“Proteja a amamentação: uma responsabilidade compartilhada” é o tema do Agosto Dourado deste ano
Bruna Genaro – Doula e Consultora em Amamentação. Me siga no instagram: @brunagenarodoula. Meu whatsapp: (19) 99859-6801 E-mail: brunagenarodoula@gmail.com
Hormônios, hormônios e mais hormônios. A gestante e puérpera passa por uma enxurrada deles. É hormônio para gerar contrações, dilatação, descida do bebê dentro da pelve. O bebê nasce. Mais uma chuva de hormônios responsáveis pela produção de leite. Amamentar não é uma tarefa fácil. Demanda da mãe 24h por dia e 7 dias por semana. É simplesmente impossível conseguir sem ajuda e apoio.
Por isso, este ano, como tema do Agosto Dourado, temos a proposta: “Proteja a amamentação: uma responsabilidade compartilhada”. E aqui não estamos só falando dos parceiros e familiares. Eu estou falando com você, mulher ou homem, que alguma vez já viu uma nutriz amamentando. O que você disse a ela? Palavras de encorajamento ou apenas crendices que você ouviu da tia da sua vizinha? Você já disse para uma mulher que amamenta que ela está fazendo um bom trabalho? (Sim, é trabalho! Até mais exaustivo do que quem tem carteira assinada!). Você já disse a uma nutriz o quanto é importante o que ela está fazendo? Já tentou de fato apoiar a amamentação?
Pensa comigo, disse no começo desse texto que são muitos hormônios que envolvem o processo de parir e amamentar. Agora, junte a essa situação o seguinte cenário: noites sem dormir, seios rachados, casa por arrumar, e uma mãe insegura tentando se encontrar. Imagina só como está o emocional dessa mulher. Ela não sabe de tudo, é verdade, mas aposto que você também não. Respeite os processos das pessoas. Tenha empatia por mães recém-nascidas (elas ainda são bebês aprendendo também).
Você quer de fato apoiar a amamentação e uma puérpera? Apoie as decisões dela. Escute-a sem julgamentos. Faça algo de bom e útil para ela: leve um bolo para ela comer; lave uma louça; olhe o bebê para ela tomar um banho; dê sua opinião quando ela pedir (mas lembre-se de sempre ser gentil). Ela está com dificuldades para amamentar? Procure uma consultora de amamentação com ela. Leve-a até um banco de leite mais próximo.
O leite materno pode evitar a morte de 800 mil crianças no mundo. Até os seis meses exclusivo, como orienta a OMS, a amamentação também poderia evitar um terço das infecções respiratórias e metade dos casos de diarreia em crianças nos países de média e baixa renda. Será que ainda resta alguma dúvida da importância de EU e VOCÊ apoiarmos a amamentação?
O leite materno é vivo e único, nada pode substituí-lo no mesmo nível. O leite materno é o melhor alimento para o bebê. Durante a mamada, o bebê “se comunica” com a mama dizendo o que ele precisa. E o leite, vivo como é, se transforma de acordo com a necessidade do bebê. Nada é tão eficaz quanto a amamentação. Além disso, amamentar é o santo remédio para diminuir o risco de depressão pós-parto. Agora, me diz, por quê fazer comentários depreciativos? Por quê dar sua opinião de uma maneira tão grosseira? Por quê colocar em xeque se o leite é realmente forte o suficiente para o bebê? Por quê julgar se o bebê passa mais tempo mamando? Por quê dizer que o bebê chora demais? Por quê colocar mais dúvidas em uma cabeça que já está pensando o suficiente, e acredite, se cobrando demais?
Te convido, a partir deste momento, a ser um(a) apoiador(a) da amamentação. Só conseguiremos mudar o todo quando nós decidirmos mudar. Quando tiver a oportunidade, apoie a amamentação. Quando estiver em dúvida, pesquise, se informe e, acima de tudo, seja gentil e tenha empatia por cada mulher que amamenta. Eu te garanto, ela está dando o melhor de si e conta com você para isso dar certo!
