A divindade de Jesus

PARTE 1
Cristo é Deus, ou não? Existe desde a eternidade? Maior, igual ou menor que Deus Pai?
Se há uma pergunta teológica que tem suscitado mais respostas que nenhuma outra, é a pergunta que Jesus dirigiu a Seus discípulos: “Quem diz o povo ser o Filho do homem? “ Mateus 16:13.
Pode parecer irrazoável apresentar evidências adicionais àquelas apresentadas pela Bíblia. O testemunho de Seu Pai já seria perfeitamente suficiente para elucidar essa questão. Entretanto, consideremos dois pontos sobre a filiação de Cristo: Sua pré-existência e divindade.
PRÉ-EXISTÊNCIA
A pré-existência do Filho de Deus não pode ser questionada. A Palavra de Deus, que é o fundamento da fé, não deixa aí qualquer margem para dúvidas. Ambos, Velho e Novo Testamento ensinam de modo definido e claro que Cristo era Um com o Pai antes de Sua encarnação. Observe a forma positiva como esta verdade é apresentada pela Palavra Inspirada. Moisés escreve: “De eternidade a eternidade Tu és Deus.” Salmo 90:2. Cristo, na qualidade de Deus, apresentou-Se a Seu povo, através de Moisés, como “Eu Sou”. “Disse Deus a Moisés: Eu Sou o que sou. disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós outros”. Êxodo 3:14.
Quando esteve na Terra, certa vez, os judeus Lhe perguntaram: “És maior do que o nosso pai Abraão alegrou-se por ver o Meu dia, viu-o e regozijou-se.” Estas palavras levaram os judeus a fazer uma nova pergunta: “Ainda não tens cinquenta anos, e vista Abraão?” Replicou-lhes Jesus: “Em verdade, em verdade Eu vos digo: Antes que Abraão existisse, EU SOU.” João 8:53,56-58. Por meio dessa afirmação, Cristo não somente confirmou Sua pré-existência, mas também Sua divindade. Aqueles que O ouviram dizer “Antes que Abraão existisse Eu Sou”, reconheceram as implicações dessa declaração e se dispuseram a apedrejá-Lo, castigo com que os judeus puniam a blasfêmia.
Através do profeta Isaías, o Senhor é descrito como o “Alto, o sublime, que habita a eternidade”. Isaías 57:15. O profeta Miquéias, que profetizou o lugar do Seu nascimento, torna clara a pré-existência de Cristo através das Palavras: “Cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”. Miquéias 5:2. Salomão também proclama Sua pré-existência de forma explícita: “O Senhor me possuía no início de Suas obras, antes das obras mais antigas. Desde a eternidade fui estabelecida, desde o princípio, antes do começo da Terra.” Prov. 8:22 e 23.[O texto se refere à sabedoria do Criador].
Após a leitura dessas declarações, apenas algumas dentre as muitas existentes no Velho Testamento, podemos compreender melhor o que Jesus quis dizer, quando ainda estava na Terra: “Eu Sou o Pão vivo que desceu do céu.” João 6:51 “E agora, glorificai-Me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que Eu Tive junto de Ti, antes que houvesse o mundo.” João 17:5.
O apóstolo Paulo não deixa margem para qualquer dúvida sobre sua crença na pré-existência de Cristo. Ele o anunciava como eterno, onipotente. igual ao Pai, e Aquele, por meio do qual o mundo foi feito. Ouça: “Pois nEle foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a Terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dEle e para Ele. “Colossenses 1:16 e 17. Essas palavras não poderiam ter sido escritas se Cristo não houvesse existido antes de nascer como um bebê em Belém.
Que Cristo é e era “antes de todas as coisas” evidencia-se ainda mais através do seguinte comentário:
“O Senhor Jesus Cristo, o Divino Filho de Deus, existiu desde a eternidade, como uma pessoa separada, ainda que Um com o Pai. Ele era a transcendente glória do Céu. Era o comandante das hostes celestes, e a reverente adoração dos anjos era por Ele recebida como um direito Seu. E isso não era qualquer usurpação do louvor a Deus…
“Há luz e glória na verdade de que Cristo era Um com o Pai antes que os fundamentos do mundo fossem estabelecidos. É uma luz brilhando em lugar escuro, tornando-a resplendente com a glória divina. Esta verdade, infinitamente misteriosa em si mesma, esclarece outras misteriosas e diferentemente inexplicáveis verdades, enquanto é abrigada em luz inacessível e incompreensível.” – E. G. White, Review and Herald, 5 de abril de 1906.
Considerando esse ponto, podemos estar seguros de que Jesus é o Filho de Deus, em razão de Sua pré-existência.

Pr. Jair Lima
Igreja Adventista do 7º dia