“Foram treze anos com sua companhia, fizemos tudo por ele; ele foi muito amado e foi perfeito pra mim! Um amor perfeito!”
Katia Bossardi e Rafael Pedrolo são pais de Matheus Bossardi, que faleceu aos 13 anos no último dia 14 de abril. Katia conta a história do filho, que nasceu com paralisia cerebral por falta de oxigênio. Math, como era carinhosamente chamado, “trouxe vida e ensinamentos”, afirma Katia.
Nascimento
“Tive uma gestação saudável e normal! Sem problemas nenhum!”, relembra Katia. Porém, no dia do parto, tudo mudou. “Estourou a bolsa, tive toda a dilatação, mas o Math não nascia de parto normal. Com isso, tive hemorragia e ele passou da hora de nascer, o que ocasionou em uma cesariana de emergência”.
De início, Matheus nasceu roxo e não chorou, um som muito comum e tranquilizante nos centros cirúrgicos após um parto. “Ele foi reanimado, mas o médico não disse nada a respeito, que teve atraso, que faltou oxigênio”, explica Katia.
Os primeiros anos de Matheus foram desafiadores. “Math chorou sem parar por 2 anos! Passamos por todos os especialistas possíveis que você possa imaginar até descobrirmos as causas do choro”.
Com 1 ano e 6 meses, a família conseguiu um diagnóstico: Matheus tinha paralisia cerebral por falta de oxigênio. “Teve um médico que falou que a gente podia deixá-lo para morrer já que era ‘mongolóide’”, conta Katia, ressaltando sua determinação em cuidar do filho. “Foi então que tive a certeza que ele era pra ser meu e que eu tinha que cuidar!”, conta.
A jornada de Matheus envolveu diversas terapias. “Começamos todas as terapias, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, massagem…”, explica Katia.
Em 2017, a família precisou arrecadar dinheiro para comprar equipamentos médicos caros para Math. “Fizemos uma campanha para comprar cadeira de rodas, órteses para os pés, colete para postura, porque ele tinha escoliose. Conseguimos arrecadar o dinheiro para proporcionar esta melhoria a ele”.
Saudade…
No dia 13 de abril deste ano, Matheus começou a enfrentar uma série de complicações de saúde que depois o levaram a óbito.
Segundo Kátia, Matheus estava bem até a manhã do dia 13, quando acordou com febre alta e começou a convulsionar intensamente. “No total, em seis minutos, ele teve três paradas”, diz Kátia, referindo-se às três paradas respiratórias que Math sofreu durante aquela manhã.
Durante as paradas, Katia menciona sobre uma grande dilatação nas pupilas do filho. Devido aos medicamentos que ele tomava, ficou difícil para os médicos determinarem a causa desta dilatação.
Após as complicações, Matheus não resistiu e faleceu no dia 14 de abril.
Amor perfeito
“Math trouxe vida e ensinamentos para nós!”, diz a mãe. Kátia reforça sobre o impacto e importância que Matheus trouxe para a vida da família: “Eu tive que ser tudo por ele e mudar muita coisa em mim! Eu tinha uma rotina, e hoje, sem ele, me vejo com tempo livre, e isso me entristece… Foram treze anos com sua companhia, fizemos tudo por ele, ele foi muito amado e foi perfeito pra mim! Um amor perfeito!”.
Com a partida de Matheus, Kátia se adapta à sua nova rotina. “Assim vou me adaptando, preenchendo meu tempo com mais dedicação ao meu neto Samuel e meus filhos Luana e Miguel”, finaliza.
