Retirada das amídalas: saiba quando é realmente necessária

As amídalas são feitas de tecido linfóide, que é um tecido responsável por ajudar o organismo a produzir anticorpos e células de defesa. Por esse motivo, ficam na boca, que é uma porta de entrada importante para micro-organismos.
Elas têm maior importância até a adolescência, período da vida em que as pessoas estão entrando em contato com maior número de germes. Por essa razão, costumam aumentar seu tamanho até os cinco anos de vida, regredindo depois dessa idade.
A otorrinolaringologista Dra. Inayá Porfirio Camponez do Brasil explica que o tamanho das amídalas nos adultos pode ser variado. “O tamanho das amídalas é variável, vai depender do número de infecções que a pessoa teve e também do contato com micro-organismos.”
Muitas pessoas pensam que toda dor de garganta é amidalite, mas, apesar da amidalite ser a mais comum, há outras, por exemplo, a faringite. A faringite é a inflamação da mucosa do fundo da garganta. A amidalite é fácil de identificar, pois, causa uma dor mais acentuada ao engolir e, pelos exames, geralmente, nota-se uma secreção sobre as amídalas.
Durante as décadas de 1970 e 1980, era comum que uma simples dor de garganta resultasse em cirurgia. Hoje, porém, os médicos não recorrem a esse tipo de procedimento sem que haja necessidade. “Para a retirada das amídalas, temos indicações absolutas e relativas da adenotonsilectomia (cirurgia para a retirada de amídalas e adenóides). Indicações absolutas acontecem em caso de presença de tumores com aumento unilateral de amídala, em casos de hipertrofia ou aumento exagerado das amídalas, causando obstrução respiratória e dificuldade na deglutição. Já as indicações relativas ocorrem quando há cinco ou mais amidalites ao ano ou quatro amidalites por ano em dois anos consecutivos; abcesso periamigdaliano, em casos de apneia obstrutiva do sono, aumento de amídalas e adenóides com otites de repetição e convulsões febris devido às infecções”, explica a especialista.
Temos as amídalas palatinas, que são as mais visíveis; a amídala faríngea ou adenóide; as amídalas linguais; e todo o tecido linfóide, constituindo um sistema de defesa denominado Anel linfático de Waldeyer. “As retiradas de amídalas palatinas e adenóides não vão interferir no sistema imunológico de pessoas normais e acima de dois anos e meio. São contra-indiciadas em casos de imunodeficiência, distúrbios de coagulação sangüínea, fendas palatinas, alterações de úvula (úvula bífida) e em alergia”, orienta Dra. Inaya.
A cirurgia é mais comum após os dois anos e meio de idade e pode ser necessária tanto em pessoas do sexo masculino, quanto feminino.
A Dra. Inayá explica que todas as cirurgias têm indicações e contra-indicações. “Cada caso deve ser analisado antes do procedimento. A cirurgia traz grandes benefícios para pacientes que sofrem com infecções repetidas, principalmente, crianças que deixam de ganhar peso, têm comprometimento respiratório e inflamações de ouvido”, finaliza a especialista.

 

Dra. Inayá Porfirio  Camponez do Brasil  Otorrinolaringologista CRM 55595

Dra. Inayá Porfirio
Camponez do Brasil
Otorrinolaringologista
CRM 55595