Homens vão menos ao médico que as mulheres e não cuidam tanto da saúde

Os homens costumam ir bem menos ao médico do que as mulheres, de acordo com informações do Ministério da Saúde. As mulheres têm uma proteção natural fornecida pelos hormônios femininos, como o estrogênio, mas, mesmo assim, elas têm maior cuidado com a saúde.

Dr. Maurício Aparecido  Gonçalves  CRM 42.947 Clínica e cirurgia geral Rua Max Hegert, 950

Dr. Maurício Aparecido
Gonçalves
CRM 42.947
Clínica e cirurgia geral
Rua Max Hegert, 950

O clínico geral Dr. Maurício Aparecido Gonçalves explica que os homens evitam ir ao médico por uma série de fatores pessoais e culturais. “Os homens evitam ir ao médico, talvez, por medo de descobrir uma doença grave e também porque são mais otimistas em relação à própria saúde. Eles têm uma sensação de invulnerabilidade e têm medo de descobrirem uma doença, porque isso o fragiliza perante a sociedade. Eles têm medo da dor, do desconforto que os estudos médicos propiciam aos pacientes, por isso, eles evitam vir procurar médicos periodicamente.”

Além dos homens se cuidarem menos e irem menos ao médico, eles também vivem menos que as mulheres; em média, sete anos e meio. Eles também têm mais doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol e pressão arterial alta.

O número de homens que procuram um médico para fazer uma consulta preventiva é 30% menor que o de mulheres. Em conseqüência disto, 60% dos pacientes chegam ao serviço com doença avançada, quase sempre porque não fizeram prevenção alguma. “Os homens costumam ter hábitos relacionados à saúde piores que os das mulheres. O número de homens com excesso de peso é maior do que o de mulheres. Existem mais homens fumantes do que mulheres e eles gostam mais de comer carnes e outros alimentos com muita gordura do que elas. Além disso, mais homens não seguem a recomendação de consumir cinco porções diárias de frutas e hortaliças”, explica o Dr. Maurício.

O Dr. Maurício explica quais são os dois principais exames que os homens devem realizar. “Os dois principais exames são o de próstata e o testicular. O exame para investigação da próstata é o toque retal e a medida sangüínea do PSA (antígeno específico da próstata). Entretanto, apesar da importância dos exames preventivos, o pensamento atual de alguns segmentos está mudando porque alguns tipos de câncer podem ser apenas acompanhados, sem a necessidade de intervenções, até para garantir melhor qualidade de vida.”

A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda rastreio do PSA e toque anualmente em homens acima de 50 anos. Caso haja casos de câncer de próstata na família ou em homens negros, o PSA deve ser medido a partir dos 45. “O exame testicular, também importantíssimo, já que este câncer é mais comum entre 15 e 35 anos e geralmente tem cura, principalmente, se for detectado logo”, orienta o clínico.

Segundo o Dr. Maurício, é importante que o paciente saiba a diferença entre exames preventivos e check-up. Os exames preventivos são específicos para determinadas doenças como, por exemplo, os preventivos de câncer (como o de próstata) ou o preventivo cardiológico, que abrange somente os exames ligados à saúde do coração. Já o check-up é um conjunto de ações mais abrangentes, multidisciplinares, que envolvem o diagnóstico, orientação e também a prevenção de doenças. Abrange os ditos preventivos, sendo uma avaliação mais completa de saúde.

Fatores como sedentarismo, obesidade e fumo podem contribuir negativamente na vida do homem, por isso, o cuidado diário com a saúde e os hábitos de vida auxiliam muito, mas, não dispensam o acompanhamento e visitas regulares ao médico. “Acredito que quanto mais precoce iniciarmos exames nesses casos, melhor, pois, o sedentarismo e a alimentação inadequada, assim como o tabagismo, são fatores que agridem o nosso corpo, acelerando o envelhecimento precoce, assim como o aparecimento de doenças”, orienta o especialista.

Segundo o Dr. Maurício, a saúde do homem não se cuida apenas com médicos. “Políticas públicas que contribuam para amenizar as taxas de acidentes de trabalho, de trânsito e homicídios, as chamadas causas externas, são importantes, porque essas são as principais causas de morte precoce de tantos homens, justamente na faixa etária (abaixo dos 40 anos) que eles estão contribuindo ativamente para sua família e para o país”, alerta.