3ª Companhia da Polícia Militar completa um ano de instalação em Cosmópolis

No sábado (29), foi comemorado um ano de instalação da sede da 3ª Companhia da Polícia Militar em Cosmópolis.

Com a mudança da sede administrativa e da organização operacional da Polícia Militar, a 3ª Cia passou a comandar apenas os municípios de Cosmópolis, Artur Nogueira e Engenheiro Coelho. Antes, com a sede em Americana, parte do Bairro Zanaga, também fazia parte da Companhia.

Desde a mudança, quem está no comando da Companhia é o Cap. PM. Alexandre Hoio. O Cap. Hoio ingressou na carreira militar em 1999, como soldado. Em 2004, se formou como oficial. Além disso, o capitão é bacharel em Direito e pós-graduado na área jurídica.

Em entrevista, Capitão Hoio falou sobre a Companhia e também sobre o trabalho da Polícia Militar em Cosmópolis

Cap. Alexandre Hoio, comandante da companhia, fala sobre o trabalho e desafios dos Policiais Militares

GAZETA de COSMÓPOLIS: O que mudou nesse primeiro ano de instalação da Companhia em Cosmópolis?

Capitão Alexandre Hoio: O que a cidade, não só Cosmópolis, como Artur Nogueira e Engenheiro Coelho, ganharam é que a atenção do comando da Companhia, do planejamento, tudo foi voltado para as três cidades. Deixou de dividir esse espaço com Americana. Por conta disso, é óbvio, como eu assumi a Companhia com essa mudança, acabamos colocando algumas ideias nossas e isso faz com que mude a cara da companhia. É natural isso.

Eu acho que, depois disso, os índices (de criminalidades) estão bem controlados. Tanto nas três cidades, podemos ver reduções nos índices criminais e até na sensação de segurança, a população falando. E nós vamos dar continuidade ao trabalho até atingirmos o que consideramos como excelência.

GAZETA: Quais projetos já puderam ser implantados durante esse primeiro ano? Qual a evolução no trabalho da Companhia?

Capitão Hoio: Quando a Companhia veio para cá, nós tivemos que replanejar toda a Companhia. Tanto a parte administrativa como a parte operacional. É óbvio que a prioridade sempre foi a parte operacional, mas, a parte administrativa acaba influenciando. Quando eu centralizei a administração das cidades aqui em Cosmópolis, automaticamente, eu consegui liberar um efetivo maior para poder estar atuando nas ruas. E, por conta disso, conseguimos fazer um trabalho um pouco mais dinâmico. Não temos um policiamento estático, que é sempre aquela rotina.

A população pode observar várias operações com dias alternados e com um maior número de policiais na rua. Atrelado a isso, tem o trabalho de convencimento da população em se alinhar ao trabalho da Polícia Militar no resgate dos valores, é algo que batemos muito em cima.

Eu acho que, na situação em que vive hoje, não só estado de São Paulo, mas o mundo em geral, tem que ser retomado o respeito às autoridades. Eu acho que, hoje, vivemos uma crise de autoridade. Seja na escola, no próprio berço familiar, por conta dos pais ou em relação ao poder público, no caso, representado pela polícia.

Então, com essa filosofia de trabalho, os policiais conseguiram assimilar que nós trabalhamos para as pessoas de bem. Eu acho que trabalhamos para a pessoa de bem, vamos ajudar na medida do possível e do impossível. E o ladrão, o infrator da lei, ele é exceção, eu não trabalho para ele. Então, ele vai ser tratado com o rigor da lei. O que precisar fazer, para que se retome uma situação de tranquilidade e segurança, com esse cara (criminoso), nós vamos fazer. Dentro de uma legalidade, óbvio, mas vai ser feito.

GAZETA: Como está sendo o combate ao tráfico de drogas no município?

Capitão Hoio: Quando você fala de tráfico de drogas, de uso de entorpecentes, envolvemos outros fatores, não só policiais, mas outros fatores sociais. Não é ‘privilégio’ de Cosmópolis, isso é geral. Então, vemos que o consumo vem aumentando, a quantidade de tráfico, hoje em dia, é muito grande.

É óbvio que, quando você faz um trabalho policial voltado para o combate disso, automaticamente, você expõe mais esse problema porque começam a ter mais ocorrências desse tipo. Então, é difícil falarmos que aumentou o número de tráfico de drogas. Ou será que aumentou o trabalho da polícia e que está aparecendo mais esse tipo de crime?

Por isso, acho que é complicado tentarmos analisar como critério absoluto. Eu acho que é preciso fazer um estudo mais genérico da coisa. E, mesmo assim, nós não vamos chegar a um resultado, num censo comum.

GAZETA: A Polícia Militar tem algum trabalho de combate ao crime em alguns pontos específicos da cidade?

Capitão Hoio: Quando nós chegamos aqui, a primeira iniciativa tomada foi fazer um reestudo de toda a cidade, para ver onde estavam tendo os nossos maiores índices, principalmente, de roubo. Porque eu penso assim: de todos os crimes que temos, o roubo é o que causa maior impacto na vítima. Além da vítima perder o bem, tem aquele trauma da vítima ter uma arma apontada para ela, que gera aquela sensação de insegurança maior.

