A maior parte dos cuidados a serem tomados está relacionada à instalação da peça

Recomenda-se que o proprietário siga as recomendações de troca de marcha e rotação indicados no manual do veículo, pois estas garantem o consumo regular de combustível e a vida útil correta das peças do carro

A rotação do motor influencia diretamente no consumo de combustível e também na durabilidade de alguns componentes do veículo. A rotação ideal para trafegar está em torno de 1.5 mil RPM a 2.5 mil RPM, apesar desse valor variar de acordo com a potência do motor, sendo que alguns podem rodar tranquilamente a 3 mil RPM. Acima ou abaixo desses valores, apresenta-se uma elevação acentuada no consumo de combustível.

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Carros que não apresentam o contagiro, a troca de marcha é indicada no velocímentro. (Foto: Gazeta/ TV Jaguari)

O mecânico Adriel Azevedo explica que, quando o carro roda em baixa rotação, o módulo do carro busca compensar uma possível falha. “O sistema entende que o motor está apagando por falta de combustível e, com isso, ele injeta uma quantidade muito maior de combustível na tentativa de manter o motor funcionando”.
Além do combustível, a rotação do motor influencia também no desgaste das peças. Azevedo indica que se deve respeitar o limite indicado pela montadora, pois, assim, não haverá o desgaste acelerado da peça. Caso contrário, o desgaste será elevado, fazendo com que a vida útil do motor caia drasticamente.
“Já em baixa rotação, o motor sofrerá com a falta de lubrificação. O sistema funciona de forma interligada. A bomba de óleo depende da rotação do motor para aumentar a pressão de óleo, quanto menos rotação, menor será a pressão. Com a baixa pressão, não forma-se o fio de lubrificação nas bronzinas e anéis. Isso faz com que o motor trabalhe com menor lubrificação, aumentando o atrito das peças internas, ocorrendo a quebra do motor futuramente”, explica Azevedo.

Câmbio
Não só o motor, a rotação também está ligada ao câmbio do carro. O mecânico explica que “o câmbio é calculado conforme a potência e torque do motor de cada carro. Inclusive, no manual dos carros, existe uma tabela com a velocidade correta que deverá se trocar a marcha, ganhando o consumo e aumentando a vida útil e desempenho do motor caso a prática seja correta.
Esticar a marcha traz prejuízo ao câmbio a longo prazo, pois, força o conjunto de marcha. Já a curto prazo, não. Alguns veículos, quando o condutor realiza o mau uso do câmbio, apresentam ruídos no sistema de marcha, principalmente, nos carros 1.0”.

Sinal vermelho
A marcação vermelha é onde a montadora estipulou a rotação máxima sem prejudicar o conjunto de componentes do carro. Geralmente, o sinal vermelho está em torno de 5 mil RPM a 6 mil RPM.
Azevedo diz que “rodar nesta rotação aumenta a temperatura, sem trazer benefício de potência, gerando, assim, um maior atrito e reduzindo a vida útil do motor”.
Atualmente, algumas montadoras estipularam o corte de giro; dessa forma, a rotação não trabalha de forma elevada.

Funcionamento
Geralmente, a rotação é captada pela bobina de ignição. De acordo com o pulso da bobina, o motor entende quantas vezes o cilindro está pulsando a faísca e assim capta a rotação do motor.
“Já os carros mais modernos usam o sensor de rotação, que vai às polias do motor e capta quantas voltas a polia dá em um minuto, manda o pulso para o módulo de injeção e ele processa a informação, liberando mais ou menos combustível”, esclarece Azevedo.

Embreagem
Parar no semáforo com o pé na embreagem e marcha engatada e parar em um aclive e segurar o peso do carro através da embreagem são práticas que podem reduzir a vida útil da embreagem. Além disso, elas não apresentam nenhum ganho ao carro.
“O ideal é utilizar o freio de mão para parar, desengatada a marcha. Quando for sair com o veículo engata novamente e só vai desativar o freio de mão. Isso evita o desgaste excessivo da embreagem. Também recomenda-se não descansar o pé em cima da embreagem”, finaliza o mecânico.