Durante a gravidez, a principal preocupação dos pais é a saúde da criança. E para que o feto se desenvolva bem, é feito um acompanhamento chamado de “pré-natal”. Neste acompanhamento, alguns cuidados são recomendados pelos médicos, entre eles, a utilização do ácido fólico, também chamado de folato. Segundo o ginecologista e obstetra, Nivaldo Baron, o ácido fólico na gravidez é essencial para a formação do Tubo Neural. “Para toda paciente, que planeja uma gestação, eu recomendo que comece usar o ácido fólico, pelo menos, um mês antes de começar tentar engravidar”. Baron ainda explica qual é a função do ácido fólico para o organismo, em geral, de uma pessoa adulta. “O ácido fólico é uma vitamina do complexo B. A deficiência dos folatos pode causar até anemia”.
Mas, de acordo com um estudo realizado na faculdade de medicina de Johns Hopkins, nos Estados Unidos, que analisou, por volta de 1300 mães e seus filhos, o excesso de ácido fólico durante a gestação poderia atrapalhar o desenvolvimento do bebê, chegando até mesmo a ser a causa do autismo. Entretanto, Baron afirma que essa doença depende também de outros fatores. “Este é um estudo, que não foi comprovado. É um trabalho muito pequeno, restrito. Foi uma observação que eles fizeram e foram avaliados outros trabalhos, mas não significa que é exatamente isso. Os fatores que determinam um indivíduo ter autismo não são conhecidos. Não existe uma relação direta do ácido fólico com o autismo. Eles constataram, alguém fez esse trabalho e verificou nessas grávidas que elas tinham níveis de ácido fólico mais elevados, acima daquilo que deveria ser o esperado. Mas não existe uma relação direta confirmada”, explica.
Segundo o médico Nivaldo Baron, o autismo não é uma condição que depende do cariótipo da pessoa, como, por exemplo, a síndrome de down, que, por sua vez, é possível fazer um exame antes mesmo de a criança nascer e saber se terá essa “trissomia do par 21”. Não é possível descobrir, durante a gestação, se a criança será autista; apenas com o passar do tempo, e com as características que ela apresentará. “Hoje em dia, já existem vários lugares que buscam melhorar, ajudar e trazer vários estímulos para a criança, mas é um quadro, a medicina ainda tem dificuldade em tratamento, evolução, grandes mudanças, é um trabalho que ainda é bastante árduo”, completa o médico Baron.
O ginecologista ainda explica “de modo geral, o organismo absorve o que precisa do ácido fólico e o excesso é eliminado”. Sendo assim, a recomendação do obstetra é que as mulheres que desejam engravidar comecem a fazer a suplementação do ácido fólico, pois, apenas a alimentação pode não ser o suficiente. “Os vegetais, principalmente de cor escura, couve, rúcula, brócolis, os grãos também, lentilhas, feijão, tudo isso tem ácido fólico em quantidade, mas quando você envolve a parte de absorção, nem sempre tem uma garantia daquilo que você vai ter circulante”.