Nova presidência fala sobre os desafios do abrigo Arco-Íris

As crianças que são vítimas de maus tratos ou que apresentam situação de risco, retiradas da família pelo Fórum ou Conselho Tutelar de Cosmópolis são encaminhadas para o Projeto Arco-Íris. Este é um abrigo que trabalha 24 horas por dia na cidade e trata-se de uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos, regularizada junto ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente do município.
Na última semana, Silvia Coelho e Sílvia Batista de Barros se despediram da presidência após oito anos à frente do trabalho. Na segunda-feira, a nova equipe, que tem Édila Ferreira Gripp Figueiredo como presidente, e Renata Ferreira da Cunha como Vice, assumiu os desafios da instituição. Ainda como parte da equipe estão Claudia Marinho da Silva e Sabrina Cristina Justino, como secretárias; Rosangela Aparecida de Sousa da Silva e Helena Miguel Figueiredo como tesoureiras; e no Conselho Consultivo Claudio Justino, Reni Ferreira da Cunha, Ana Karla Siqueira, Adelayne Lacerda Pompeu, Lucinéia Dourado e Gelson Luiz D’Aolio.
A nova diretoria trabalhará por dois anos, o que pode ser renovado por mais dois, como aconteceu com a atual administração da instituição.

Os desafios
Édila Ferreira Gripp é quem está à frente do trabalho como presidente, mas relata que todo o trabalho foi abraçado por toda a equipe que acaba de assumir. “Todos estão muito envolvidos e empenhados, apesar de as dificuldades financeiras serem muitas, temos boas expectativas em relação ao excelente trabalho que será feito por essas crianças.”
Assim como a antiga liderança, Édila conta que, realmente, as subvenções escassas são o maior empecilho para o andamento do trabalho.“Assim como já foi mencionado anteriormente, as subvenções que vêm do município, do estado e do Governo Federal são muito limitadas em relação a quantidade de gastos que temos por aqui. O valor do aluguel é alto, por se tratar de uma entidade 24 horas, pois este é o lar provisório das crianças. Também há demanda de funcionários e de produtos de necessidades básicas. Para se ter uma ideia, até o combustível do carro que leva estas crianças para escola, para o médico e outros locais esporadicamente é algo muito regulado”.

Solidariedade
“Realmente, a população cosmopolense é muito solidária e muito do que pedimos em doações materiais, temos de sobra. A sala de brinquedos dessas crianças é lotada, com brinquedos bons. Alimentos também suprem muito bem as necessidades. Contudo, o dinheiro em espécie, que tanto precisamos, tanto para abastecer, quanto para deixar os encargos e despesas que o abrigo possui em dia, ainda é abaixo do que precisamos. Nos resta arregaçar as mangas e, claro, continuar contando com a ajuda dos que podem”.
Em oportunidade recente, Silvia relata sobre as despesas do trabalho, que é voluntário para o Projeto. “Recebemos 5 mil reais do Governo Federal, contudo, este valor vem sempre muito atrasado. Dez mil da subvenção municipal, que começa a cair somente a partir do mês de abril, e até lá precisamos ‘nos virar’, e mais R$ 2.550,00 do governo estadual. Ou seja, são R$ 17.550,00 e algumas não vêm ou chegam muito atrasadas. Ficamos de mãos atadas”, desabafou Sílvia.

A recompensa
“Apesar de termos ciência de que o trabalho é árduo, sabemos que o carinho dessas crianças e a oportunidade de vê-las bem serão nosso prêmio. Apenas o olhar delas e já sentimos a boa recepção e o carinho que é um grande salário”, finalizou a vice-presidente Renata Ferreira da Cunha.