A natureza dual do homem

A pergunta então é: De que forma teremos vida com maior abundância: dando livre vazão à nossa natureza física ou desenvolvendo nosso lado espiritual? Não seria esse o problema real?

“Há uma velha história (…) que fala da experiência de um grande artista contratado para pintar o mural de uma catedral numa cidade da Sicília. O tema era a vida de Cristo. Durante muitos anos, o artista trabalhou diligentemente e, por fim, terminou a pintura, com exceção das duas figuras mais importante: Jesus Cristo e Judas Iscariotes. Por todas as partes, ele procurou modelos para essas duas figuras.
Certo dia, ao percorrer uma parte velha da cidade, ele viu algumas crianças brincando na rua. Entre elas, estava um menino de doze anos cujo rosto tocou o coração do artista. Era o rosto de um anjo; um anjo bastante sujo, talvez, mas o rosto de que ele precisava.
O artista levou o menino para casa e, dia após dia, o menino permaneceu sentado pacientemente até que o rosto do Menino Jesus estivesse pronto.
Mas, o pintor não achou um modelo para Judas. Durante anos, assombrado pelo receio de que sua obra-prima permanecesse inacabada, ele continuou a busca.
Certa tarde, numa taverna, o pintor viu uma figura magra e maltrapilha entrar cambaleante e, em seguida, cair no chão, implorando uma taça de vinho. O pintor levantou-o e viu um rosto que o impressionou. Parecia trazer as marcas de todos os pecados da humanidade.
‘Venha comigo’, disse o pintor, ‘eu lhe darei vinho e roupas.’
Ali estava, afinal, seu modelo para Judas. Por muitos dias e partes de muitas noites, o pintor trabalhou febrilmente para terminar sua obra-prima.
No decorrer da pintura, ocorreu uma mudança no modelo. Uma tensão estranha substituiu a languidez etílica, e seus olhos vermelhos fixaram-se com horror na semelhança da pintura com ele mesmo. Um dia, ao perceber a perturbação do modelo, o pintor fez uma pausa em seu trabalho e disse: ‘Meu filho, eu gostaria de ajudá-lo. O que o transtorna?’
O modelo chorou inconsolavelmente e cobriu o rosto com as mãos. Depois de muito tempo, ergueu os olhos suplicantes na altura do rosto do velho pintor.
‘Não se lembra de mim? Anos atrás, eu servi de modelo para o Menino Jesus!’”
“Bem, essa história pode ser verídica ou fictícia, mas, a lição que ela ensina é real. O homem dissoluto fez uma escolha errada em sua juventude e, ao buscar satisfação nos apetites desenfreados, decaiu tão profundamente que por fim se viu na sarjeta”.

Nós podemos ter também escolhas erradas. Mas, o importante é aprender com elas, nós podemos ajudar-lhe com isso.

Elder Leandro
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos últimos Dias – Mórmons