A satisfação no trabalho inclui aspectos financeiros e vocacionais

Muitas pessoas ainda estão à procura do emprego dos sonhos. Mas, o que é preciso para alcançar a realização profissional?

De acordo com pesquisa produzida pela agência de emprego online Catho, a satisfação no trabalho está associada à qualidade de vida dos funcionários. Esta pesquisa contou com a participação de 1.435 pessoas e mostrou que 43,3% delas concordam com a afirmação. O Consultor de Recursos Humanos, Eduardo Colamego, acredita que a satisfação no mercado de trabalho não depende apenas do funcionário, pois, “muitas vezes, trabalhamos com o que nos agrada, mas, alguns pontos no ambiente profissional podem diminuir ou até mesmo minar as nossas energias e motivações”.

Eduardo Colamego, Consultor de RH

Eduardo Colamego, Consultor de RH

A falta de apoio ou estrutura da própria empresa, por exemplo, pode diminuir o desempenho do funcionário em suas atividades, podendo gerar desmotivação. Por outro lado, existem diversas empresas que oferecem totais condições de trabalho, mas, alguns profissionais acabam não valorizando o ambiente que lhes é oferecido. “Desta forma, a satisfação no trabalho, em primeiro lugar, é realizar um trabalho que o funcionário se sinta útil, se sinta bem ao realizá-lo e, em segundo lugar, avaliar se a empresa oferece as condições para que seu trabalho seja bem feito”, afirma o consultor.

Ainda segundo Eduardo, a busca pela satisfação no ambiente de trabalho tem a ver com alguns pontos. “A grande questão é avaliar com cuidado, refletir se a empresa realmente não lhe oferece o ambiente devido, ou se você não está querendo mais e mais sem entregar nem o que é sua responsabilidade”, salienta.

Satisfação profissional x Satisfação financeira
De acordo com um estudo realizado nos Estados Unidos, com 1.500 profissionais que concluíram o curso de MBA nas melhores escolas americanas, 83% dos entrevistados optaram pela escolha motivados pelo salário e apenas 17% optaram pelo que lhes era mais prazeroso. Após vinte anos, foi verificado que, dentre as 1.500 pessoas participantes do estudo, apenas 101 tornaram-se milionárias. Destes, apenas uma fazia parte do grupo que fez a escolha motivada pelo dinheiro, todos os demais, ou seja, os 100 restantes, haviam feito suas escolhas motivados pela vocação e pelo amor.

“Eu sempre digo: ‘ninguém faz nada de forma extraordinária se não gostar do que faz ponto’. Você não se dedica, não se entrega àquilo que não é interessante ou instigante; quando você faz o que realmente gosta, você consegue estudar mais, se preparar mais, consegue se dedicar mais, pois, é algo relevante, algo apaixonante e, claro, que os resultados aparecem, resultados de ascensão profissional e financeira”, revela Eduardo. E, além disso, é preciso entender que, para fazer o que gostamos, muitas vezes, deveremos realizar tarefas que não são tão agradáveis, mas que são parte do processo, não são a maior parte, mas são uma parte necessária para o propósito maior.

Para aqueles que estão entrando no mercado agora, ou se preparando para isso, Eduardo aborda o assunto, auxiliando estas pessoas. “Tenho um vídeo na internet (A escolha da carreira) em que falo sobre isso, inclusive, e digo que é preciso observar algo que para você é de extremo interesse, algo que goste muito, que possui domínio sobre o assunto, algo que até os amigos falam que você sabe muito, que seus amigos dizem para outras pessoas que falem com você, pois, pode ajudar, por considerarem você como expert, enfim, é algo muito intenso para você no dia a dia, mas que, muitas vezes, ainda não conseguiu fazer essa conexão entre esse interesse intenso e uma possibilidade de carreira”, afirma o consultor.

Ao término desta análise, o profissional conseguirá encontrar sentido, coerência na escolha e realizar o sonho da conquista do emprego dos sonhos.
Eduardo costuma dizer que “quando escolhemos a carreira pelos motivos errados (focados apenas em dinheiro, modismo ou outro motivo que não seja de fato sua inclinação), é como se caminhássemos pela vida com uma pedra no sapato, é um incômodo constante e que vai chegar a nos ferir e nos entristecer, pois, não faz sentido”.

Por isso, é preciso que o interessado que procura satisfação no trabalho busque sentido em tudo que realizar, que verifique se possui alguma aptidão, algo que se sobressaia, que pessoas comentam que você entende bem, algo que goste muito de fazer, algo que sempre lhe anima a querer saber mais – isso pode ser um indício de carreira.