisão dos parâmetros do teste e das normas nacionais do produto.
Segundo os pesquisadores, a exposição à radiação UV deve variar entre as latitudes mundiais, sendo que os países tropicais são expostos a índices extremamente elevados, tanto no verão como no inverno.
Dessa forma, os óculos de sol usados em países do hemisfério Sul podem ter que ser substituídos mais frequentemente dos que os utilizados no hemisfério Norte.