A Kombi rosa, Daniela Castro e seu companheiro Lairton

Nesta semana, a GAZETA de COSMÓPOLIS entrevistou a administradora, empreendedora e tosadora de pets Daniela Alves Castro. Com uma carreira longa em empresas no ramo de administração, ela decidiu seguir seu amor por pets e se lançar no ramo de banho e tosa. Depois de cinco anos na profissão, Daniela contou como foi a mudança de vida, as dificuldades e, principalmente, o motivo da cor rosa estar presente em sua vida.

GAZETA de COSMÓPOLIS: Conte um pouco sobre sua história em Cosmópolis. Você nasceu aqui ou veio depois?
Daniela Alves Castro: Eu só nasci em Campinas, fiquei uma semana lá e vim para Cosmópolis. Posso dizer que vivi minha vida toda aqui.

GAZETA: Como foi sua carreira profissional aqui na cidade?
Daniela: Fiz todo meu ensino fundamental, até começar o colegial, em Cosmópolis. Depois, fui para o Cotil, em Limeira.
Comecei a trabalhar em uma empresa de engenharia, fazendo estágio e depois me desenvolvi na área administrativa. Nessa área, eu fiquei a maior parte do tempo da minha vida, foram cerca de 17 anos.
Só que eu trabalhava nessa área porque foi o que me apareceu e acabei me acomodando. Porém, eu sempre tive vontade de trabalhar com animais, até pensei em prestar faculdade de medicina veterinária. Mas, quando fui me aprofundar na área, conversando com o veterinário que cuida dos meus cães, vi que não era uma carreira para mim. Acredito que a quantidade de amor que eu tenho pelos animais me impediria de realizar alguns trabalhos na área. Não consigo lidar com o sofrimento deles.
Meu negócio é vê-los bonitos, arrumados, cheirosos e contentes. Então, eu decidi fazer curso de banho e tosa.
Fui fazendo curso, aprendendo mais técnicas e coisas referentes a banho e tosa, até tomar coragem e me desligar da empresa que eu estava para seguir nesse ramo. O que me ajudou foi que, em um pet shop, estava precisando de uma pessoa. Logo que me ofereci para trabalhar, fui aceita e por lá fiquei.
Peguei muita amizade com a proprietária desse pet shop, ela foi como uma mãe. Mas, depois de um ano que eu estava lá, ela faleceu. Fiquei mais um ano trabalhando com a filha dela até o momento que eu decidi montar o meu próprio banho e tosa.

GAZETA: Da área administrativa para o banho e tosa é um grande salto. Como foi mudar da área empresarial para esse novo desafio?
Daniela: Tem um abismo de diferença. Eu saí com bastante receio, tanto que eu não me sentia muito segura para começar no mercado. Sendo assim, fui procurar um curso com o melhor ‘Grummer’, um tosador mais fino, do Brasil. Ele foi excepcional, lá eu tomei confiança e vi que era isso que eu queria e sabia fazer.
Vim sem medo. Todo o receio que sentia antes, parece que eu perdi durante esse curso que fiz, devido ao tamanho profissionalismo das pessoas que estavam lá.
Parece que eu nasci fazendo isso, sinto como se nunca tivesse trabalhado no administrativo, apesar de fazer apenas cinco anos e meio que estou na área. É pouco tempo em relação ao período todo que trabalhei em outra área.

GAZETA: Você não sente nenhuma falta da área que trabalhava antigamente?
Daniela: Nenhuma. Acho que se me colocar no escritório hoje, eu morro.
O meu amor pelos animais é tão grande que talvez isso tenha preenchido todo o espaço que tinha.

GAZETA: Os animais sempre fizeram parte da sua vida, certo? Quantos animais você tinha antes de trabalhar no ramo e quantos você tem hoje?
Daniela: Minha família sempre teve cães, de diversos portes, mas, sempre foi só um por vez. Depois que eu casei e fui para minha casa, passei a ter dois. Mas, hoje, esse número já cresceu e, no total, já tenho oito cães.

GAZETA: Por que você acha que aumentou esse número de animais?
Daniela: Talvez seja porque, hoje, eu tenho mais espaço para acolher esses animais. A maioria dos que eu tenho é resgatada da rua.

GAZETA: Como são as reações dos cachorros ao receberem um banho e tosa, principalmente, daqueles que vieram da rua e têm seu primeiro banho? E os donos?
Daniela: Percebo que a grande maioria dos cães que passam comigo já é habituada a banho e tosa, inclusive, há muito tempo. Então, eles têm reações muito boas, fazem festa e, muitas vezes, os donos falam que os cães ficam ansiosos quando vão ao banho. Isso é o mais gratificante.
Já os cães resgatados, por mais sofrimentos que eles passam nas ruas com seres humanos que os maltratam, ainda assim, são muito amáveis. Os donos desses cães ficam muito felizes ao vê-los bem cuidados, tosados e limpos.

GAZETA: A cor rosa marca seu trabalho, seja nas paredes do pet shop, no uniforme ou até na própria Kombi que transporta os animais. Por que tanto rosa?
Daniela: Acredito que essa cor remete à alegria, fofura, calmante e é convidativa. Por isso, decidimos usá-la para tudo. Inclusive, o logotipo do pet shop é descontraído e chamativo por esse mesmo motivo, o que faz combinar com a cor.
Muita gente fala que eu vivo no meu mundo cor de rosa, no sonho cor de rosa, e o meu mundo é esse mesmo, já que minha vida é o banho e tosa. É o meu sonho e foi um sonho rosa.
A Kombi rosa veio para combinar com o negócio. Antes, tínhamos uma Fiorino, mas, queríamos um carro com mais espaço, mais simples e que não desse tanto problema. Ela foi toda reformada antes de eu comprar.

GAZETA: Você se sente realizada e qual seu sonho para o futuro?
Daniela: Sou muito realizada, não tenho dúvidas. Não imaginava que nada disso iria dar certo, tinha receio e, no final, deu tudo muito certo.
Meu sonho é chegar a ser uma grummer e estou estudando para isso. De resto, me sinto completa!