A dor do amor

Ser mãe dói. É isso mesmo que você leu, dói! Dói esperar os risquinhos do teste de gravidez. Doem os primeiros meses de gestação com aquele bendito enjoo. Dói não entrar mais nas mesmas calças. Dói a coluna, a cabeça, o “pé da barriga” (e você nem sabia que existia pé da barriga até estar grávida). Dói a espera do próximo ultrassom. Dói a ansiedade do parto. E dói no parto também. Dói a amamentação (e como dói). Dói o pós-parto. Doem os pontos ou o períneo. Doem os primeiros dias com o bebê. Doem as opiniões chatas.
Doem as noites em claro. Doem as cólicas, os gases, a exterogestação. Dói a vacina. Dói a primeira doença (e as outras também). Dói a primeira dentição. Doem os tombos. Dói a introdução alimentar. Dói a comparação. Dói voltar a trabalhar (ou parar de trabalhar). Dói deixar na creche ou com os avós. Dói ensinar, educar e ter paciência. Dói ver o tempo passar, dói mesmo querendo que o tempo passe (porque “vai passar” esse é o mantra). Dói ver que seu bebê já nem é mais tão bebê assim. Dói ver seu filho crescer, ao mesmo tempo em que você fica feliz em vê-lo crescer. Dói o tamanho do amor que se tem.

Esses dias li uma frase que dizia: “O tempo é o amigo da dor, mas inimigo do amor”. A dor dos primeiros meses de gestação passa. A dor de não servir nas calças também passa. A dor na coluna, na cabeça e no pé da barriga desaparecem. A dor da espera, da ansiedade, do medo passam. A dor do parto você nem se lembra mais. A amamentação agora já é prazerosa. O pós-parto já se foi. Sua barriga ou períneo já se recuperaram. Os primeiros dias já passaram. As opiniões já nem te afetam mais. As noites em claro já estão voltando a ser noites de sono. As cólicas, os gases, a exterogestação também se foram. A dor da vacina já passou e a primeira doença já curou. A primeira dentição está completa e os tombos agora já são mais raros. Os alimentos já fazem parte da vida do seu filho. E a comparação já nem te importa mais. A dor de voltar ao trabalho (ou parar de trabalhar) já se foi e seu filho também se adaptou em ficar na creche ou com os avós. A dor do ensino, da educação, da paciência já são mais naturais.
Ah, mas a “dor” do amor, essa sim todas as mães sabem bem o que é, e sinto lhe dizer, essa não passa. É um amor tão grande, tão desinteressado, tão dedicado, tão inexplicável que chega a doer no fundo do coração. É uma dor resultante de uma cachoeira de sentimentos que explodem dentro do peito e chegam a tirar nosso ar. Nada paga o amor que uma mãe sente pelo seu filho. Nenhuma palavra explica esse sentimento. Todas as “dores” da maternidade ficam tão pequenas quando estamos com nossos filhos nos braços. Nada paga ver os filhos crescerem. Nada paga os sorrisos, os abraços, os carinhos, as brincadeiras, as descobertas.
Ser mãe é um privilégio, um dom… Mas dói, mas amamos. Mas dói, mas amamos mais ainda. Mas dói, mas o amor sucumbiu a dor… Feliz dia das mães, da mãe do Henry para todas as mães reais que amam acima de qualquer dor!

 

Por Bruna Genaro Leite,
Jornalista e Consultora de Amamentação
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