Dia 28 de maio é comemorado o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher. Pensando nisso, a equipe do Jornal Gazeta de Cosmópolis aborda o tema da Endometriose, patologia que atinge uma em cada 100 mulheres brasileiras, mas que é bastante grave e precisa de acompanhamento.
A Endometriose é uma doença que causa muita dor e quadros de cólicas menstruais intensas podem ser indícios da presença dela na mulher.
O Ginecologista Dr. Nivaldo Baron explica todo o processo da menstruação, das cólicas e como a Endometriose pode estar relacionada a isso. “A cólica relacionada à área ginecológica é a cólica menstrual. As mulheres sentem essas dores por causa da contratilidade da musculatura uterina. O útero é basicamente um útero liso e o músculo contrai exatamente para expulsar e eliminar o sangue que está dentro da cavidade menstrual. Essa camada de sangue é chamada de endométrio, que mensalmente cresce, amadurece e é preparado para receber o óvulo. Este óvulo é fecundado na tuba, na trompa e é ela que impulsiona este óvulo, que, no sexto dia, se fixa na parede uterina. Quando isso não acontece, essa camada que foi preparada para receber o óvulo começa a descamar e a mulher vai menstruar”, detalha ele.
De acordo com o especialista, o sangue que é eliminado contém substâncias que são chamadas prostaglandinas, substâncias que fazem o útero contrair. “Então, quanto maior a cavidade, maior o útero, maior o crescimento endometrial e maior será o fluxo menstrual que essa mulher vai ter. Ela terá mais cólica e, consequentemente, mais dor”, esclarece.
O crescimento do endométrio vai depender do quanto foi produzido dele a nível hormonal. “O estrogênio produzido pelo ovário faz com que o endométrio cresça e o segundo hormônio do ovário, que é a progesterona, faz a camada amadurecer”, observa Dr. Nivaldo.
A dor de cólica, além de ser comum na região do baixo ventre e também pela enervação da pelve, pode irradiar para outras regiões. “É comum a mulher queixar de dor na face interna da coxa, dor na região da lombar e, principalmente, no abdômen. Toda dor mais forte pode levar a outros sintomas, como gastrointestinal, náusea, vômito, diarréia, entre outros. Não é incomum para a mulher que tem cólicas mais intensas apresentar esse tipo de alteração gastrointestinal”, informa o Ginecologista.
Segundo o profissional, toda cólica menstrual é bastante frequente no período inicial da menstruação, nos primeiros dois dias, e depois tende a melhorar. “Quando a dor é muito intensa, incapacitante, a ponto de a mulher não conseguir trabalhar, e quando analgésicos via oral não dão conta de melhorar o quadro da dor, a mulher deve começar a considerar a patologia chamada Endometriose”, afirma.
A Endometriose, de acordo com Dr. Nivaldo, é a presença desse tecido, que é o endométrio, fora do útero, ou seja, em volta dele. “Essa camada também pode desenvolver-se na trompa, no ovário, no peritônio, intestino, bexiga e em todas as vísceras que estão próximas da região do útero”, informa o especialista.
A Endometriose é uma patologia que causa muita dor, muita cólica e tem caráter progressivo, ou seja, mês a mês tende a se intensificar. “Apesar de ser um patologia incomum, que atinge uma a cada 100 mulheres brasileiras, a endometriose é bastante preocupante. Esse mesmo tecido endométrio fora do útero também cresce, amadurece e sangra da mesma forma que o útero. O sangue na parede abdominal, na trompa, ovário, vai irritar e causar dor, além de ser uma doença inflamatória, vai trazer quadros aderenciais. Então, a longo prazo, essa patologia tende a se agravar, a piorar”, alerta o Ginecologista.
Por essa razão, as mulheres que sentem muita cólica, dores intensas que as atrapalham em suas atividades diárias e não diminuem com medicamentos convencionais, devem procurar um profissional Ginecologista para detectar se existe a Endometriose. A patologia costuma atingir mulheres de 25 a 35 anos, mesmo que possa acontecer desde o início da menstruação.
As causas da endometriose podem ser as mais variadas: sistema imunológico deficiente, crescimento de células embrionárias e devido a cirurgias, como histerectomia, por exemplo.
As opções de tratamento para a doença incluem a utilização de medicamentos para controlar a dor; medicamentos que impeçam que a Endometriose piore; cirurgia para retirar as áreas afetadas pela Endometriose; e histerectomia com retirada dos dois ovários.