Atendimento odontológico para pacientes especiais (PcD)

O mais indicado seria sempre a prevenção já iniciada na primeira infância, pois assim o acompanhamento frequente impediria e criaria hábitos rotineiros de higienização, fazendo com que cresçam e se acostumem com a escovação

Amanda Gama Romanezi
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Uma área da odontologia pouco discutida e que abrange uma enorme responsabilidade, tanto profissional quanto dos responsáveis, é o atendimento de pacientes especiais. Podemos definir como paciente especial desde uma criança com “medo”, receios de ser atendida até mesmo pessoas com alguma alteração no quadro de saúde, podendo ser ele: físico, psicológico ou até mesmo sistêmico.
Segundo estudos recentes no Brasil e de acordo com informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 24% da população são portadores de algum tipo de deficiência, ou seja, em números, correspondem a 45 milhões.
Será que estas pessoas ou seus responsáveis encontram facilidade no atendimento odontológico? Ou será que muitas vezes se deparam com a falta de informações sobre como realizar a correta higienização e cuidado bucal? Atualmente, existem diversas técnicas de tratamento com estes pacientes, desde a correta orientação de escovação para cada caso, como técnicas de atendimento, sempre lembrando que, antes de qualquer coisa, é indispensável a correta anamnese com o profissional escolhido, pois este precisa conhecer seu paciente, suas dificuldades e principais problemas existentes, sendo eles bucal ou também relacionado à sua saúde. Esta etapa é fundamental, principalmente, antes de realizar qualquer procedimento, sempre com o adequado acompanhamento médico e de exames necessários antes de se realizar qualquer procedimento invasivo de tratamento.
O mais indicado seria sempre a prevenção já iniciada na primeira infância, pois assim o acompanhamento frequente impediria e criaria hábitos rotineiros nestes pacientes de higienização, fazendo com que cresçam e se acostumem com aquela informação. Porém, muitas vezes, os cuidadores e responsáveis enfrentam dificuldade em encontrar um profissional que saiba passar estas informações preventivas adequadamente. Não sendo realizado o acompanhamento preventivo, a situação foge do controle e pode causar diversos problemas, desde dor até mesmo complicações mais severas.

Paciência é a palavra-chave principal para o sucesso do atendimento

Vale a pena ressaltar que sempre a prevenção é melhor do que a intervenção, porém, estes casos em que o quadro já fugiu do controle, requerem uma atenção maior tanto profissional quanto familiar para resolução dos problemas com o profissional capacitado neste atendimento, para que a rota seja retomada e não saia do controle novamente.
Existem alternativas, hoje em dia, para estes atendimentos, como: atendimento hospitalar ou até mesmo atendimento no próprio consultório do dentista, pois, muitas vezes, é possível realizar atendimento, conquistando a confiança do paciente e, com o tempo, gerando um maior conforto para o atendimento do mesmo, lembrando que cada caso deve ser avaliado individualmente pelo profissional escolhido.
Já em relação a técnica de escovação e prevenção, o ideal seria adaptar desde pequeno a criar este hábito rotineiro sempre com acompanhamento profissional, pois muitas vezes, há uma grande dificuldade destes pacientes deixarem realizar a escovação correta, principalmente, nos casos dos pacientes com quadro de alteração psicológica.
Nestes casos, uma boa orientação profissional deve ser solicitada desde pequeno para que os familiares e paciente especial cresça com este hábito, se tornando comum a realização todo dia. Já em casos de alterações motoras e físicas, muitas vezes, uma adequação no uso de escovas dentais pode ser necessária para maior facilidade na hora de escovação dental.
Nos casos de crianças que possuem medo do dentista, “o desconhecido” pode ser assustador para elas, devendo os pais e o profissional procurar maneiras de melhor adaptar a criança aos atendimentos, tornando o procedimento mais confortável aos pequenos. Podemos optar por uso de sedação inalatória, o que deixa a criança muito mais calma e confortável e o profissional terá maior visão para realizar o atendimento de maneira mais adequada e com melhor colaboração, porém, cada caso deve ser analisado individualmente e junto com os responsáveis. Esta técnica vem sendo muito indicada tanto em crianças como em adultos que possuem medo e receio com um trauma já instalado.
Pacientes especiais, portanto, abrangem muito mais do que se pode imaginar, sendo sempre um grupo de pessoas que requerem uma atenção especial, uma responsabilidade e cuidado maior com muito carinho e precisão nos atendimentos. Paciência é a palavra-chave principal!! Com ela, você terá o sucesso, sempre dependendo de colaboração mútua dos cuidadores com os retornos programados e a prevenção, pois pela dificuldade no geral, sempre é melhor o quadro preventivo do que o que a condição fora do controle, sendo assim as orientações adequadas sempre devem ser seguidas desde a primeira infância com o profissional capacitado e indicado para estes atendimentos.