O número de “pipas” ou “papagaios” nos céus das cidades cresce consideravelmente nos meses de férias escolares. Porém, muitas dessas pipas têm “cerol” nas linhas, uma mistura de cola com vidro moído (também chamada de “pó de vidro”) usado com o objetivo de cortar outras pipas. Existe também a linha Chilena, altamente cortante, feita da combinação entre cola de madeira, óxido de alumínio, silício e quartzo moído; e a linha com pó de ferro, que pode até atrair descargas elétricas.
O perigo de muitas dessas disputas com essas linhas alteradas é que elas podem não somente cortar a linha da pipa alheia, mas, também, lesionar e até mesmo matar pessoas, sendo os motociclistas os alvos principais. Juntando a linha cortante com a velocidade da moto, os acidentes são ainda mais graves.
Mesmo com a iniciativa de alguns Estados e Municípios proibindo a comercialização e uso do cerol e de produtos semelhantes, esta prática ainda é comum e diária diante dos olhos dos cosmopolenses.
Por essa razão, a antena corta-pipa é um item tão importante para os motociclistas utilizarem em suas motos. “Essa antena é um dispositivo de segurança que existe no mercado em dois modelos: a retrátil, que tem a regulagem de altura, e a fixa, que não regula altura, mas é tão eficiente quanto a outra. Ambas podem ser ‘recolhidas’ na parte frontal, ou do guidão, da motocicleta”, informa o mecânico de motos Marcelo José Rodrigues de Oliveira.
O especialista observa que, hoje, neste mercado “negro” de linhas de pipa, há diversos tipos delas, algumas mais perigosas que outras. “Essa linha Chilena, novidade nesse meio aqui em Cosmópolis, é tão cortante que corta até mesmo plástico, e, dependendo da velocidade, pode partir ao meio até mesmo materiais feitos de ferro. Há muitos casos em que o motociclista é degolado por causa das linhas de pipa. Então, não é exagero dar tanta atenção ao tema”, alerta ele.
A Lei nº 5834, de 2013, “proíbe a comercialização, importação, uso e fabricação de linhas cortantes industrializadas pela Internet e em todo Território Nacional”. Mesmo que proibida, a prática é comum; porém, o uso de antenas corta-pipa nas motocicletas não se tornou Lei, o que aumenta consideravelmente as chances de acidentes. “Deveria ser obrigatório que toda motocicleta tivesse antena corta-pipa; isso não está na legislação, mas deveria”, opina Marcelo.
O especialista explica que também se deve ter alguns cuidados com a manutenção da antena. “É preciso manter sempre a haste apertada. E outro detalhe importante: ela tem um gancho na ponta, que tem uma serrinha que justamente serve para cortar a linha; depois de muito tempo sendo usada, ela pode ficar meio solta e não estar na posição correta. Portanto, deve-se verificar isso, para que ela corte com eficácia a linha”, explica.
Com relação ao gancho da ponta da antena, ele pode ter tanto uma serrinha em seu interior, quanto apenas ser feito de um material cortante, que age com eficácia ao cortar as linhas de pipa. De acordo com o especialista, ambas são eficazes e evitam acidentes.
As antenas podem ser feitas de plástico e de alumínio também. “Ambas são eficazes. E o comprimento ideal da haste deve ser de 80 a 90 cm de altura, acima da cabeça do motociclista”, esclarece Marcelo.
É importante ressaltar que, mesmo podendo ser “recolhida” e talvez deixando a moto com uma aparência melhor, de nada adianta ter uma antena corta-pipa se ela estiver tracionada. Mesmo que não seja muito bonita esteticamente, ela pode evitar acidentes e até mesmo salvar sua vida.