O homem não nasce pai, ele se torna pai, que é a construção de um vínculo
Ao se falar sobre o papel do pai, muitas vezes, é nomeado como alguém que “ajuda” ou “auxilia” a mãe. Dessa forma, parte-se do pressuposto que a responsabilidade é da mãe, e na verdade, o que há é o pai que participa e o que não participa, e essa participação fará, sim, diferença para a mãe, mas a diferença maior será para esse filho que desde esse início da vida terá a presença do seu pai.
A mãe pode até levar mais jeito, mas não tem comparações. O pai alimenta, brinca ou troca a criança de um jeito diferente da mãe, sem que isso seja necessariamente de um jeito certo ou errado.
Os benefícios dessa interação é para a família. Algumas pesquisas mostraram que homens ao se tornarem pais tendem a ficar menos agressivos e mais sensíveis, já para as crianças essa participação ativa é essencial no desenvolvimento cognitivo e sócioemocional. Com certeza, a mãe também exerce esse papel, e, na maioria das vezes, essa relação mãe e bebê é muito mais próxima, mas, com o passar do tempo, essa figura paterna presente torna-se tão importante quanto para a criança.
No Brasil, é comemorado o Dia dos Pais no segundo domingo do mês de agosto. E, afinal, o que é ser pai? O homem não nasce pai, ele se torna pai, que é a construção de um vínculo. O pai não necessariamente tem que ser o agente biológico, o pai é essa figura, é essa função, que pode ser, então, alguém disposto a ocupá-la, no caso da falta (por inúmeros motivos) do pai biológico. Ou seja, uma outra pessoa (que não seja a mãe) pode ocupar esse lugar participando ativamente da vida dessa criança por meio de um vínculo afetivo satisfatório com ela nesse processo de crescimento.
Ao descobrir a gravidez, esse futuro pai pode se deparar com uma mistura de sentimentos e emoções, pode se sentir ao mesmo tempo alegre, realizado, empolgado, preocupado, assustado. Podem ocorrer questionamentos até sobre o seu papel de filho. Com certeza, a interação que essa pessoa teve com seu pai pode influenciar em sua maneira de ser pai.
Podem haver reflexões do tipo: “serei pai como o pai que tive?” ou “jamais serei como meu pai foi para mim!”. É natural que reflexões dessa natureza ocorram, já que são fundamentais para a construção do novo papel que irá desempenhar.
Não nasceu apenas um bebê, nasceu um pai. Estarão eles se conhecendo e se adaptando um ao outro, é um processo de aprendizado.
Esse futuro pai, quando presente, pode dar segurança a mãe durante a maternidade, muito além do suporte material é o amparo afetivo. A relação harmoniosa dos pais consegue trazer benefícios no desenvolvimento desse bebê que chegou.
Uma criança que cresce com o pai é estimulada a interagir com o seu redor. No início, para o bebê, só existem ele e sua mãe, a criança necessita desse “outro” para compreender a vida social com suas regras e seus limites. Por fim, a figura paterna influencia na formação da identidade e autoestima. Se for ausente ou inexistente, outros modelos podem vir a ocupar esse desenvolvimento psíquico e ocasionar alguns conflitos existenciais.
“Não me cabe conceber nenhuma necessidade tão importante durante a infância de uma pessoa que a necessidade de sentir-se protegido por um pai” (Sigmund Freud).