É possível implementar políticas de saúde mais inclusivas, melhorar o acesso à educação para todos e combater a violência que atinge desproporcionalmente a comunidade LGBTQIAPN+
Estamos em ano de eleições municipais, um momento crucial para refletirmos sobre o papel da representatividade LGBTQIAPN+ na política. A presença de pessoas da comunidade em cargos públicos é uma conquista essencial em uma sociedade que, por muito tempo, marginalizou e silenciou essas vozes e corpos. Exemplos como o de Érika Hilton, uma das primeiras mulheres trans/travestis eleita deputada federal pelo PSOL de São Paulo, mostram o impacto que essa representatividade pode ter. Sua atuação no Congresso Nacional é muito mais que simbólica; é a personificação de uma luta constante por direitos, dignidade e visibilidade.
A ausência de figuras LGBTQIAPN+ na estrutura política municipal, especialmente em cidades do interior, como Cosmópolis e tantas outras pelo país, reforça padrões conservadores e excludentes, que continuam a ignorar as demandas de uma população vulnerável. Em muitas dessas cidades, políticas públicas que contemplem a diversidade de gênero e sexualidade são inexistentes ou precárias, deixando a comunidade LGBTQIAPN+ sem proteção adequada, o que contribui para a perpetuação de violências e discriminações.
O Brasil se mantém há anos como um dos países com maiores índices de violência contra pessoas LGBTQIAPN+. E isso só pode mudar se mais pessoas comprometidas com essas pautas forem eleitas, especialmente no âmbito municipal, onde muitas decisões que afetam diretamente a vida das pessoas são tomadas.
Nestas eleições municipais, é fundamental que eleitores LGBTQIAPN+ e aliados reflitam sobre o poder do voto e votem conscientemente. Políticos comprometidos com causas LGBTQIAPN+ podem transformar não apenas leis, mas toda uma estrutura social. É possível implementar políticas de saúde mais inclusivas, melhorar o acesso à educação para todos e combater a violência que atinge desproporcionalmente a comunidade LGBTQIAPN+. Procurar aliados reais entre os candidatos num município pode mudar vidas para sempre, bem como o não procurar. A democracia deve ser usada com sabedoria!
Além disso, a representatividade nas câmaras municipais e prefeituras também tem o potencial de quebrar estigmas, tornando o diálogo político mais inclusivo e humanizado. O voto em políticos LGBTQIAPN+ ou aliados de causas progressistas não é apenas uma questão de representatividade simbólica, mas de mudança efetiva.
Neste cenário, usar o voto como ferramenta de transformação é mais importante do que nunca. As eleições municipais são uma oportunidade de eleger lideranças comprometidas com políticas públicas que garantam direitos e promovam a dignidade da comunidade LGBTQIAPN+. Mais do que um voto de representatividade, é um voto por um futuro, ainda que distante, no mínimo, mais justo.
Para seguir: @hilton_erika (Instagram).
Por: JuhBrilliant (@juh_brilliant) – Autor independente dos livros “O Menino das Meias”, “BRILHANTE?!” e “Amigas Para Sempre…”, pedagogo e fotógrafo.