Finalizando a última semana do Projeto Gota D’ Agua, parceria da Secretaria Municipal de Educação com o Consórcio PCJ (Piracicaba, Capivari e Jaguari), os alunos da E.M.E.B. Professor Fernando José Bertazzo tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas e interagir com um profissional do meio ambiente, que respondeu em forma de entrevista os questionamentos dos alunos.
Fernando Aparecido Costa é técnico em meio ambiente da Prefeitura Municipal de Cosmópolis e participou do projeto, auxiliando as crianças no plantio de árvores. Acompanhe:
Alunos: Como o senhor vê a situação do lixo na nossa cidade?
Fernando Aparecido Costa: O lixo é realmente um grande problema. Mas, cabe a nós ajudarmos não jogando lixo em local indevido, auxiliando na educação daqueles que fazem esta prática e na fiscalização, denunciando sempre que presenciarmos tal ato.
O governo atual propôs, junto à população, um mutirão da limpeza, onde uma equipe de voluntários se dirige a um bairro pré-determinado e inicia a limpeza – já está em andamento e tem dado bons resultados.
Alunos: Em sua opinião, por que não temos coleta seletiva na cidade?
Fernando: Eu já tentei implantar este projeto, porém, não deu certo, faltaram apoio e interesse dos “catadores”, que recolhem apenas o material de maior valor, o qual lhes proporciona maior renda. Também houve conflito entre os mesmos, pois, apenas uma parte realmente se envolve e se compromete com a coleta enquanto que os outros usam apenas para arrecadar algo que possa sustentar seu vício em drogas lícitas e ilícitas. Mesmo havendo essa dificuldade, não desistimos desta ideia. Outro caminho é a cobrar as indústrias em auxiliar no destino que o descarte de seus produtos deve seguir. Deixo como sugestão a coleta do óleo de cozinha, pois, tem diversas pequenas empresas que compram – ajuda na renda e minimiza os danos ao meio ambiente. De suma importância é pensar na compostagem que reduziria o aterro do lixo para 10%.
Alunos: E sobre as queimadas, o lixo está relacionado? O que é preciso fazer?
Fernando: Temos, em nossa cidade, uma equipe de combate a incêndio, mas que não é suficiente para toda cidade. O foco é trabalhar com a prevenção, colocando placas e educando a população quanto ao descarte indevido de lixos, pois, alguns materiais, como o vidro, com a ação do sol, podem causar incêndio e o acúmulo de lixos/entulhos faz o fogo propagar rapidamente. Em último caso, seria a contenção do incêndio, que é o que mais dá trabalho e causa maiores danos.
Alunos: É possível termos maiores áreas arborizadas na cidade?
Fernando: É possível, sim, incentivar o plantio de árvores, mas, acredito que a cobrança quanto à manutenção das mesmas deva ser educativa, porém, flexível, pois, há algumas políticas que impedem o morador de fazer podas ornamentais ou mesmo escolher o tipo de árvore que quer plantar. As árvores favorecem, além da melhora do ar, a acústica, controlam o clima, a captação das águas pluviais e embelezam a cidade.
Alunos: Por que temos problemas com os bueiros da cidade?
Fernando: Quando nossa cidade foi iniciada/projetada, não havia necessidade de tantos bueiros, por ser o projeto inicial mais plano e as inclinações favoreciam o escoamento das águas pluviais para os rios que rodeiam a cidade. Com o crescimento da cidade, infelizmente, não ocorreu o planejamento adequado para controle e captação destas águas.