Assembleia de Deus faz 70 anos em Cosmópolis

O ano de 2017 foi excepcionalmente marcante para a igreja Assembleia de Deus, Ministério de Madureira. A catedral, que completou 70 anos de atividade em Cosmópolis, realizou a maior festa de sua história no mês de outubro, o Jubileu de Vinho. Para homenagear estes 70 anos, pedimos ao pastor presidente, Alcides José Balarin, que contasse a trajetória de sua família na construção dessa comunidade cristã evangélica na cidade de Cosmópolis.

Pastor Alcides inicia contando que seu pai, José Balarin, veio de São João da Boa Vista e sua mãe, Mercedes Cruz Rosa, de São José do Rio Pardo, para trabalhar na roça com a produção de açúcar. Ambos chegaram ainda crianças e casaram-se quando adultos. Após o casamento, seu pai se viu doente e impossibilitado de trabalhar. “Na época, não havia médicos na cidade, por isso, era necessário deslocar-se até Campinas para ser atendido. Lá, meu pai descobriu que não poderia curar sua doença e que possuía pouco tempo de vida”, conta o Pastor. A partir de então, as coisas complicaram para a família. Apenas sua mãe trabalhava e, o pouco que recebia, usava para custear os remédios do marido. Passado um tempo, ela começou a sofrer de ataques epiléticos.

Foi um choque.  Doente, sem trabalho e com a esposa sofrendo de epilepsia, algo que poderia tirá-la de seu trabalho a qualquer momento. O que fariam para sustentar a família? Pastor Alcides conta que, com esse dilema em mente, seu pai começou a pensar em suicídio.
“Decidiu que iria se envenenar. Chegou até a sair para comprar veneno, mas, uma voz o mandou retornar para casa. Ele voltou chorando de desespero”.

No domingo seguinte, alguns irmãos de Engenheiro Coelho, cientes da situação daquela família, foram visitá-los para pregar o evangelho. “Recebemos o convite para nos entregarmos a Jesus, mas, meu pai negou por medo de perder a ajuda dos parentes, que não eram crentes. Entretanto, as palavras que ouviu lhe trouxeram tanta paz que ele passou a almejar, constantemente, uma nova visita. No domingo que se sucedeu, os recebemos novamente em nossa casa e, mais uma vez, ninguém se converteu. Não lembro exatamente quantas visitas foram necessárias para que alguém cedesse, mas, em um determinado dia, no meio do culto, meu pai não aguentou e se ajoelhou para aceitar o evangelho. Toda a família se tornou crente em Jesus a partir de então”, conta com um sorriso no rosto.

Após isso, as mudanças foram eminentes. Seu pai começou a trabalhar como marceneiro, sua mãe deixou de sofrer ataques epiléticos e a família passou a realizar cultos dentro de casa. A vizinhança comparecia e sempre havia alguém se entregando a Jesus. “Para as pessoas que viram meu pai doente, de repente, o verem saudável e trabalhando novamente era motivador. Um testemunho vivo de tudo o que Deus havia feito na vida dele!”, afirma Pastor Alcides.

A comunidade cresceu e logo se viu necessário um novo lugar para a realização dos cultos. “Alugamos um salão na Avenida Ester, e assim fomos migrando até chegarmos ao salão onde, atualmente, encontra-se a Escola Macalão”.

Presidência

Pastor Alcides assumiu a presidência da igreja no ano de 1980. Em seu coração, havia o desejo de construir um novo local para abrigar os membros. Com quatro lotes já comprados, iniciou-se a construção da atual sede, popularmente conhecida como Catedral da Fonte, em 1983.
“Nossa vontade era de ver o trabalho crescer, mas não pensávamos muito nisso. Deus abençoou e conseguimos aumentar tanto o tamanho de nossa igreja, quanto o número dela. Já chegamos a ter 60, incluindo algumas localizadas em diversas cidades do interior de São Paulo e no estado de Minas Gerais”, conta, orgulhosamente.  Atualmente, a catedral ocupa quatorze lotes.

O pastor ainda conta que passou por alguns problemas com a abertura de igrejas.  “Quando se inicia uma nova congregação, é necessário um suporte financeiro para o aluguel do salão e para o salário do pastor que irá dirigi-la”.

Mas, apesar de tudo, com quase 40 anos como pastor presidente, Alcides José Balarin diz sentir-se extremamente satisfeito com seu trabalho. “Sempre há coisas novas para nos surpreender e marcar nossas vidas. É gratificante saber que estamos ajudando pessoas fora de Cosmópolis e, sobretudo, que podemos ajudar”.

Jubileu de Vinho

Para comemorar os 70 anos de toda essa história, foram necessárias 165 reuniões que deram origem ao Jubileu de Vinho.
Até então, a maior festa já realizada pela Assembleia de Deus havia sido o Jubileu de Ouro, com intuito de festejar os 50 anos da igreja e que, segundo o pastor, foi um marco em sua vida como presidente. “Simplesmente, a maior festa realizada em Cosmópolis por uma igreja evangélica!”, conta com orgulho e saudade.

A festividade, que aconteceu no mês de outubro, contou com a presença de diversas personalidades do mundo gospel, distribuídas em 15 dias de comemoração. Para o pastor Alcides, o resultado foi satisfatório. “Houve problemas, é claro. Uma festa grande como essa sempre traz prejuízos, mas, ouvir testemunhos de pessoas que, na noite da festa, desistiram de se matar, pois lhes foi apresentado Jesus, é extremamente gratificante! Faz tudo valer a pena no final das contas”, finaliza.