Número de mortos cai 4,4% no primeiro semestre nas rodovias sob concessão

As rodovias paulistas estão mais seguras. Entre 2010 e 2015, o índice de mortos da malha rodoviária sob concessão caiu para menos da metade – a redução foi de 51,7% nas rodovias da primeira etapa do Programa de Concessões Rodoviárias do Governo do Estado de São Paulo. Considerando toda a malha atualmente sob concessão – 6.972 quilômetros de rodovias, a queda apenas no primeiro semestre desse ano foi de 4,4% em relação ao mesmo período de 2015 – passando de 429 vítimas fatais para 410. As ações da ARTESP em conjunto com as 20 concessionárias de rodovias paulistas que resultaram diretamente em vidas poupadas foram apresentadas hoje dentro da programação do Fórum “Melhores Práticas” do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito. O evento ocorreu no Palácio dos Bandeirantes com abertura feita pelo Governador Geraldo Alckmin que lançou o vídeo da campanha “Estatística” de segurança rodoviária.

A expressiva melhoria das condições de segurança das rodovias paulistas revela que as diretrizes traçadas e as metas estratégicas para as 20 concessionárias de rodovias estaduais paulistas são eficazes. “Passamos a investir mais em ações para reduzir a gravidade dos acidentes, adotando como diretriz o conceito da rodovia que perdoa”, explica o gerente de segurança e sinalização da ARTESP, Carlos Campos. A constante busca por ações que não só reduzem o número dos acidentes, mas também a gravidade das colisões, tem diminuído o número de mortos e de feridos na malha estadual paulista sob concessão. Em 2016, além da redução das vítimas fatais também foi observada a melhoria de 3,6% no número de vítimas feridas – passando de 8.693 no primeiro semestre de 2015 para 8.383 no mesmo período de 2016. No comparativo entre os anos de 2015 e 2014 a redução foi de 24,3% no número de mortos (de 1.107 para 838) e de 11,17% na quantidade de feridos (de 19.547 para 17.363).

Rodovia que Perdoa. Na busca pela redução da gravidade dos acidentes, a área de segurança da ARTESP tem olhado as rodovias com uma lupa para identificar, por exemplo, elementos que estejam em situação com potencial para agravar um acidente, como árvores e postes. “As grandes obras como duplicações e marginais foram feitas, mas observamos que os acidentes acontecem mesmo nas melhores rodovias porque em 95% dos casos há falha do motorista. Então, além de adotar medidas para que os acidentes não aconteçam, passamos a focar também na redução de feridos, uma vez que os acidentes são imprevisíveis e ocorrem mesmo quando a via está em excelentes condições”, explica Carlos Campos.

No caso exemplificado, a redução de obstáculos pode ser feita tanto com a implantação de elementos de proteção, como defensas metálicas à frente de postes ou pontos de ônibus, quanto com a remoção do obstáculo a fim de eliminar um eventual impacto do veículo que aumentaria a gravidade do acidente. Desde 2007, já foram implantados quase dois milhões de metros de defensas metálicas (1.920.935 metros). A ARTESP vem orientando as concessionárias em ações de infraestrutura viária, operação e apoio a fiscalização – medidas que devem ocorrer tanto antes quanto após os acidentes. Além disso, a atuação junto ao fator humano é constante com campanhas que ocorrem tanto dentro das rodovias quanto fora, em escolas e empresas.

Entre os investimentos que são feitos diretamente na malha, o Programa de Concessões Rodoviárias já viabilizou, por exemplo, 1.022 quilômetros de duplicações, 595 de faixas adicionais, 257 de vias marginais além de 192 novas passarelas e 2.380 quilômetros de acostamento. Constantemente, são identificados trechos onde há necessidade de implantação de proteções de obstáculos e taludes, barreiras e atenuadores de impacto. Já na área de operação, o atendimento pós acidente é de extrema importância, sendo um dos aspectos que vai ao encontro do conceito de rodovia que perdoa. As ambulâncias de resgate e UTI chegam ao local do acidente em até 10 minutos. Somente em 2015 foram realizados 66.903 atendimentos médicos na malha estadual concedida, o que equivale a 183 casos por dia, em média.

Além desses investimentos contratuais em operação e em obras que já somam R$ 79,6 bilhões desde o início do Programa, as concessionárias também são orientadas a realizar constantemente campanhas e ações educativas de segurança viária. Assim, as concessionárias mantêm atividades cujo foco é a mudança de hábito tanto do usuário como da população que mora às margens das rodovias, principalmente nos trechos urbanos. São feitas ações para os caminhoneiros que envolvem a realização de exames médicos e orientação em postos de serviços; ações para incentivar o uso de passarela pelos pedestres; o uso do cinto de segurança; campanhas para não utilização de celular ao volante; sobre o não consumo de álcool antes de dirigir e sobre os limites de velocidade.

Programa de Redução de Acidente. Desde 2000, a ARTESP desenvolve anualmente junto as concessionárias e a Polícia Militar Rodoviária o Programa de Redução de Acidentes (PRA). Nos 12 primeiros anos, o PRA reduziu em quase 50% o índice de mortes nas rodovias concedidas da 1ª etapa do Programa de Concessões, chegando antecipadamente bem próximo da meta que havia sido traçada para 2020. Com isso, a ARTESP traçou uma nova meta para as concessionárias: reduzir até 2020 pela metade o número bruto de mortos registrado em 2010 – acompanhando, assim, a meta da Organização das Nações Unidas (ONU) criada para a Década de Ação para o Trânsito Seguro (2011-2020). Além disso, a ARTESP também estabeleceu a diminuição do número de feridos em 20% como um dos focos do programa.

Cinto de Segurança. Desde janeiro de 2015, a ARTESP intensificou as campanhas que reforçam a importância do uso do cinto de segurança, principalmente no banco traseiro. Pesquisa da Agência apontou que menos da metade dos passageiros do banco de trás (apenas 46%) utilizavam o cinto de segurança nas rodovias. A Agência realizou campanhas com foco na conscientização dos motoristas e passageiros, além de ações em mais de 50 cidades com um Simulador de Impacto que simula uma batida de carro a 5 km/h com a finalidade de estimular o uso do cinto de segurança. Após as campanhas, em agosto de 2015, o índice de uso do cinto de segurança no banco traseiro aumentou para 62% dos passageiros.

Campanha. No fim de 2015 também foi feita a campanha “Vida. Dê preferência”, em parceria com o Detran e o Governo do Estado, na qual foram veiculados filmes com duração entre 30 segundos e dois minutos com depoimentos de familiares de vítimas de acidente. Os vídeos das campanhas – também exibidos nos canais de TV aberta – tiveram mais de 640 mil visualizações no YouTube. Na manhã de hoje foi apresentado o vídeo “Estatística”, que integra a nova campanha que irá ao ar nos próximos dias. A ARTESP entende que as mensagens de conscientização no trânsito devem ser reforçadas constantemente.