O Transtorno de Déficit de Atenção, mais conhecido como TDAH, é um transtorno neurobiológico mais notado em crianças, principalmente, em idade escolar, mas, muitos adultos crescem com o problema sem saber que a dificuldade em se concentrar tem tratamento e controle. “Segundo a ABDA – Associação Brasileira de Déficit de Atenção, cerca de 4% da população são acometidos pelo transtorno”, diz Andréa Melanda, neuropsicopedagoga.
Esse transtorno é uma condição grave caracterizada por padrões de desatenção, hiperatividade e impulsividade, afetando seriamente a qualidade de vida, relacionamentos, desenvolvimento acadêmico e, no adulto, o desenvolvimento profissional. Não existe cura, é necessário um tratamento para conviver bem com a condição.
Sintomas:
Andréa conta que os sintomas mais comuns do transtorno costumam ser:
• Cometer erros por descuido durante as atividades.
• Dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas.
• Não escutar quando lhe dirigem a palavra.
• Dificuldade em seguir instruções e terminar deveres de casa, tarefas domésticas ou tarefas no local de trabalho.
• Ter dificuldade para organizar tarefas e atividades.
• Evitar, não gostar ou relutar em se envolver em tarefas que exijam esforço mental prolongado (tarefas escolares, deveres de casa, preparo de relatórios etc.).
• Perder objetos necessários às tarefas ou atividades.
• Ser facilmente distraído por estímulos externos (para adolescentes mais velhos e adultos pode incluir pensamentos não relacionados).
• Ser esquecido em relação a atividades cotidianas.
• Remexer ou batucar mãos e pés ou se contorcer na cadeira e sair do lugar a todo momento.
• Crianças, correr ou subir nas coisas, em situações onde isso é inapropriado ou, em adolescentes ou adultos, ter sensações de inquietude.
• Ser incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente.
• Não conseguir ficar parado por muito tempo, em restaurantes, reuniões.
• Não conseguir aguardar a vez de falar, respondendo uma pergunta antes que seja terminada ou completando a frase dos outros.
• Ter dificuldade de esperar a sua vez.
Como lidar:
“Saber lidar com os sintomas é uma tarefa árdua, mas, muito importante para o sucesso do tratamento”, ressalta a especialista. Algumas medidas podem facilitar a convivência, por exemplo:
• Estabelecer limites e regras, colocar disciplina em sua rotina.
• Fazer elogios, incentivar e cumprimentar a criança sempre que conseguir cumprir uma atividade e, quando precisar repreender, falar sobre a atitude e não sobre a criança, pois, o excesso de críticas prejudica a autoestima.
• Ensinar a criança a adquirir formas de organização adequadas, como calendário de atividades diárias.
• Ser claro e objetivo, procurar usar palavras mais fáceis e frases curtas, falando com calma e olhando nos olhos da criança.
• Não grite, use menos o “não” em detrimento de diálogos que o motivem a pensar e refletir.
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“Quando o TDAH não é diagnosticado ou tratado de forma adequada, traz prejuízos enormes e comprometimento da qualidade de vida em todos os setores. Os portadores do transtorno acabam sendo rotulados de preguiçosos e malcriados, quando, na verdade, o que apresentam é um comportamento biologicamente determinado, com um amadurecimento em regiões do cérebro, que é diferente daquele apresentado por indivíduos sem o transtorno, além de apresentarem menores índices de desempenho escolar e menos sucesso acadêmico; maiores taxas de autoestima e autoconfiança inadequados; maiores taxas de rejeição social e chances significativas de desenvolverem transtorno de conduta, envolvendo-se em situações inadequadas”, conclui.
Para o tratamento e acompanhamento do TDAH, é necessário o acompanhamento de um especialista, como um psicólogo para a realização de um processo de psicodiagnóstico.