A Família, como vai?

A Família é um Projeto do Amor de Deus. O Senhor a criou, a ama e sustenta. Desde quando criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, os quis em Família. No mistério profundo da encarnação de Jesus, vemos que Deus escolheu nascer e crescer em uma Família. Nosso Senhor quis ter uma Família para nos dar um modelo, um exemplo a seguir.

A presença de Jesus Cristo nas Bodas de Caná da Galiléia, junto com a sua Mãe, significa que o Senhor quer estar no meio da Família, ajudando-a a vencer todos os seus desafios. E quantos são os desafios da Família nos dias de hoje!

Temos assistido o triste desmoronamento de nossas casas. São lares confiados a nós por Deus, mas construídos sobre a “areia”, como diz o Evangelho. Quando olhamos para a sociedade hoje, vemos muitos casais separados e sofridos, filhos abandonados e carentes que buscam a compensação do vazio nas drogas, no álcool, na violência, na prostituição, no crime, no consumismo. São filhos órfãos de pais vivos. E a família é destruída, porque não foi construída sobre a Rocha – “E grande será a ruína da casa construída na areia” (Mt 7, 24 – 27).

Somos massivamente influenciados pelos meios de comunicação e pelas redes sociais que, em sua maioria, apresentam a família como uma instituição falida. Daí o aumento cada vez maior da depressão, solidão, das doenças psicológicas, do suicídio e tantas outras realidades.

O cenário atual é bem angustiante, mas não muda a essência do que é a Família, o seu fundamento e a sua importância em nossas vidas.

A nossa vida em família é feita de detalhes, pois como dizia nosso saudoso padre Léo “ninguém tropeça em montanha, mas nas pedrinhas ao longo do caminho”. São João Paulo II ensinava que “educar é conquistar o coração”. Em cada situação, nas nossas famílias, devemos agir com AMOR. É o amor que deve permear os nossos relacionamentos familiares, como refletiu o papa Francisco na Catequese de 27 de abril de 2016: “não é automático que quem frequenta a casa de Deus e conhece a sua misericórdia saiba amar o próximo. Você pode conhecer toda a Bíblia, toda a teologia, mas do conhecer não é automático o amar.”

Vivemos no mundo do automático! É só apertar um botão e tudo acontece. Vivemos na superficialidade, onde o exterior passa a valer mais do que o interior, o que é um sério problema. É preciso aproximar-se! Às vezes, estamos tão perto um do outro em nossas casas, mas tão distantes. Como diz o ditado popular: “perto dos olhos, mas longe do coração”. Precisamos sair da superficialidade nos relacionamentos, principalmente entre nós marido e mulher, pais e filhos. Temos que sair do automático! Só me torno próximo daquele de quem me aproximo. Se eu não me aproximo, no dia a dia, com gestos efetivos e afetivos, do meu esposo, da minha esposa, dos meus filhos, eu não me torno próximo.

O convite é para aproximar-se, pois a Família é o “lugar” do encontro, da comunhão e intimidade. A delicadeza, a atenção, o carinho, tudo isso é muito importante. Eu preciso ser melhor dentro de casa!

Nossa missão específica na Família é cuidar daqueles que Deus nos confiou. E Ele diz para não medirmos esforços e não economizarmos nesse cuidado, pois quando voltar nos pagará o que tivermos gasto a mais (Lc 10, 30 – 35).

Quando chegarmos no céu o Senhor nos perguntará: O que você fez do seu matrimônio? O que você fez da sua família?

Esperamos ouvir do Senhor, tanto nós quanto você: “Obrigado meu filho, minha filha! Você cuidou com amor, carinho, paciência daqueles que Eu lhe dei. Vem, entra para o gozo do teu Senhor!”

* Tânia e Rubens Sabino são missionários da Comunidade Canção Nova há 24 anos, casados há 20 anos e pais do Isaac, do Miguel e da Mariana.