Uma pesquisa realizada pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (ANEFAC) aponta que 74% dos brasileiros devem usar o 13º com dívidas neste ano de 2015. A pesquisa reuniu 1.037 consumidores de todas as classes sociais. Em relação ao ano passado, esse número de pessoas que usarão o dinheiro para quitar pendências financeiras subiu 8,82%.
Apesar do real alívio que esse dinheiro extra traz para o consumidor, é preciso ter planejamento. Essa também é uma hora de rever, analisar e realizar um diagnóstico de sua situação financeira para que não acabe sem dinheiro e ainda restarem as contas.
José Honorato Fozzati, economista há 45 anos, acredita que não é um erro quitar as dívidas nessa época do ano, porém, que o consumidor deve se atentar em por tudo na ponta do lápis e uma dica muito importante é tentar renegociar. “Eu acredito que se a pessoa estiver com dívidas, o melhor é tentar pagar. Se o trabalhador recebeu o dinheiro extra e agora pode quitar as contas, essa é a melhor solução para evitar que as mesmas se tornem uma bola de neve com tantos juros que são aplicados nas contas a prazo e em parcelas financiadas. Uma dica muito importante é tentar conseguir desconto. Com certeza, tentar renegociar e tentar conseguir algum desconto na hora de liquidar as dívidas é muito importante para o consumidor”, aconselha o economista.
Ainda sobre parcelas a prazo, José Honorato relata: “O ideal é procurar essas empresas que fazem parcelamentos extensos, onde o consumidor pode conseguir pagar a compra de maneira mais fácil, para renegociar dívidas se for o caso. Parcelar todo mundo pode, vemos na televisão que muitas empresas fazem parcelamentos a longo prazo, porém, é preciso lembrar que os juros estão lá e que possíveis atrasos podem ‘enrolar’ o consumidor. As pessoas podem conseguir descontos se procurarem por acordos. É uma maneira de regularizar, sabemos que a dívida pesa na cabeça das pessoas…”
Acredita-se que o aumento no número de pessoas precisando renegociar as dívidas se deva a situação econômica de crise no país e as consequentes altas nas taxas de desemprego. Mesmo as pessoas que conseguiram controlar as finanças durante o ano, muitas respiram aliviadas neste fim de ano com o 13º salário, que tem sua primeira parcela vencida já no mês de novembro para os trabalhadores.
Para as pessoas que estão economicamente ‘confortáveis’ com a vida financeira, o economista recomenda que a cautela seja tomada mesmo assim, pois o mês de janeiro sempre chega com contas extras como IPTU, IPVA, materiais escolares entre outros gastos que comumente são realizados para as festas de fim de ano no mês de dezembro. “Para quem está com as contas em dia, até pode gastar um pouco neste fim de ano com os presentes de natal, mesmo assim, o ideal é reservar a outra metade e poupar para o início do ano que vem para as contas mais pesadas, como IPTU, IPVA, materiais escolares. Sempre é preciso ter planejamento. Você deve ser empreendedor com suas contas pessoais, pensar como uma empresa e ter a consciência que você não pode gastar mais do que você ganha”, finaliza o economistas José Honorato Fozzati.