A osteoporose é uma doença que se caracteriza pela diminuição de massa óssea
O osso, além de promover sustentação ao nosso organismo, é a fonte de cálcio necessária para a execução de diversas funções, como os batimentos cardíacos e a força muscular. É uma estrutura viva que está sendo sempre renovada. Essa remodelação acontece diariamente em todo o esqueleto, durante a vida inteira.
A osteoporose é uma doença que se caracteriza pela diminuição de massa óssea, com o desenvolvimento de ossos ocos, finos e de extrema sensibilidade, tornando-os mais sujeitos a fraturas.
Os nossos ossos recebem forte influência do estrogênio, um hormônio feminino, mas que também está presente nos homens, só que em menor quantidade. Este hormônio ajuda a manter o equilíbrio entre a perda e o ganho de massa óssea. Por este motivo, as mulheres são as mais atingidas pela doença, uma vez que, na menopausa, os níveis de estrogênio caem bruscamente. Com esta queda, os ossos passam a se descalcificar e se tornam mais frágeis. De acordo com estatísticas, a osteoporose afeta um homem para cada quatro mulheres.
Os locais mais comuns atingidos pela osteoporose são a espinha (vértebras), a bacia (fêmur), o punho (rádio) e braço (úmero). Destas, a fratura mais perigosa é a do colo do fêmur. Um quarto dos pacientes que sofrem esta fratura morrem dentro de 6 meses.
O diagnóstico precoce da osteoporose é feito pela medida da Densitometria Óssea. Possuem maior risco para desenvolver osteoporose as mulheres, indivíduos de raça branca, que tiveram menopausa precoce e não fizeram reposição hormonal, os fumantes, que possuem história de fraturas na família, que possuem doenças graves ou que utilizam corticoides por longo tempo.
O risco de desenvolver a Osteoporose pode ser reduzido, se medidas como uma alimentação rica em cálcio, manutenção de uma atividade física e aporte adequado de Vitamina D foram proporcionados ao longo da vida. Entretanto, é importante salientar que, mesmo com todos estes cuidados, uma parte dos indivíduos vai ter osteoporose, pois, a herança genética ainda não pode ser modificada.
Mas, a boa notícia é que existem tratamentos eficazes, caso você já tenha a doença.
Há um conjunto de fatores que influenciam e favorecem o desenvolvimento da Osteoporose.
Menopausa: com a interrupção da menstruação, ocorre diminuição dos níveis de estrógeno (hormônio feminino), que é fundamental para manter a massa óssea.
Envelhecimento: a perda de massa óssea aumenta com a idade.
Hereditariedade: a Osteoporose é mais frequente em pessoas com antecedentes familiares da doença.
Dieta pobre em cálcio: o cálcio é fundamental na formação óssea. Sua obtenção a partir da alimentação é imprescindível para prevenir a Osteoporose.
Excesso de fumo e álcool: tem-se observado maior incidência de Osteoporose entre as pessoas que consomem álcool e fumo em excesso.
Imobilização prolongada: o exercício físico constitui um importante estímulo para a formação e o fortalecimento dos ossos. Grandes períodos de imobilização e a falta de exercícios podem levar à Osteoporose.
Medicamentos: alguns medicamentos, como os corticóides, em tratamentos de longa duração, favorecem a redução da massa.
Sedentarismo: A falta de atividade física é uma das principais causas de estabelecimento de osteoporose em pacientes sem outros fatores de risco, sendo um fator de risco facilmente modificável.
Entre os fatores de risco da osteoporose (sexo, raça, hereditariedade, menopausa, dieta e farmacológicos), podemos destacar a inatividade física como um dos fatores mais importantes. Talvez se um maior número de pessoas estivesse engajado em um programa de atividade física, muitos problemas poderiam ser evitados, possibilitando uma vida mais produtiva, com melhor qualidade. Aumentar a atividade física reduz a perda óssea e o risco de quedas.
A atividade física é importante e contribui muito, pois, aumenta a força do músculo exercitado e também do osso. Como o músculo está ligado a um osso através de tendões, os tendões farão uma pressão maior no osso na hora da atividade. Para que esse osso aguente a pressão, ele também irá se adaptar e se fortalece, aumentando a sua massa óssea com maior absorção de minerais (cálcio e fósforo).
Algumas das práticas que podem ser realizadas em pessoas com osteoporose:
– Alongamento geral;
– Correção da postura;
– Atividades de impacto ósseo (caminhada, corrida, subir escadas);
– Atividades de grande sobrecarga muscular (musculação). A musculação, como treinamento de força, desenvolve e mantém a estrutura muscular e óssea, sendo o mais eficiente estímulo conhecido para tal objetivo. Além de proporcionar um aperfeiçoamento no equilíbrio, por trabalhar o corpo de forma simétrica, é uma atividade de fácil controle de intensidade, com uma boa margem de segurança cardiológica, proporcionando uma melhora da coordenação motora e auxiliando na prevenção de fraturas, que é uma consequência mais grave de osteoporose.
– Atividades aeróbias (benefícios cardiovasculares).
Os pacientes devem ser estimulados a fazer exercícios; um programa de atividade física pode ser encontrado em muitos lugares (o mais importante é que esses exercícios devem ser com carga e realizados durante pelo menos 30 minutos por dia).
Um dos exercícios mais simples é caminhar. Os exercícios não devem aumentar o risco de queda, nem sobrecarregar excessivamente qualquer osso, sendo que o exercício é uma proposta para aumentar a massa óssea e a massa muscular, ou seja, a capacidade funcional, a fim de prevenir quedas e assim reduzir o número de fraturas.
O impacto da atividade física é essencial para o desenvolvimento do esqueleto durante a infância e na adolescência e para manter a massa óssea em adultos jovens. A prática de atividade física em uma pessoa com osteoporose deve ser realizada com cuidado. Procure antecipadamente um médico ortopedista, veja as precauções existentes ao praticar um exercício e siga corretamente os métodos adotados por um profissional qualificado e competente.
Dr. Raul M. Casagrande
Ortopedia e Traumatologia
Especialista em Cirurgia do Fêmur, quadril e pelve
CRM 139858
Teot 13388
SBQN 0770