Cosmópolis, 4 de julho de 2025

Aleitamento materno traz benefícios para as crianças e também para as mães

O aleitamento materno é a forma de alimentação mais completa que existe para as crianças recém-nascidas. Até os seis meses de vida, supre todas as necessidades nutricionais, protegendo-as de inúmeras doenças. Além disso, tem outras vantagens, como estar sempre na temperatura adequada e específica para as crianças.
Existem vários estudos que comprovam: as mulheres que amamentam têm uma diminuição no risco de câncer, principalmente, os de mama e ovário. Outro benefício é a menor incidência ao risco de doenças cardiocirculatórias, como infarto; e também doenças ligadas à síndrome metabólica, como doenças cardíacas, derrames e diabetes.
Para que ocorra uma boa amamentação, é fundamental que a criança e a mãe estejam em um local acolhedor para que haja a liberação do hormônio oxitocina, como explica a nutricionista funcional e esportiva, Daniela Belinatti Menardo de Oliveira. “Para amamentar, é importante um ambiente tranquilo e acolhedor, tanto para a mãe, quanto para a criança. A descida do leite depende de um hormônio chamado oxitocina, o também chamado “hormônio do amor”, que é produzido quando a mãe vê o bebê, ou sente seu cheiro ou até mesmo quando ouve seu choro. Mas, ambientes e situações estressantes podem inibir a liberação deste hormônio e, consequentemente, interferir nesse processo, dando uma falsa sensação de que o leite é pouco ou fraco”, explica.
Segundo o médico pediatra Dr. André Luiz Mathias Arruda (CRM 118.967), a maioria das mulheres quer amamentar, mas, nem sempre consegue por algumas razões. “Eu acho que uma minoria de mulheres não gosta de amamentar, pois, na prática do consultório, o que predominam são mães querendo amamentar exclusivamente, e nem sempre conseguindo por uma série de fatores, dentre os quais temos: condições anatômicas da própria mulher, além de situações que, por algum motivo, essas mães viram-se impedidas. Por exemplo: por terem ficado internadas ou seus bebês. Sempre recomendo às mães que têm capacidade orgânica de amamentar seu bebê exclusivamente que não deixem de fazê-lo, pois, o benefício será muito maior”.
O tempo inicial de amamentação recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de seis meses, podendo chegar até os dois anos ou mais. O Dr. André sempre recomenda para suas pacientes que o tempo de amamentação deve ser decidido pela própria mulher: “Eu sempre costumo dizer às mulheres que, enquanto elas gostarem de amamentar ou sentirem pena em não amamentar, que efetivamente não suspendam. O tempo e o momento da interrupção do aleitamento cabe exclusivamente às mães. Essa decisão não pertence ao médico, aos familiares ou até mesmo ao pai da criança, é uma decisão exclusiva da nutriz que não deve sentir-se pressionada por questões sociais ou de convenção”.
O aumento de leite se dá ao beber bastante água e se alimentando de forma saudável. É necessário comer frutas e fontes de proteínas, evitando, ao máximo, produtos industrializados e frituras, como explica Daniela Menardo. “As mães necessitam de uma alimentação saudável, com muitas frutas, hortaliças e fontes de proteínas, como carnes magras, peixes, frangos, ovos e precisam de água. Sal, açúcar, álcool, temperos industrializados, fastfood, frituras, corantes, adoçantes artificiais e aditivos químicos devem ser evitados ao máximo pela nutriz. Condimentos mais fortes e cafeínas devem ser consumidos com muito cuidado, pois, podem alterar o sabor do leite e comprometer o temperamento do bebê. Alimentos mais alergênicos também devem ser evitados. Laticínios, apesar de serem uma excelente fonte de cálcio, são uma das maiores fontes de proteínas alergênicas para os bebês, e não devem ser consumidos em excesso”.
Uma curiosidade que a nutricionista Daniela conta é que o leite materno tem maior quantidade de lactose, sendo 6,9 g de lactose por 100 ml, enquanto o leite de vaca que é consumido contém apenas 4,6 g. “Muitas pessoas fazem confusão entre a intolerância à lactose e a alergia às proteínas do leite de vaca, já que muitas mães acabam precisando excluir os laticínios da alimentação, para que possam continuar amamentando”.
As crianças que consomem do leite de vaca ou leite de soja até os seis meses, ou qualquer outro tipo de alimento, apresentam um grande risco de ficarem sensibilizadas porque a introdução de outros alimentos pode causar a má absorção de nutrientes, gerando uma sobrecarga imunológica. “O organismo age contra as proteínas má digeridas de leite de soja e vaca e produz um anticorpo de memória, assim, sempre que a criança ingerir esses alimentos ao longo da vida, terá uma hipersensibilidade, que será demonstrada através de alguns sinais, como, por exemplo, refluxo, bronquite, otite e sinusite”, explica a nutricionista.
Por esses motivos, Dr. André recomenda que todas as crianças sejam amamentadas exclusivamente por seis meses apenas com o leite materno, pois, isso melhorará o desenvolvimento e a resistência delas. “As crianças que são amamentadas exclusivamente por seis meses com leite materno, sem água, suco ou chás, têm melhoras no desenvolvimento cognitivo. A amamentação também estimula o desenvolvimento da arcada dentária, melhora o sistema imunológico, diminui o surgimento de doenças infecciosas e ajuda no amadurecimento intestinal, prevenindo vários tipos de doenças a longo prazo, como, por exemplo, a asma, a artrite reumatóide, entre outras”.

Dr. André Luiz Mathias Arruda
Pediatra
CRM 118967

Daniela Belinatti Menardo de Oliveira
Nutricionista Funcional e Esportiva. CRN 10334
Fone: 3872-3008