Provavelmente, todos nós já participamos de despedidas. E algumas destas despedidas foram doloridas. Do tipo que produz um nó na garganta da gente. Despedidas onde, entre outros pensamentos, surgiu também este: Será que vamos nos rever? Como vai ser o nosso dia a dia de agora em diante?
Existem também as despedidas mais light. Despedidas que são um “até breve”, se Deus quiser. No entanto, até certo ponto, todas as despedidas, pelo menos para mim, não são lá muito agradáveis e consoladoras. Enfim, não gosto muito de despedidas.
Creio que, infelizmente, a cristandade em geral está perdendo cada vez mais a importância da despedida de Jesus – Ascensão. Lembro-me do tempo de menino onde esta data fazia parte do calendário festivo de nossa Congregação. Se fizermos perguntas hoje em nossas Congregações sobre esta data, poucos são os que responderão alguma coisa. Porém, é preciso que olhemos para a Ascensão de Jesus como um acontecimento de extrema importância, pois, Jesus voltando para o céu, promete o envio do Consolador. Ele pede que Seus discípulos fiquem reunidos em Jerusalém à espera deste Consolador. E esta espera termina no dia que nós conhecemos como Pentecostes, – dez dias depois da Ascensão – quando, espetacularmente, se cumpre a promessa de Jesus aos Seus discípulos.
Jesus não Se despediu, simplesmente, de Seus discípulos, deixando-os sós, entregues às suas próprias fraquezas. Jesus sabia que se o destino da igreja dependesse dos discípulos, o mesmo seria um completo fracasso. Mas, com a presença do Espírito Santo, nada e ninguém poderia impedir que a “água da vida” chegasse às nações.
Nesse sentido, podemos e devemos lembrar a Ascensão como uma despedida muito importante. Pois Aquele que Se despede o faz na intenção de preparar, mais do que nunca, os Seus discípulos para o bom desempenho da Sua igreja, por meio do testemunho.
Em Atos 1.1-11, entre outros destaques, está a recomendação de que os discípulos deveriam, reunidos em Jerusalém, aguardar a “promessa do Pai” – Espírito Santo, para que Dele recebessem o poder com o fim de serem testemunhas de Jesus, tanto em “Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo”.
Portanto, podemos dizer que a despedida de Jesus foi cheia de significados, repleta de importâncias. Não foi uma despedida do tipo “de agora em diante se virem”. E sim: “Eu vou estar e continuar com vocês para o que der e vier. Eu vou estar com vocês aconteça o que acontecer. Eu vou estar com vocês, abençoando o vosso testemunho, demostrem sua fé através de seu viver e de suas ações.
Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Jesus não deixou sozinhos os Seus discípulos de então. Jesus também não deixou e deixa sozinhos os Seus discípulos de hoje. Ele, igualmente, envia o mesmo Espírito Santo aos Seus discípulos de hoje, capacitando-os a levar a “água da vida” para aqueles que não sabem de Sua existência. E são muitos que ainda não tomaram conhecimento da existência desta água. Outros tantos bebem de águas procedentes de “fontes contaminadas” com todo tipo de “venenos espirituais” que acabarão por levar estes à morte e condenação eternas.
Não, Jesus não nos deixou sozinhos e abandonados à nossa própria sorte, esperando que nós nos viremos, baseados em nossas próprias virtudes e capacidades. Ele sabe o quanto somos falhos e fracos. Ele sabe de nossa pecaminosidade. Ele sabe o quanto precisamos do Espírito Santo a fim de que sejamos consolados, confortados e orientados com o perdão dos pecados – todos somos pecadores – e assim possamos ser Suas “testemunhas até os confins da terra”.
Somos discípulos de Jesus? Então, podemos contar com a assistência do Espírito Santo na tarefa de sermos as testemunhas de Jesus. O Espírito Santo produz verdadeiros milagres nesse sentido. É só olharmos para o resultado da ação do Espírito Santo no Dia do Pentecostes. Os discípulos, bando de homens cheios de defeitos e dúvidas, passam a testemunhar vigorosa e destemidamente a respeito da “água da vida! O que, por exemplo, dizer do testemunho de Pedro. Ele, que poucos dias antes negara Jesus de maneira tão vergonhosa? Só pela ação do Espírito Santo, enviado por Jesus, eles puderam testemunhar, nesta ocasião e até o fim de suas vidas, neste mundo.
Amados em Cristo Jesus! Tenhamos sempre a certeza de que Deus não deixa os Seus filhos abandonados. A despedida de Jesus não foi um “para nunca mais”. Foi uma despedida para enviar o Espírito Santo aos discípulos. O Espírito Santo veio e agiu com e nos discípulos de então. Este mesmo Espírito Santo agiu através dos séculos, chamando, congregando e santificando a toda a cristandade na terra. Inclusive, a nós.
Levemos a “água da vida” até os confins da terra, pregando arrependimento dos pecados e o perdão em Cristo Jesus. Amém.
Pastor Elton Rost
Congregação Evangélica Luterana Paz
Rua José Morelli, 193
Bela Vista IV
Cosmópolis, SP