Voltas às aulas pode ser um grande desafio, tanto para as crianças como também para os pais responsáveis. Segundo a psicóloga Renata Pinheiro Estevam, voltar à rotina das aulas pode proporcionar possíveis sentimentos e comportamentos como, por exemplo, prazer, desprazer, ansiedade, euforia, tristeza, desobediência, excesso de sono ou a falta, ataques verbais ou físicos.
Renata explica as causas para esses sentimentos e comportamentos. “Podemos pensar que isso se dá, inclusive, pelas demandas escolares, muitas vezes, exaustivas, pela cobrança social e interna em obter maiores e melhores resultados em diversas atividades simultâneas”.
Outro ponto que Renata também explica são férias idealizadas, que, por alguns fatores, não foi possível acontecer. “As crianças, geralmente, criam fantasias a esse respeito e descobrem que nem tudo que se planeja, acontece como se deseja. Consequentemente, geram frustrações e, se não bem resolvidas, geram ansiedade, medos e angústias”.
Com o retorno às aulas, é comum que as crianças sintam dificuldades em voltar ao ritmo padrão da convivência escolar, pois, saíram de sua rotina e vivenciaram outros momentos.
Os pais responsáveis podem auxiliar seus filhos conferindo sempre na rotina os horários para acordar, comer e dormir. “Os pais devem construir um espaço para escuta a respeito de seus sentimentos, experiências e expectativas”.
Renata Pinheiro Estevam
Psicóloga clínica, especialista em saúde mental
CRP:06/131833
Telefone: 982922022
E-mail: renatapinheiro22@yahoo.com.br
Segundo Renata, os pais também podem explicar aos filhos a necessidade e importância da escola, como instrumento facilitador do crescimento cognitivo e emocional, mas, devem se atentar a não rotulá-la. “Se analisarmos a capacidade de um peixe em subir em árvores, o consideraríamos um inválido, ou seja, resgatar a potencialidade individual e valorizá-la é fundamental”.
Mudanças de escolas
Quando a criança muda de escola, é indicado aos pais conhecer a instituição, os professores, a estrutura, a coordenação, normas, metodologia de ensino e horários.
De acordo com a psicóloga, o choro e adoecimento são comuns em crianças pequenas no ingresso ou no regresso à rotina escolar. “Os pais podem se sentir culpados por isso, contudo, cabe refletir que aquele ambiente proporciona crescimento, socialização, amadurecimento e aprendizagem, sendo fonte rica no desenvolvimento social e físico”.
Algumas escolas possibilitam a presença dos responsáveis por um período de tempo, para a adaptação. Renata afirma que “isso é importante, possibilitando a sensação de segurança, amparo e acolhimento na criança”.
Outro ponto importante que facilita o ingresso ou o regresso, é o vínculo de compromisso que os pais devem ter para facilitar quando alertam que, no fim das aulas, estarão na escola para buscá-la.
Segundo Renata, a criança possui o próprio período para adaptação, muitas vezes, de forma rápida e outras, nem tanto. “Nem sempre essa adaptação segue o programa da escola. Então, em alguns casos, os pais devem ajustar sua rotina, sendo instrumentos facilitadores, nessa etapa da vida dos filhos”.
Renata ressalta que os pais devem sempre acompanhar seus filhos frequentemente para ajudá-los, assim podem se sentir acolhidos e amparados. “Isso não somente nos primeiros anos da vida escolar, mas sim, durante todo o processo, que faz parte significativa da vida do filho, independente da idade”, finaliza Renata.
