Animais deficientes podem voltar a ter uma vida normal, afirma veterinária

Cães e gatos podem ser acometidos por deficiências ao longo da vida, tal como seres humanos. Infelizmente, animais com tais condições se mostram mais excluídos, quando trata-se de adoção, já que os cuidados se mostram redobrados e, aparentemente, mais caros.
“Animais com qualquer deficiência diminuem muito qualquer chance de adoção, pois, se não necessitam de algum cuidado especial agora, certamente precisarão no futuro. Neste caso, dificilmente, alguém quer essa responsabilidade”, explica a voluntária do Mudando Destinos, Aline Soares Menezes. “No caso dos que cuido, hoje em dia, são bem tranquilos. Depois do tratamento, recuperaram a própria autonomia e já têm uma vida normal.
A veterinária Natalia Idalgo de Queiroz confirma que “é claro que se trata de uma situação que demanda mais gastos, mas, dependendo da deficiência, o animal pode, sim, ter uma vida normal, como em casos de perda de membros”, explica.
Animais acometidos por perda da visão, talvez, mostrem-se mais frágeis, já que precisam viver em um ambiente sem movimentação de móveis, para que haja uma adaptação maior. O cão ou gato com deficiência visual tende a aguçar outros sentidos, passando a identificar seu ambiente pela audição e olfato.
A adaptação de ainmais deficientes físicos ocorre por meio de aparelhos, afirma Natalia, como as cadeirinhas. “Cachorros são muito mais fáceis de se adaptar do que gatos. Geralmente, eles não gostam (risos). Mas, em contrapartida, a amputação dos felinos é mais tranquila. Outra opção para motivar o processo de adaptação são a fisioterapia e acupuntura”, esclarece.
Sob tutela
A funcionária pública Aline Soares, além de voluntária do projeto Mudando Destinos, cuida de três animais portadores de deficiências. “Todos eles chegaram a mim em situação de maus tratos”, explica. “Animais em condições especiais chegam a mim há muito tempo e não tenho a opção de querer adotar ou não. Tanto que hoje tenho, sob minha tutela, 63 animais. A maioria deles é vítima de maus tratos e abandono. E muitos outros, também nesta situação, foram encaminhados para adoção”, continua.
Uma delas é a Pastor Alemão Lola, que, com seus antigos donos, ficava presa em uma corda sem alimento e água. “Ela pesava 16 kg apenas; hoje, pesa 35 kg. Neste local, ela teve um ferimento na orelha, no qual teve miíase (popular bicheira), a qual comeu toda a orelha e um causou um ferimento enorme. Foi tratada e não teve a audição afetada. Ela tem uma vida normal agora”, relata.

Natalia Idalgo de Queiroz
Veterinária
Clínica e Assessoria
Veterinária
R. Max Herget, 110
Fone:3872 1334

Outro animal sob tutela de Aline é o cachorro Perninha, que sofreu agressão por seus antigos tutores, o que resultou na fratura da perna. “Precisou de cirurgia e colocou uma placa. Foi difícil a adaptação pós-cirúrgica. Hoje, ele possui a perna torta, mas também leva uma vida normal”.
E por fim, o cãozinho Lelo, que se mostrou o caso mais grave de todos. Hoje, o animal prova que é possível levar uma vida normal, mesmo com deficiências. “Suspeitamos que ele foi espancado. Teve uma lesão na coluna que o deixou paraplégico. Desde que chegou, com cuidados, ele já consegue andar, mas, ainda tem o equilíbrio afetado; e já teve grande evolução desde que chegou aqui”, explica Aline.