Alzheimer: previna-se mantendo a mente ativa e saiba lidar com quem passa por isso

O Mal de Alzheimer é uma doença que acomete cerca de 2 milhões de brasileiros por ano. É a principal causa de demência, correspondendo de 50 a 70% do total de casos. “Infelizmente, ainda não tem cura, porém, é possível trabalhar em sua prevenção de diversas formas e manter a mente ativa é uma delas.
Caracterizada pela lentidão e progressividade, a doença apresenta duração média, entre os primeiros sintomas e a fase terminal, de 10 a 12 anos. O quadro típico é de lapsos cada vez mais frequentes de memória para fatos recentes, aos quais se associa, ainda em uma fase inicial, dificuldade de planejamento e de linguagem. Também nesta fase são frequentes alterações do comportamento, principalmente, apatia e depressão. As alterações relacionadas à cognição e do comportamento levam a progressiva dependência para as atividades corriqueiras”, explica a Neuropsicopedagoga Andrea Valente Melanda.
Não há uma idade específica para acarretar a doença. “Após os cinquenta anos, existe um declínio natural na habilidade de atenção do indivíduo que causa distrações, impactando no desempenho da memorização”, esclarece.
Andrea explica que o parâmetro utilizado é: a habilidade mental está prejudicando suas atividades diárias? Se esses esquecimentos fazem com que você não se lembre de pagar uma conta, ou deixe de executar um planejamento de uma refeição adequadamente, ou até mesmo te prejudique num trajeto familiar, então, é necessário ter um olhar diferente e se atentar a possíveis mudanças não esperadas no processo de envelhecimento.
O paciente diagnosticado com Doença de Alzheimer necessita de algumas mudanças particularizadas, que são diferentes de um idoso saudável. Andrea dá algumas dicas para combater e lidar com Alzheimer:
1. Recomenda-se que o ambiente seja organizado com a presença de pistas para que possam possibilitar o resgate e a recordação de informações recentes, como fotografias de familiares espalhadas pela casa.
2. Deixar o relógio e o calendário visíveis e auxiliar diariamente a consulta destes materiais durante o dia.
3. Os pacientes com DA se beneficiam de estímulos como músicas, pintura e contato com animais, pois, auxilia na manutenção do humor e estimula afetividade e iniciativa. A música relacionada à história de vida do paciente pode auxiliá-lo a recordar-se de momentos importantes de sua vida, assim como de sua própria história de vida, incluindo familiares e amigos próximos que, muitas vezes, acabam por ser esquecidos ou confundidos com o curso da doença.
4. Jogos de treinamento de atenção, como caça palavras
5. Jogos dos sete erros em nível fácil também podem ser realizados para estimular o paciente e auxiliar no preenchimento de rotina de forma produtiva.
6. Recomenda-se sempre falar pouco e pausadamente ao indivíduo que tem Doença de Alzheimer. O excesso de informações em um curto espaço de tempo pode confundi-lo, deixá-lo irritado e agressivo.
7. Recomenda-se estimulá-lo com questões acerca de sua história de vida, para fazê-lo recordar de momentos marcantes que se mantiveram e se mantêm preservados nas fases iniciais da doença.
Por exemplo: o nome completo, idade, data de nascimento, aspectos do nascimento de um filho, detalhes da cidade natal, o local em que trabalhou e qual função exercia, músicas preferidas, o time de futebol que torce. Para ajudá-lo a se orientar com informações recentes, é sempre importante fornecer pistas como a data em que estamos, o dia da semana, o mês e o ano.
“Ajude-o a se contextualizar sobre quais são as principais notícias do momento, o que está acontecendo na comunidade em que vive, e quais são os feriados próximos e datas comemorativas. Por meio deste tipo de interação e comunicação, é possível amenizar os prejuízos causados pela doença”, indica.
Andrea alerta que o risco de desenvolvimento de Doença de Alzheimer (DA) é maior em indivíduos com histórico desta doença na família, com grau de parentesco próximo e, principalmente, nos casos em que a DA foi diagnosticada em um paciente de idade pré senil, ou seja, com menos de 60 anos. Os riscos significam ter maiores chances de desenvolvimento, e não a certeza da instalação da doença. Para o não desenvolvimento ou sua postergação, é importante ter um estilo de vida saudável, com a realização de exercícios de estimulação cerebral, realização de atividades físicas e uma alimentação balanceada. Por isso, cuide-se e tenha uma boa qualidade de vida. O cérebro não é um músculo, mas se não for exercitado, ele atrofia”, esclarece Andrea.
“Aos familiares e acompanhantes, todo carinho, respeito e cuidado possível. A humanidade, em função de diversos fatores, tem conquistado uma longevidade significativa nos últimos tempos. Cabe, então, a todos nós, cuidarmos de nossa saúde física, cognitiva e emocional, a fim de que não apenas vivamos mais, mas vivamos mais, com maior qualidade de vida e dignidade.
Com cérebro ativo, é possível manter-se jovem, trabalhando, viajando, empreendendo e comemorando novas conquistas”, conclui.

Andréa Valente Melanda
Neuropsicopedagoga
Diretora Pedagógica do Método Supera Ginástica para o Cérebro
Atendimento Clínico Especializado em Avaliação e Reabilitação Neurocognitiva no ESPAÇO MENTE ATIVA
Rua dos Expedicionários, 1275, Jardim Bela Vista
Contato – 99236 3191
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