Abraço de mãe

Para entender toda forma de amar, basta amar como uma mãe: com altruísmo!

Nesta edição especial de Dia das Mães, resolvi mostrar para vocês uma receita mágica! Precisamos apenas de três elementos: Uma mãe + um filho + um abraço. É importante dizer que a mãe e o filho envolvidos num abraço não precisam ser, necessariamente, mãe e filho biológicos. Mas, desde que meus artigos com pautas do tema “Diversidade de Sexualidade e Gênero” passaram a ser publicados na Gazeta de Cosmópolis, tento explicar o que parece impossível, e mostrar que o impossível não é nem uma questão de opinião, mas, sim, de amor: e não seria diferente neste.
Primeiramente, o abraço: quando dado ou recebido, libera oxitocina nas pessoas envolvidas. Oxitocina é conhecida como o hormônio do amor, da felicidade, que gera confiança, conexão, apego e também que ameniza sintomas de solidão, frustração e raiva.
Uma definição célebre de Machados de Assis, em sequência: “Amor de mãe é a mais elevada forma de altruísmo”– como contexto, deixo aqui dois sinônimos de altruísmo: empatia e bondade.

Juh Brilliant
Escritor, pedagogo e fotógrafo
@juh_brilliant

Deixando implícito que “abraço + mãe” formam um combo poderoso, nos resta falar do elemento filho, para deixarmos a receita mágica completa.
É extremamente importante que não nos esqueçamos que, infelizmente, a realidade da grande maioria de filhos e filhas LGBTQIAPN+ não é nem próxima a de Joviano Francisco da Silva, 32, professor e morador do município de Cosmópolis, mas hoje o foco é na contramão e, justamente, no exemplo – o de sua história e de sua mãe, Emília Francisco, 57, também moradora da cidade.
“Quando me assumi gay para minha mãe e recebi seu abraço acolhedor, senti firmeza em me exercer como sou, pois do abraço dela, não só senti a força de seu amor, como também a força necessária para enfrentar todo e qualquer obstáculo imposto a mim pela sociedade, dada à minha sexualidade” – conta Joviano. E dona Emília fez além: decidiu levar esse abraço tão importante de mãe para filho, e amenizar existências esvaziadas disso para outras pessoas LGBTQIAPN+, nem que por um momento. A foto em destaque é o registro deste dia: na Parada do Orgulho LGBTQIAPN+ de Campinas, quando o abraço da mãe de Joviano era, não só para seu filho, mas para todos os filhos que desse gesto precisassem.
“Esse abraço faz com que eu me sinta cada vez mais vivo e especial. Essa mulher, que tenho orgulho em chamar de mãe, sempre teve e terá um papel fundamental em todos os processos da minha vida, tendo sido um deles, a descoberta da minha sexualidade” – completa Joviano.
A confirmação da receita mágica está aí: abraço + mãe + filho.
Por mais mães como Emília Francisco, que abracem seus filhos e o próximo, pois para entender toda forma de amar, basta amar como uma mãe: com altruísmo!
Feliz Dia das Mães a todas as mães LGBTQIAPN+ e a todas as mães de filhos LGBTQIAPN+!