Queda do dólar facilita viagens ao exterior

A queda do preço do dólar, de seis meses para cá, fez com que muitos brasileiros retomassem o sonho de viajar para o exterior. Segundo dados da agência de viagens Fontana Turismo, em dezembro de 2015, o dólar comercial chegou a R$ 4,10; em seguida, janeiro deste ano apresentou o pico na alta, de R$ 4,32. Após esse registro, o dólar começou a ter queda de valor.

De acordo com o Turismólogo e Agente de Turismo Rogério Bardou Fontana, de fevereiro a agosto deste ano, o dólar caiu mais ou menos 25%. “Essa queda não tem uma explicação definida. Nem mesmo quando entramos em contato com uma casa de câmbio para pedir orientações eles souberam dizer ao certo o motivo da queda do dólar”, ressalta. Porém, ele indica que o motivo pode estar relacionado à oscilação do mercado financeiro. “De repente, há queda de alguma bolsa de uma empresa coreana, e o investimento em ações é interrompido e começa o investimento em dólar – que é quando ele sobe. Ou, pode acontecer o contrário: as ações começam a valer mais a pena, daí tem mais investimento nas ações e pouco no dólar – fazendo com que o dólar diminua”, explica ele.

Rogério afirma que, no Brasil, o investidor passa a investir menos em ação do que em dólar quando o mercado acionário fica desestabilizado, está mais em risco. A especulação faz o preço do dólar subir. “Com o escândalo da Lava-Jato e o impeachment da presidente, os acionistas da principal empresa do Brasil, a Petrobras, pararam de investir tanto em ações, e é por essa razão que pode ter aumentado bastante o valor do dólar no período que vai do fim de 2015 ao começo deste ano. A queda dos últimos meses pode ser reflexo do cenário mais calmo, sem tantos escândalos, que gerou mais confiança no mercado acionário, desvalorizando o dólar”, detalha o especialista.

O Turismólogo informa que ainda não sentiu um aumento muito significativo na procura por pacotes internacionais. “O que aconteceu foi que o preço das viagens não alterou muito… Na época da alta do dólar, para vender mais, as agências fizeram pacotes promocionais. Agora, voltou ao normal e a mudança dos valores não foi muito significativa”, esclarece ele.

Mesmo assim, há boas expectativas de que as viagens internacionais aumentem com a queda do dólar. “O pessoal gosta de viajar mais para fazer compra. Mesmo que as viagens estivessem com boas promoções, o dólar alto deixava o brasileiro assustado para as compras. Hoje, então, pode ser que valha a pena aproveitar a queda do dólar para se manter no país, fazer compras, adquirir passagens aéreas…”, cita o profissional.

Rogério Bardou Fontana é Turismólogo e proprietário da Fontana Turismo

Rogério Bardou Fontana é Turismólogo e proprietário da Fontana Turismo

Rogério observa que está percebendo que o brasileiro está esperando um pouco para ver se o dólar vai manter-se baixo para poder planejar suas viagens. “Os clientes estão inseguros não só com o dólar, mas também com a crise financeira do país. Eles preferem esperar para investir e verificar como vai estar o cenário econômico”, explica ele.

O especialista ressalta que ainda são muitas as procuras por viagens internacionais na América do Sul, para destinos como Argentina, Uruguai, que são destinos mais baratos e que não demandam muito tempo para aproveitar os pontos turísticos. “Depois vem a procura pelo Caribe, Punta Cana, na América Central; e, não menos importante, interesse em viajar para os Estados Unidos, que sempre tem procura. Já destinos na Europa são menos procurados, principalmente, por conta de o euro ser ainda mais caro que o dólar”, informa.

Outro detalhe importante que o Turismólogo aponta é que as pessoas preferem marcar viagens internacionais para fora de temporada, justamente para economizar, porque os preços dos pacotes e das passagens aéreas ficam bem mais baixos. “Porém, algumas pessoas têm apenas as férias de janeiro, julho e dezembro para viajar, tanto por causa da profissão, como das férias escolares dos filhos. Esse também é um fator decisivo na hora de marcar uma viagem mais longa”, finaliza o especialista.