Dívida do Hospital chega a R$ 7 milhões, presidente pede ajuda até da população

Hospital precisa saldar dívida de 100 mil com Banco Itaú em menos de 30 dias
O Hospital Beneficente Santa Gertrudes, ativo desde 1950, continua passando por sérias dificuldades financeiras e que vieram a conhecimento da população há pouco mais de um ano. César Pacheco é o presidente da instituição há seis meses e reafirma os problemas com a dívida acumulada do Hospital e, agora, uma possível chance de amenizar a situação.
Atualmente, há dívidas em dois bancos privados, sendo eles o Itaú e também o Santander. “No Banco Itaú, temos um dívida de R$ 680 mil e que, para o ano que vem, teria o valor dobrado praticamente. Conseguimos chamar o gerente, da cidade de Americana, e negociamos, pois, estávamos temendo o bloqueio das contas do hospital, inclusive, o saldo que está ativo no Banco do Brasil”, confirmou Pacheco.
Ainda de acordo com o presidente, a dívida acumulada em R$ 680 mil teve uma negociação inicial de R$ 150 mil em três parcelas de R$ 50 mil, para 30, 60 e 90 dias respectivamente. Com este valor, o presidente ofertou R$ 75 mil para quitação da dívida e, na contraproposta, o acordo foi fechado em R$ 100 mil dentro do prazo de 30 dias.

Apelo
“Estamos pedindo apoio a todos, queríamos que a população se unisse pelo único hospital da cidade. Somos gratos por qualquer quantia, que seja um real, cinco, dez, ou cem. O problema é que temos o prazo de 30 dias de um acordo que já foi firmado há cinco; desta forma, temos 25 dias para arrecadar esse dinheiro! Desta vez, é o Pronto Socorro quem precisa de socorro!”

Forma de ajudar
“Quem tiver interesse em ajudar o HBSG pode procurar pela agência do Banco do Brasil – Agência 2012 e Conta Corrente 52003-8. Se houver dificuldades por causa das filas, basta procurar as portarias do hospital, onde todos serão recebidos de braços abertos.”
César garantiu ainda que, diante de qualquer valor doado, será emitido um documento em forma  de recibo. O Hospital não possui ainda nenhum valor inicial para tentar sanar a dívida de R$ 100 mil dentro dos próximos vinte e cinco dias.

Sócios
O hospital possui hoje 230 sócios. O sistema de associação é através de um título benemérito, onde o comprador o adquire e não possui mais ônus após a associação. “Esta não é melhor opção para o Hospital, mas, mesmo assim, pensamos em começar as novas negociações de título para tentar ajudar o HBSG”, opinou Pacheco.

A dívida
Segundo a presidência, a dívida se aproxima de R$ 7 milhões. “São recorrentes de dívidas, de empréstimos que foram realizados, dívidas com médicos, atrasos com fornecedores de materiais, todos os dias há cobranças!”.

Valor do repasse
A arrecadação do HBSG gira em  torno de R$ 600 mil mensais. “Mas precisaria de R$ 1 milhão para manter as contas por aqui. O repasse da Prefeitura é de R$ 250 mil e outro de R$ 381 mil do Estado, o que envolve o repasse do SUS. Mesmo assim, não acredito que o problema da dívida seja em relação à falta de repasses. Foram dívidas firmadas mesmo”, justificou a presidência, que ainda relata. “Outro problema é o repasse da Unimed que está atrelado à dívida do banco Santander. Existe o repasse, mas nem ‘vemos’ este dinheiro, visto que ele foi dado como garantia da dívida. Precisamos mesmo é de uma auditoria, porém, esta custa muito dinheiro!”.

Mais dívidas
“A folha de pagamento, graças a Deus, está em ordem. Mesmo assim, temos uma dívida com o sindicato de R$ 150 mil por atraso de pagamento a eles (funcionários). É até o quinto dia útil que todos devem receber,  porém,  a Prefeitura não tem uma data específica para nos enviar a subvenção. Quando tem caixa, eles repassam para nós e esse atraso nos gera multas no sindicato”. De acordo com César, já foi apresentado o problema ao Prefeito Dr. Antonio Fernandes Neto. “Foi levado pessoalmente por nós, do hospital, o informativo do sindicato onde se explica que pagamos multas por atraso dos salários.”

