Ator Kiko Pissolato vive um policial gay em nova série no Canal Brasil e streaming Globoplay

Ator detalha sua trajetória até dar vida ao agente Rocha, personagem do seriado ‘Chuva Negra’

Francisco José Rodrigues de Moraes Pissolato (43), nascido em Piracicaba, mudou-se para Cosmópolis com apenas um ano de idade. Ator, hoje, é nacionalmente conhecido como Kiko Pissolato e aumentou a lista de personagens aos quais deu vida. Agora, ele interpreta um policial civil homossexual na série “Chuva Negra”, que estreou no dia 24 de março no Canal Brasil e também no streaming Globoplay.

 

Kiko conta que, desde menino, teve muito interesse pelo mundo das artes.
“Acho que todos nascemos artistas e vamos descobrindo esse dom ao longo da vida. Sempre tive vontade de explorar esse meu lado artístico, fiz aulas de piano, canto, participei de coral, participei de teatro da escola, aula de lambada em Cosmópolis e também sempre desfilava nos carnavais da cidade. Eu ainda fazia filmes caseiros com meus primos, que tinham câmeras na época. Porém, na hora de escolher a profissão, por também ter um lado atleta, acabei indo estudar Esporte na Universidade de São Paulo (USP). Foi nessa época, em São Paulo, que descobri o teatro e comecei a estudar, aos 22 anos, em 2002. Dois anos depois, fiz minha estreia profissional no teatro com a peça ‘Em Outubro flores’”, conta o ator.

Kiko fala um pouco sobre a reação da família ao contar que estava se matriculando em um curso de teatro. “No começo, rolou aquele estranhamento, afinal, nunca comentei muito sobre esse desejo meu. Após me formar na USP, iniciei um curso de teatro. Mudei para São Paulo no início da faculdade, foi uma transição difícil, sair de uma cidade pequena para a capital.

Como ator, foi um caminho muito longo, não conhecia ninguém do meio artístico, nenhuma escola preparatória. Foram inúmeros testes; costumo falar que devo ter feito uns quinhentos testes na vida para cinquenta trabalhos, incluindo teatro, cinema e TV. Escutamos muitos ‘nãos’ nesta carreira – um mercado muito concorrido”.
Para a série “Chuva Negra”, Kiko recebeu o convite do Rafael Primot, roteirista e personagem da série. “Já nos conhecíamos, tínhamos uma admiração mútua pelo trabalho um do outro. Assim que ele me fez o convite, fiquei muito feliz com a oportunidade, é um personagem que foge da caixinha em que sou colocado no audiovisual, estereótipos que venho fazendo ao longo da minha carreira.

Já dei vida a vários personagens fortes, explosivos e intensos. Com o Rocha, consegui ter experiências novas, ele é um personagem gay, sua personalidade é mais sensível, contida e emocional”, explica.
Não foi a primeira vez que Kiko deu vida a personagem homossexual. No teatro, o ator já interpretava personagens gays e foi indicado a um prêmio por sua atuação, mas no audiovisual foi sua primeira vez. “É muito legal poder representar todo e qualquer tipo de personagem, costumo dizer que todos fazem parte de mim. Me identifico um pouco com cada personagem que eu já dei vida, até nos personagens mais inusitados já me identifiquei, nem que seja por um curto período de tempo”.

Para o ator, a sexualidade de seu personagem não influencia na hora da execução do trabalho. “Foi um prazer fazer este trabalho, o fato dele ser gay, para mim, acaba sendo indiferente no que é fazer o trabalho, no sentido de fazer cenas românticas com um homem ou uma mulher, é uma relação de amor entre duas pessoas, independente do sexo. Por mais que ainda temos que falar muito sobre este assunto e seja um tabu para muitos, espero que as próximas gerações venham sendo cada vez mais abertas para pautas como esta”, conclui o ator.