A luta pelo meio ambiente e as memórias do Cosmopolense Rodolfo Rizzo

Com uma biografia levando o nome da cidade “Cosmópolis que vivi”, ele eterniza o amor pela cidade, família e natureza

Nascido na Usina Ester, filho de Eva e Santo Rizzo, o Cosmopolense Rodolfo Rizzo celebra mais um aniversário da cidade com seus 89 anos de idade. Quando criança, ele conta que já era muito conectado com a natureza e os animais. “Passei parte de minha feliz infância nadando, jogando bola, pescando e ajudando meus pais na horta do quintal de minha casa, juntamente com a pequena criação de porcos e galinhas”.
Ainda na sua infância, seus pais abriram a pensão Avenida, na Villa. O nome foi dado por conta do apelido dado à cidade pelos usinenses. Rodolfo começou a ajudar seus pais na cozinha da pensão. “Ajudava fritando pasteis e também atendia no bar que fazia parte da pousada”, explica Rodolfo. Com a adolescência, veio o primeiro emprego do Cosmopolense na Cooperativa de Consumo dos Funcionários da Usina Ester. “Foi lá que aprendi muito e fiz bons amigos”, diz Rodolfo. Nas horas vagas, jogava futebol, basquete e estudava com determinação e querendo saber mais sobre diversos assuntos – um deles era o aprofundamento em assuntos da natureza.
Rodolfo conta que todos seus empregos eram focados em um grande objetivo: ajudar no progresso de Cosmópolis. O cosmopolense foi Funcionário Público por 63 anos, exercendo desde o cargo de Escriturário do Serviço de Água até aposentar-se como Diretor da Câmara Municipal de Cosmópolis. Nessa caminhada, Rodolfo teve a oportunidade de ter sua biografia escrita pela professora Izabel Ribeiro Domingues. “No livro, com o título ‘Cosmópolis que vivi’, juntamos as maiores informações de minha vida e também minha ligação com nossa querida cidade. Sempre tive vontade de escrever uma biografia e encontrar isso com a professora Izabel foi a realização de um sonho”.
O cosmopolense sempre deixou claro o amor e a dedicação pelo meio ambiente. Para comemorar o nascimento de sua neta, Rodolfo plantou uma árvore e, com isso, nasceu o projeto mata ciliar.
Para ele, a natureza é um presente Divino aos seres humanos. “Para mim, a natureza é a prova mais bela do amor de Deus para com os seres humanos. Ao entrarmos em contato com ela, vêm a paz de espírito e bem-estar”. Com esta paixão pela natureza, o projeto Mata Ciliar, criado por Rodolfo, já plantou mais de 2,5 mil árvores. O aposetado começa plantando as mudas no quintal de sua casa, onde ele as cria para levá-las futuramente ao novo destino. “Nesse processo, recebo a ajuda de muitas pessoas; alguns doam mudas e outros doam as sementes”.
Após plantar a primeira árvore em comemoração ao nascimnto de sua neta, Rodolfo e seu amigo, Walter Garutti, começarama frequentar o local aos domingos para plantar novas árvores e cuidar das que já estavam plantadas. Dividindo sentimentos, as árvores marcam tanto momentos felizes quanto momentos difíceis de sua vida, como é o caso da árvore plantada para marcar a morte de seu filho.
Rodolfo lembra que, no início, eles plantavam em torno dos 30 metros próximos ao rio, porém, após uma visita de um membro do Departamento de Proteção do Meio Ambiente, esse espaço aumentou para 100 metros.

Árvores das amizades
Dentre os muitos amigos e colaboradores que participaram da vida de Rodolfo, um nome ficou marcado, como quem marca o nome em uma árvore.
Walter Garutti, ambientalista que contribuiu na Mata Ciliar da represa juntamente com Rodolfo, teve um papel fundamental para a ecologia de Cosmópolis. “Ele foi um companheiro e, se tem mata lá, devemos muito a ele”, homenageia Rodolfo.
Rodolfo lembra que conheceu Garutti no caminho, quando ele se propôs a ir junto plantar a primeira árvore. Feito o primeiro trabalho, os dois começaram a frequentar a região todos os domingos. “Começamos a pegar bastante mudas, minha mulher levava até a pista e descíamos a pé até a represa, mas, com o tempo, as mudas aumentaram e as ferramentas também, aí tínhamos que descer de carro até as margens”.
Walter Garutti faleceu em 2008, aos 88 anos, vítima de um infarto, mas, deixou suas lembranças ao longo das margens da represa e no coração dos amigos e famílias.