Áudio informando possível sequestro começou como um alerta entre irmãs

A mulher que gravou um áudio, no início da semana, informando uma possível tentativa de sequestro, disse que tudo começou como um alerta em família.

Na manhã de quinta-feira (22), a autora do áudio, juntamente com sua irmã, concederam entrevista, explicando que tudo não passou de uma preocupação com as crianças da família. A pedidos, elas não serão identificadas.

O áudio

No áudio, uma mulher alerta para o fato de ter recebido a informação de que sua irmã teria presenciado uma tentativa de sequestro em dois lugares – uma perto da sua casa e a outra próxima a uma escola, no Centro.

O áudio continua dizendo que os sequestradores seriam uma mulher, vestida de enfermeira, e um homem, com uma camisa preta, com a inscrição da Polícia Civil. O veículo utilizado seria um carro preto, mas, a gravação não dá nenhum tipo de informação sobre modelo ou tipo de carro.

O áudio começou a circular nas redes sociais no fim da manhã de segunda-feira (19) e se espalhou rapidamente.

A mulher, moradora do Bairro Baguá, disse que realmente presenciou uma situação suspeita, no início do dia, entre às 7h30 e 8h00. No entanto, em sua versão, ela disse que viu um carro, parado na esquina, com duas pessoas dentro. Quando ela se aproximou do portão, o carro saiu em alta velocidade.

“Quando o carro saiu, eu consegui ver duas pessoas dentro. Uma de branco e outra de preto, de óculos escuros. Mas eu não consegui ver a fisionomia das pessoas”, ela disse.

Em seguida, uma menina, que ela não sabe dizer onde mora, nem tampouco quem é a sua mãe, se aproximou, correndo.

A menina chegou dizendo que teria sido abordada pelo casal. Mas, logo em seguida, a mãe da menina apareceu e a mulher a alertou, dizendo para que procurasse a polícia, caso a versão da menina fosse verdade.

A mulher confessa que, em momento algum, viu que a possível sequestradora estivesse de jaleco e que o motorista do carro estivesse com alguma camiseta com a inscrição da Polícia Civil. Ela informou que ouviu isso de outras pessoas, mas que também não consegue se lembrar de características físicas, e do veículo usado.

Ela também confessou que apenas ouviu dizer que algo semelhante teria acontecido próximo a uma escola, no Centro. No entanto, não sabe dizer data, hora, nem confirmar se isso realmente aconteceu.

O aviso para a irmã

Após presenciar a situação suspeita e de ouvir dizer que situação semelhante teria acontecido no Centro, a mulher ligou para a irmã, alertando sobre os fatos.

Assustada, com a informação recebida da irmã, ela gravou o áudio e enviou para o grupo da igreja, também com a intenção de chamar a atenção das amigas para o cuidado com as crianças, no trajeto da escola.

“Aí eu gravei o áudio, porque eu sou muito desesperada como mãe. Eu me desesperei, confesso. Não foi a minha intenção causar isso tudo, foi preocupação de mãe. E eu não gostaria que isso acontecesse com meus filhos”, ela afirmou.

Ainda na segunda-feira (19), a Polícia Civil e a Polícia Militar informaram que desconheciam as informações passadas sobre uma possível tentativa de sequestro, ocorrida próxima a uma escola.

O Delegado Titular de Cosmópolis, Dr. Fernando Fincatti Periolo, foi procurado para falar sobre o caso. “Até o momento, nós não registramos nenhuma ocorrência relativa a um possível sequestro na delegacia”.

Também é citado no áudio que a ‘Polícia’ teria sido chamada e informou que seria uma quadrilha que estaria realizando sequestro de crianças, na porta das escolas, para a retirada de órgãos.

O Capitão Alexandre Hoio, Comandante da 3ª Cia da Polícia Militar, também foi procurado. Questionado, o Capitão informou que a PM desconhece qualquer solicitação relacionada a ocorrências de tentativa de sequestro. “Havendo qualquer fato anormal, que envolva a segurança das pessoas, a Polícia Militar vai ser a primeira a alertar a população, porque trabalhamos para as pessoas de bem”, completou.

O que fazer?

Caso haja alguma situação real de risco, em que alguém, pessoalmente, tenha presenciado, a orientação é para que informe a Polícia Militar ou que registre o fato na Delegacia de Cosmópolis.

No fim, tudo não passou de uma grande confusão e um excesso de cuidado. Sobre novos alertas, uma delas ainda disse “nunca mais. Áudio meu, circulando por aí, nunca mais”.