Numa pesquisa recente realizada pelo Instituto Pró-Livro, 50% dos entrevistados disseram não ler livros por não compreenderem o conteúdo. Diversas pesquisas realizadas no Brasil têm mostrado que o índice de analfabetos tem diminuído nos últimos quinze anos, porém, o índice de analfabetos funcionais vem aumentando consideravelmente.
O analfabetismo se divide em dois níveis: “o analfabetismo absoluto, quando o indivíduo não reconhece aos menos as letras, e o analfabetismo funcional, quando o indivíduo reconhece letras e números, mas é incapaz de compreender textos simples, realizar operações matemáticas mais elaboradas e associar informações”, explica a Neuropsicopedagoga, Andréa Valente Melanda
Muitos alunos do Ensino Médio e até mesmo de cursos de Graduação não conseguem compreender e elaborar textos, o que demonstra que o analfabetismo funcional não está relacionado somente ao baixo nível de escolaridade, mas está ligado, também, a outros fatores como cultural, social.
O analfabetismo funcional afeta, e muito, não só o desenvolvimento intelectual, pessoal e profissional do indivíduo como, também, toda a sociedade, pois, não conseguindo entender textos simples, sobre situações cotidianas, menos ainda conseguirá interpretar manuais, desenvolver relatórios, planilhas, entre outros.
Essa inabilidade, que atinge grande parte dos brasileiros, causa muitos impactos negativos nas
empresas, ligados diretamente à produtividade, competitividade e segurança, na medida em que cometem erros por não entenderem instruções básicas de segurança ou utilização correta de equipamentos e produtos, além da falta de mão-de-obra qualificada. Em outras palavras, os futuros profissionais são capazes de ler e escrever, mas não conseguem interpretar e associar informações e, menos ainda, solucionar problemas.
Andrea diz que uma das soluções para erradicar o analfabetismo começa dentro de casa e deve ocorrer em conjunto com os professores. “Não cabe somente à escola alfabetizar e letrar as crianças, o papel dos pais é inquestionável, pois a alfabetização é uma prática presente em diversas situações diárias e requer um desenvolvimento cognitivo básico para iniciar na vida acadêmica, o que muitas crianças não têm devido a vários fatores”, explica.
Ela ainda conclui que “trabalhar desde a mais tenra idade com estímulos cognitivos que desenvolvam habilidades, como memória, atenção, foco, concentração, autocontrole inibitório, flexibilidade cognitiva, é importante para garantir um aprendizado efetivo e com qualidade e garantir um futuro de sucesso para os filhos”.