Nosso primeiro trabalho foi voltado para a diminuição dos crimes de roubo. E nós tivemos esse resultado.

Eu lembro que, quando cheguei aqui, um dos bairros mais problemáticos nesse sentido era o Parque Ester, dentro do que tínhamos de registro estatístico. E aí foi feito um trabalho maciço lá. Um trabalho de monitoramento, de horário, de saturação naquele bairro. Hoje, o Parque Ester não é mais o ponto principal onde acontecem os roubos. Hoje, temos uma situação de roubo bem espalhada.

O que vemos, hoje, de roubo, com algumas exceções, são coisas pequenas, como celular de transeunte em que o bandido aborda a vítima, muitas vezes, fingindo que está armado.

GAZETA: Qual o cuidado que a população tem que ter para evitar esse tipo de ocorrência, seja um roubo à residência ou de um aparelho celular?

Capitão Hoio: Eu acho que, hoje, até por conta da tecnologia, vemos os jovens muito tempo no celular. Então, o celular é uma das ‘rés furtivas’ preferida dos infratores. É preciso ter atenção. Tem que se mostrar atento o tempo todo porque, penso eu, que a cabeça do infrator trabalha de uma forma coerente na prática do crime. Exemplo: eu tenho dois caras, um que está atento e o outro que está desatento. Em qual eu vou? Eu vou no desatento porque é mais fácil.

A atenção é tudo.

Qual a recomendação, quando estiver transitando a pé? Evite ficar mexendo no celular. Ao chegar na residência, dê uma volta no quarteirão para ver se não tem ninguém. Tendo alguém suspeito, verifique uma movimentação diferente na frente da casa, chame a viatura. Ligue 190 e fale que tem alguém suspeito na frente da casa e vamos mandar a viatura para analisar a situação, para o cidadão entrar com segurança na sua casa.

Eu acho que tudo isso faz parte de um conjunto de ações que você pode minimizar.

Quanto ao furto à residência, se você for viajar, é interessante você conversar com um vizinho de confiança, pedir para ele, de vez em quando, ir lá, dar uma olhada. Existe um projeto na Polícia Militar, em algumas cidades, que é chamado de vizinhança solidária. Então, quando eu for viajar, eu sempre tenho alguém responsável pela minha casa, que são os meus vizinhos da direita e da esquerda.

GAZETA: Qual o efetivo de policiais na 3ª Companhia? Existe algum projeto de aumento desse efetivo?

Capitão Hoio: Hoje, nós temos um efetivo total de noventa e nove policiais, entre administrativos e operacionais.

Não existe um projeto para o aumento desse efetivo. Por que? Quando falamos de efetivo, existe um estudo da Secretaria de Segurança, que fala sobre a relação de habitantes e o número de policiais.

Então, um estudo técnico diz a quantidade ideal de policiais em relação a quantidade de habitantes.

A 3ª Companhia, hoje, está com o efetivo completo, graças ao Comandante do Batalhão, Cel. Luchiari e ao Sub-Comandante, Cel. Takiuchi. Eles entendem que, como eu estou mais afastado do Batalhão, eu preciso ter o efetivo completo. Sempre que há movimentação, ele prioriza o efetivo da 3ª Cia.

GAZETA: Qual o número de viaturas?

Capitão Hoio: Então, o número de viaturas varia muito. Não dá para falarmos um número fixo, por uma questão estratégica. Mas, o que temos de viaturas, hoje, eu creio que é suficiente para o nosso efetivo.

GAZETA: Hoje, todas as viaturas estão com uma comunicação digital através dos rádios. Como isso funciona?

Capitão Hoio: Por conta de uma geografia, a nossa região tinha algumas áreas de sombra, existia uma dificuldade no uso da comunicação por rádio.

Aí, o nosso Comandante, Cel. Luchiari, através de um contato com o comando do CPI 9 (Comando de Policiamento do Interior 9), conseguiu trazer a digitalização para cá.

Qual foi a melhora? Além de ser mais seguro, com relação a escuta de terceiro, eu tenho uma qualidade de comunicação melhor, o que facilita o nosso trabalho, por dois motivos:  primeiro, a questão da segurança das informações; e segundo, pela capacidade de comunicação que os policias têm durante o atendimento de uma ocorrência.

Hoje, a rede funciona digital.

O Capitão Hoio terminou a entrevista valorizando o trabalho de todos os policiais que atuam na 3ª Cia.

“Eu acho que todo o trabalho, o sucesso e os bons resultados que estamos colhendo na Companhia, as boas ocorrências, tudo isso passa simplesmente pelo nosso policial, aquele que está na ponta da linha, atendendo a população.

O Capitão tem o mérito dele? Tem porque também é o estrategista. Mas, o principal é o cara que está lá sempre. É ele que tem que ser valorizado e enaltecido pela população. Ele que tem que colher o mérito do trabalho”.