Segundo o otorrinolaringologista Dr. Carlos Alberto Ferreira Guidi, os pais devem se atentar à intensidade do barulho que as crianças estão expostas
O Dia das Crianças já passou e o que não faltou foram às opções de brinquedos para presentear as crianças. Mas, devido ao avanço da tecnologia, as crianças que antes pediam brinquedos, passaram a pedir jogos de vídeo game, tablets e celulares, que podem se tornar no futuro um problema para a saúde auditiva.
É verdade que os ruídos estão em todos os lugares e nem sempre dá para controlar seu volume, porém, dentro de casa, por exemplo, é possível se atentar para a intensidade do barulho que a criança está exposta.
Segundo o otorrinolaringologista, Dr. Carlos Guidi, as crianças estão expostas a altos níveis de ruídos ao brincar com vídeo games, frequentar sala de jogos de computadores, assistir a desenhos em alto volume na televisão em locais fechados, ouvir música em volume alto e em celulares ou aparelhos de som.
Para o Dr. Carlos Guidi, utilizar esses aparelhos eletrônicos com fones de ouvido acaba sendo mais prejudiciais, pois à altura do som é jogada diretamente dentro da cóclea(órgão da audição), tornando um trauma mais direto. “O ouvido humano tem tolerância de 85 decibéis (dB), então ao ouvir algo pelo fone acima deste limite, é mais prejudicial do que estar em um ambiente aberto com músicas acima de 85 dB”.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, um barulho de 70 dB já é desagradável para o ouvido humano. Acima de 85 dB pode começar a danificar o mecanismo da audição.
O contato frequente com um aparelho eletrônico que emite um som elevado pode causar danos auditivos e também pode atrapalhar o desenvolvimento de uma criança, seja na área da fala e também no desempenho escolar. “Pode atrapalhar na concentração, pois as crianças ao ficarem com sons altos e fixados nos jogos acabam que não desenvolvendo a concentração”.
Brinquedos
Já os carrinhos e brinquedos de música não são tão prejudiciais, afirma o médico. “Não vejo tanto problema, pois a criança geralmente brinca em ambientes mais abertos, não fica confinada em lugares fechados e também a exposição não é constante”.
Mas, os pais devem se atentar aos brinquedos sonoros da ‘made in China’, vendidos em camelôs, por exemplo, que trazem riscos também e chegam a emitir ruídos prejudicais, por não terem o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
O selo indica se o brinquedo é seguro e se está dentro dos limites estabelecidos na legislação. “Por não ter a aprovação de um órgão que regule a qualidade do brinquedo, pode ser mais prejudicial a saúde da criança ,pois não possuem as especificações e as normas de segurança”, esclarece.
Alerta
Um alerta que Dr. Carlos Guidi também faz é para os brinquedos com peças pequenas, que muitas vezes, as crianças acabam colocando nas narinas e nos ouvidos. “Já tive que tirar várias peças pequenas que estavam enfiadas nos ouvidos e narinas das crianças, por não saberem manusearem aquele devido brinquedo. Por isso, é importante se atentar a faixa etária recomendada na caixa do brinquedo”.
Recomendação
A recomendação do médico otorrinolaringologista Dr. Carlos Guidi, é que os pais passem a regular e também a conscientizar seus filhos quanto a altura sonora dos jogos e brinquedos eletrônicos , afim de evitar futuras perdas auditivas.