Apesar da vontade de continuar na cama ser enorme, malhar no frio traz benefícios ao corpo – desde que você o prepare para o esforço. Veja do que estamos falando:
O que você ganha
Mais desempenho – Aumente seu treino. No inverno, você não fica exausto tão facilmente e a frequência cardíaca se mantém mais baixa, desenvolvendo melhor o exercício.
Mais calorias queimadas – “Com a perda de temperatura corporal, nosso organismo se vê obrigado a aumentar a atividade metabólica para que as células consumam mais energia e a transformem em calor, o que acarreta um maior gasto calórico”, explica o fisiologista do exercício Saulo Santos.
Por um lado, as contrações dos nossos músculos durante a atividade causam um elevado gasto calórico, e por outro, para corrigir os desequilíbrios de temperatura, ar e líquidos corporais que o exercício ocasiona, nosso organismo precisa manter processos ativos que também consomem energia, segundo o fisiologista.
Mais saúde – Quem faz exercício tem menos infecções respiratórias. Se você hibernar durante o inverno, saiba que a imunidade vai despencar e as gripes e os resfriados vão tomar conta.
Cuidados – Quando praticamos exercícios no inverno, muito intenso ou muito prolongado no tempo, numa temperatura exterior excessivamente baixa, o efeito pode ser o contrário e debilitar nosso sistema imunológico”. Tudo tem seus limites. “As pessoas idosas, as que padecem de problemas respiratórios, como a asma, e as imunodeprimidas precisam evitar as horas mais geladas. Estas não devem praticar atividades ao ar livre, sobretudo para fazer exercício porque, quando este é realizado com frio, não dá tempo para que o ar que entra nos pulmões se aqueça e umidifique tanto como quando se está em repouso. Então, se torna um fator irritante para o sistema respiratório dessas pessoas”, aconselhou Saulo Fisiologia do Exercício.
O que você precisa fazer
Aquecer o corpo – No frio, a tendência é contrair a musculatura para evitar a perda de calor, o que deixa você mais vulnerável a estiramentos. Para se proteger, aqueça o corpo antes de dar a largada. Assim, você aumenta a irrigação sanguínea para os músculos. E hidrate-se, pois, no inverno, você perde líquidos sem perceber.
Aquecer a respiração – O trato respiratório também exige cuidado. Ao trotar ou correr, respire devagar. Se você acelerar no início, você pode hiperventilar. Isso desencadeia fechamento das vias respiratórias, ocasionando falta de ar e pressão no peito. Pior para quem tem asma, bronquite ou rinite, que poderá enfrentar uma nova crise.
→Montar o guarda-roupa – Para o personal, o ideal é vestir-se em três camadas: a primeira deve ser hidrófuga, ou seja, que expulse o suor para que não fiquemos frios, mas nada de algodão, pois, absorve o suor e nos deixa úmidos. A segunda tem de ser térmica. “Atualmente, há tecidos sintéticos térmicos bem transpiráveis, com pouco peso e grossura, que protegem muito bem das inclemências do tempo. A última peça de roupa deve ser um corta-vento, impermeável e transpirável. E, claro, logo depois de praticar esportes temos de nos abrigar bem, mesmo estando com calor, para evitar ficarmos frios”, conclui o personal.
Adotadas todas as precauções, a prática de exercícios com frio melhorará nossa forma física. O motivo: “Para tolerar a falta de calor e o exercício, nosso organismo tem que ‘adaptar-se’. Essas adaptações o tornam mais forte e melhoram sua condição em muitos aspectos: elevam a capacidade cardíaca, há um aumento dos litros totais de sangue e dos litros de ar por minuto que somos capazes de respirar em exercício de alta intensidade, além de haver crescimento das células musculares”, afirma Saulo. Assim, nos seguintes treinamentos essas condições adversas representarão menos estresse para nosso corpo porque estará muito mais preparado para enfrentá-las.