Agosto Dourado: Doula afirma que amamentação começa na gestação

Aceite o choro do bebê; bebês choram. É assim que eles se comunicam... Tente entender o que ele está querendo dizer

Bruna Genaro Doula e facilitadora de amamentação Instagram: @brunagenarodoula Facebook: /bruna.genaro1 E-mail: brunagenarodoula@gmail.com WhatsApp: 99859-6801

“Eu sei que a maioria das mulheres fica muito focada no parto durante a gestação, e acaba esquecendo-se da amamentação. É claro que, como doula, auxilio cada mulher para se preparar para o parto, mas também para amamentar. Sempre digo que tanto parir quanto amamentar começa dentro da nossa cabeça. Tudo aquilo que penso a respeito do parto e da amamentação certamente influenciará em como as coisas vão fluir.
De nada vale eu querer muito amamentar, mas nunca pensar sobre o assunto, pesquisar, entender. Cada mulher tem um tamanho de mama, aréola, e tipo de bico. Todos são possíveis para amamentar, desde que haja uma preparação prévia para isso (que começa dentro da nossa cabeça, na gestação). Mas hoje vou falar sobre os cuidados com as mamas que todas as mulheres que amamentam precisam ter:
– Não deixe a mama muito cheia: durante o período que você escolher amamentar (vale ressaltar que a OMS indica 6 meses exclusivo e complementar até os 2 anos ou mais) você precisa estar de olho nas suas mamas. É muito ilusória a ideia de que só tem leite a mulher que está com as mamas lotadas, até bem duras (parecendo que colocou silicone rsrsrs). Muito pelo contrário: o ideal para amamentar é que as mamas estejam bem macias, principalmente a aréola. Então, quando for oferecer a mama para o bebê, se estiver muito dura, faça uma ordenha de alívio apenas ao ponto de amolecer sua mama e deixar a aréola macia, assim, certamente o bebê vai conseguir abocanhar a mama.
– Cuidado com a mastite: seguindo a linha de raciocínio do primeiro ponto, se a mama estiver extremamente cheia, o que você pode ganhar é uma mastite. Vou te dar algumas dicas de como evitar. A mastite não começa do nada, ela vai dando sinais. Primeiro, a mama fica bem cheia de leite, depois, a mama começa a ficar dura (ingurgitada) e você até sente blocos endurecidos nela. Se não for esvaziada, o corpo continua a produzir leite, e, então, a mastite chega às portas. Você começa a se sentir mole, cansada, com febre local (mamas) e também no corpo. E o tratamento inclui antibióticos, antiinflamatórios e drenagem do leite. Sendo assim, por que não evitá-la e drenar o leite antes mesmo de acontecer tudo isso, certo?
– Aceite o choro do bebê: bebês choram. Eu vou falar mais uma vez: bebês choram. É assim que eles se comunicam. Diferente do adulto, que chora por tristeza, raiva, dor, o bebê chora para se comunicar. Primeiro de tudo, aceite o choro. Se o bebê pudesse falar, certamente falaria o que está havendo. Tente entender o que ele está querendo dizer. Bebês não choram só de fome. Leia mais uma vez a frase anterior. Bebês choram por TUDO. Da mesma forma que TUDO eles resolvem no peito: medo, sono, estresse, dor. Aceite que após o nascimento, a única coisa que ele conhece no mundo é você e a mama o consola, ele não a faz de chupeta, combinado?
– Não use bicos artificiais: nada pode atrapalhar mais a amamentação que os bicos artificiais, seja mamadeira ou chupeta. Quando os bebês nascem, eles têm o instinto de sucção, mas não sabem ordenhar a mama (isso você que vai ensiná-lo). O posicionamento de boca que o bebê faz na mama e nos bicos artificiais são completamente diferentes. Agora, se estamos tentando ensinar o bebê a mamar corretamente, como vou colocar outro bico que atrapalha o processo de aprendizado do bebê? Não faz sentido! Por isso, não use os bicos artificiais se você quiser ter sucesso na amamentação.
– Conte com uma rede de apoio: hey, mulher, você não tem que dar conta de tudo sozinha, ok? Delegue funções, aceite ajuda, peça para limpar sua casa, fazer uma comida, ficar com o bebê para você tomar um banho. Você não é menos mãe ou menos capaz por não dar conta de tudo. Deixe suas expectativas bem baixas para não se frustrar nesse período que é tão lindo, mas tão desafiador na mesma medida”.