No dia 02 de abril, será comemorado o Dia Internacional de Conscientização do Autismo. A data chama atenção para o Transtorno do Espectro Autista (TEA), um conjunto de síndromes que se caracteriza por problemas no desenvolvimento da linguagem, nos processos de comunicação, na interação e comportamento social da criança. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que, hoje, 70 milhões de pessoas no mundo possuem algum tipo de autismo; no Brasil, esse número chega a 2 milhões. Com causas ainda incertas, o TEA não possui cura, mas os pacientes podem ser reabilitados e tratados para que possam se adequar ao convívio social da melhor forma possível.
Maria Angélica Alves, de 33 anos, conta como descobriu que seu filho, Eric Alves Cardena de 3 anos, foi diagnosticado com autismo. “A princípio, foi um momento muito difícil, pois, eu não conhecia nada sobre esse assunto. Entrei em depressão no começo, mas, fui vendo que esse não era o melhor caminho e que o meu filho precisava de mim naquele momento”, conta.
Maria nos fala que, até o primeiro ano de Eric, ele se comportava como qualquer outra criança, mas, a partir daí, ela começou a notar comportamentos incomuns. “Ele não interagia com as crianças, não falava muito com ninguém e o contato com os olhos dele era muito disperso. Fui atrás de vários pediatras e todos eles me afirmavam que isso era típico de uma criança comum, mas, eu ainda não estava conformada com aquilo, até que surgiu a ideia de ir até uma neurologista infantil em Campinas. Foi ela que diagnosticou meu filho com autismo”, explica.
Escola e inclusão
Maria Angélica detalha a busca por uma escola onde haveria um apoio para o desenvolvimento do filho. “Depois de algum tempo procurando uma escola, o Eric iniciou na escolinha Nana Neném, em Cosmópolis, onde a aceitação e o apoio de todos foram agradáveis. Ao completar os 3 anos de idade, ele começou a frequentar a EMEI Esther Nogueira, onde a equipe está muito empenhada em ajudar na inclusão dele, e isso me alegra muito”, afirma.
Tratamento
Maria Angélica também nos conta que, através de profissionais, foi orientada a procurar por um novo método de tratamento, a “Medicina Integrativa”, que é uma abordagem orientada para um sentido mais amplo de cura, que visa tratar a pessoa em seu todo: corpo, mente e espírito. Enfatiza as relações entre o paciente e o médico, e combina tratamentos convencionais e terapias complementares cuja a segurança e eficácia tenham sido cientificamente provadas. “Eu obtive resultados visíveis em meu filho. Hoje, com 7 meses de tratamento, com fonoaudiologia, T.O. (Terapeuta Ocupacional) e junto com a medicina integrativa, vejo melhoras nele e rendimento. Isso me deixa mais que alegre e com mais força de vontade para continuar lutando”, explica.
Conselho
“Eu sei o quão dificil é o primeiro momento dessa fase, por isso, estou sempre à disposição para ajudar mães que estão sofrendo pelos mesmos problemas que um dia eu sofri. Aconselho as mães a não terem vergonha disso e nem medo. A qualquer desconfiança de comportamento que tiverem com seus filhos, procurem um profissional, corram atrás de informações pela internet e sempre lembrem-se: a primeira aceitação tem que vir dos pais que, na maioria das vezes, não querem aceitar que seu filho pode estar tendo alguma limitação, e seria muito importante ter uma base de conhecimento disso”, comenta.
Conscientização
Maria Angélica faz um apelo: “O índice de autismo, e de outras síndromes, nos dias de hoje, aumentou e seria muito importante que todos nós tivéssemos mais conscientização e divulgação do assunto, tanto para melhor desenvolvimento quanto para melhor atendimento a quem necessita. Campanhas e grupos sobre já seriam um ótimo começo”.