Artrose e osteoporose são recorrentes acima dos 65 anos

As articulações mais acometidas pela artrose são quadril, joelho e tornozelos, pois atuam sustentando o peso do corpo humano. Essas articulações, quando acometidas, levam a um elevado grau de limitação do arco de movimento e, principalmente, a dor. O mestre em ciência do movimento humano, ortopedista e traumatologista Dr. Raul Marcel Casagrande, conta que está ocorrendo um aumento no número de pacientes com artrose, principalmente, pela elevação da expectativa de vida e pelo aumento de peso da população.
Dr. Casagrande explica que a osteoartrose pode ser dividida em duas classes: Osteoartrose Primária, ou também denominada idiopática; e a osteoartrose secundária.
Na primeira, não se encontram evidências dos motivos de início da patologia, muitas vezes, são relacionados à hereditariedade. Estudos mais recentes demonstram que pequenas alterações do eixo mecânico do quadril ou joelhos podem ser os verdadeiros causadores dessa artrose.
Já na artrose secundária, é possivel identificar a causa inicial do processo degenerativo, podendo ser uma fratura prévia no quadril, índice de massa corpórea elevado (aumento do peso), um trauma na região, uma doença prévia como artrite reumatoide ou até mesmo um distúrbio sanguíneo ou infeccioso.
A osteoartrose coxofemoral, também conhecida como artrose do quadril, é o desgaste da articulação propriamente dita. Trata-se de uma alteração degenerativa do quadril em que há uma perda da cartilagem e, consequentemente, dor e diminuição da mobilidade desta articulação. É uma doença progressiva, portanto, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível.

Tratamento da artrose
O tratamento da artrose do quadril visa melhoria do quadro da dor e fazer com que o paciente retorne às suas atividades diárias sem limitações severas. Esse tratamento é multidisciplinar, ou seja, vários profissionais da área da saúde estão envolvidos no tratamento, e pode ser dividido em “conservador” e cirúrgico.
A fisioterapia vem se mostrado uma ótima opção para controle da dor e manutenção do tratamento, além de promover alívio da dor e melhoria da função do quadril, promove uma diminuição do uso de medicações.
O tratamento cirúrgico somente é indicado na falha do tratamento não cirúrgico e a principal indicação está relacionada à dor. Pacientes que não conseguem mais realizar suas atividades diárias devido à dor ou limitações funcionais.
A artroplastia de quadril, também conhecida como “prótese de quadril”, é o tratamento de escolha nos casos de falha do tratamento não cirúrgico em artroses avançadas.
É realizada a substituição da articulação coxofemoral por um componente acetabular e um componente femoral, fazendo com que estes funcionem de forma harmônica e devolvam a funcionalidade ao quadril afetado e mantenham o paciente sem dor.
Existem vários tipos de material para realização das artroplastias totais de quadril, hastes femorais cimentadas ou não cimentadas, cabeças femorais de metal ou cerâmicas, acetábulos de cerâmica ou polietileno, podendo ser esses cimentados ou não. A escolha do material a ser utilizado é individualizada, existindo indicação para cada tipo de paciente.

Artroplastia de quadril direito
O sucesso da cirurgia depende de um cirurgião capacitado e bem treinado para realização do procedimento, de um bom preparo pré-operatório, com exames para identificar possíveis alterações patológicas e que essas possam ser corrigidas antes do procedimento, de uma equipe cirúrgica coesa e eficiente e da cooperação pós-operatória do paciente.
O objetivo da artroplastia de quadril é devolver o paciente para suas funções diárias normais, sem dor, sem limitações, podendo ter uma vida ativa e saudável por muitos anos.
Entretanto, segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, 30% dos idosos sofrem, ao menos, uma queda por ano, sendo que um terço dos que fraturam o colo do fêmur podem falecer um ano após a fratura.
Com isso, Dr. Casagrande lembra que o número de fraturas do quadril e de cirurgias teve um aumento significativo nos últimos anos devido ao aumento do número de idosos e, portanto, um aumento da incidência de osteoporose.
As fraturas, geralmente, ocorrem em pacientes acima de 65 anos e são 3 vezes mais comuns em mulheres. Nos idosos, ocorre uma redução na formação óssea causada, principalmente, pela menor produção de hormônios. Apresentando ossos mais fracos, os idosos têm um risco aumentado de fraturas.

Dr. Raul M. Casagrande, Ortopedia e Traumatologia Especialista em Cirurgia de Fêmur, Quadril e Pelve Título de Especialista em Ortopedia e Traumatologia (SBOT) Título de Especialista em Cirurgia de Quadril (SBQ) Mestre em Ciências do Movimento Humano CRM 139.858 / TEOT 13.389 Centro Médico Cosmópolis Contato: (19) 3872.5909

Os idosos são mais suscetíveis a quedas, devido à falta de equilíbrio, efeitos colaterais de medicações, ausência de muletas (quando necessárias) e menor agilidade em situações de quedas.
Aproximadamente, metade dos pacientes idosos com fraturas do quadril não conseguem viver de forma independente após a fratura e a taxa de mortalidade no primeiro ano após a fratura varia entre 12 a 37% em diferentes estudos.
A maioria dos idosos submetidos a cirurgia por equipe especializada retorna às suas atividades, normalmente, em 4 a 6 meses.
O mestre em ciência do movimento Dr. Raul Casagrande destaca a importância de procurar um especialista em cirurgia de fêmur, quadril e pelve, pois, os resultados são significativamente melhores. Para tornar-se especialista nessa área existe uma rigorosa avaliação que é realizada a cada dois anos pela Sociedade Brasileira de Quadril, onde o ortopedista tem que provar conhecimento e estar apto para realizar esses procedimentos.

 

Tipos de fraturas
As fraturas no fêmur podem ser divididas em: cabeça femoral, colo femoral, transtrocanterianas, subtrocanterianas e diáfise do fêmur.
Nos idosos, a grande maioria das fraturas, mais de 90% dos casos, consiste nas fraturas de colo femoral e transtrocanterianas.
A fratura de colo femoral tem uma característica importante, ela está “dentro” da articulação, portanto, seu tratamento deve ser realizado cirurgicamente sempre. mesmo em casos sem grandes desvios. Pode ser tratada com parafusos canulados ou próteses de quadril, sendo os primeiros recomendados para pacientes com fraturas sem grandes desvios ou pacientes mais jovens.
Já as fraturas transtrocanterianas ficam “fora” da articulação, também têm como principal escolha o tratamento cirúrgico. Estudos mostram que pacientes não operados têm maior chance de morte no primeiro ano após a fratura. Para o tratamento dessas fraturas, podemos utilizar placas ou hastes femorais. Cada fratura tem uma característica específica em que podemos indicar o melhor material para aumentar a chance de consolidar a fratura.