Apagão recente e mais prejuízos
Com o ‘apagão’ de aproximadamente quinze minutos que aconteceu no fim da tarde de domingo (16), o equipamento de ‘Raio X’ do Hospital danificou e estima-se um gasto de manutenção imprevisto entre R$ 2 mil e 4 mil reais.

Consequências
Houve a perda de credibilidade com fornecedores. “Houve quem não quisesse vender mais para o HBSG nem de forma à vista. Com outros,  precisamos fazer acordo para eles votarem a vender para nós com crédito de alguns dias para ganharmos algum fôlego”,  relatou Pacheco.

Maternidade
Há mais de dois meses, por problemas estruturais, a maternidade foi fechada após visita da Vigilância Sanitária. Entre os problemas constatados, estavam pisos soltos, paredes trincadas e com rachaduras, mofo, umidade, azulejos com frisos e que não são mais permitidos, divisórias de madeira, fios desencapados e pinturas danificadas.
Contudo, a presidência afirma ter soluções para ao menos este problema. “Encontramos um empresário da cidade que se prontificou em reformar toda nossa maternidade, porém, prefere não ser identificado. Essas reformas devem ficar prontas até o fim do ano”.
Outra ajuda fundamental foi do Arquiteto cosmopolense Marcos Baron. “O Arquiteto da cidade, Marcos Baron,  fez a doação de dois importantíssimos trabalhos, dois projetos para reformular completamente a maternidade!”.

O HBSG realizava uma média de 32 partos por mês.

Medidas
“Precisamos de empresários que assumam um quarto, ou uma ala, como forma de  patrocínio e ajuda, assim batizaremos o espaço com o nome da pessoa”.

Pronto Socorro
Neste mês, o PS atendeu 3.982 pessoas. “Pacientes de Cosmópolis, Artur Nogueira, Holambra, Engenheiro Coelho e Conchal também vêm para cá na hora da emergência.”

As medidas
As medidas que a presidência toma no momento é a renegociação de dívidas, busca de parceiros para reforma das alas do hospital e, com maior urgência, a campanha para a população ajudar a quitar a alta dívida com o Banco Itaú. “Outra esperança nossa é o novo prefeito. José Pivatto declarou nas redes sociais e em seu palanque ajuda ao nosso Hospital”, alegou Pacheco.

Eventos Beneficentes
Toda a equipe da presidência é voluntária e, segundo eles, além do sério compromisso, um dos maiores desafios é a criatividade para a arrecadação. “Eventos beneficentes já foram realizados com intuito de arrecadar. Já aconteceram chá, almoço e afins. Inicialmente, seriam investidos em leite e carne para os pacientes, mas, após publicação que precisávamos muito desses alimentos, chegaram muitas doações de pessoas solidárias e decidimos destinar o dinheiro para compra de remédios, consertos de aparelhos, materiais de limpeza e outras necessidades”.

Impasse
“Existem momentos que não podemos fazer três orçamentos, a vida não espera! Às vezes, precisam comprar um oxigênio que só um fornecedor vende, uma peça que só um possui… As contas acabam saindo caras, mas não há tempo para muitas pesquisas quando se trata da vida das pessoas”, desabafou.

Nova administração
Há seis meses, junto da presidência de César Pacheco, Dra. Marlene é quem estava à frente da administração do HBSG. Contudo, houve mudanças e a atual nomeada para  o cargo é Luzia de Cássia Julio.

Altos custos
Toda semana, se gasta em torno de seis até oito mil reais, dependendo do número de atendimentos do Pronto Socorro, somente em medicamentos.

Esclarecimento
“Pedimos que, quem tiver dúvidas ou críticas, nos procure para conversar, queremos esclarecer a situação. Aos que querem saber a real situação pessoalmente, basta nos contatar, iremos explicar o difícil momento do HBSG e a necessidade que estamos em saldar essa dívida de R$ 100 mil em aproximadamente 20 dias”.

CEDIM
O CEDIM é o Centro de Imagem do Hospital Beneficente Santa Gertrudes e uma importante fonte de renda e ajuda financeira para a instituição. “Estávamos com problemas de falta de médico, mas já aviso previamente, muito em breve, este problema será resolvido”, finalizou o presidente César Pacheco.