A origem inexplicável do pecado

Para muitas pessoas, a origem do pecado e a razão de sua existência são causa de grande perplexidade. Veem a obra do mal, com seus terríveis resultados de miséria e desolação, e põem em dúvida como tudo isso possa existir sob o reinado de um Ser que é infinito em sabedoria, poder e amor. É um mistério para o qual não encontram explicação. Em sua incerteza e dúvida, tornam-se cegos para verdades plenamente reveladas na Palavra de Deus e essenciais à salvação. Existem os que, em suas pesquisas concernentes à existência do pecado, esforçam-se por esquadrinhar aquilo que Deus nunca revelou. Por isso, não encontram solução para suas dificuldades. Os que mostram essa disposição para a dúvida e especulação aproveitam-se disto como desculpa para rejeitar as palavras das Sagradas Escrituras. Outros deixam de ter uma compreensão satisfatória a respeito do grande problema do mal porque a tradição e a interpretação errônea obscureceram o ensino da Bíblia relativo ao caráter de Deus, à natureza de Seu governo e aos princípios que regem Seu trato com o pecado.
É impossível explicar a origem do pecado de maneira a dar a razão de sua existência. Entretanto, bastante se pode compreender em relação à origem, bem como à disposição final do pecado, para que seja amplamente manifestada a justiça e a benevolência de Deus em todo o Seu trato com o mal. Nada é mais claramente ensinado nas Escrituras do que o fato de não ter sido Deus de maneira alguma responsável pela manifestação do pecado; e de não ter havido qualquer retirada arbitrária da graça Divina, nem deficiência no governo Divino, para que dessem motivo ao surgimento da rebelião.
O pecado é um intruso por cuja presença nenhuma razão se pode dar. É misterioso, inexplicável; desculpá-lo corresponde a defendê-lo. Se, para ele, se pudesse encontrar desculpa ou mostrar-se causa para a sua existência, deixaria de ser pecado. Nossa única definição de pecado é a que é dada na Palavra de Deus: “transgressão da lei”; é o efeito de um princípio em conflito com a grande lei do amor, que é o fundamento do governo Divino. […]
Deus deseja de todas as Suas criaturas serviço de amor – homenagem que brote de uma apreciação inteligente de Seu caráter. Ele não tem prazer em uma submissão forçada, e a todos confere vontade livre, para que possam prestar-Lhe serviço voluntário (O Grande Conflito, p. 492, 493).

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