Patologia pode acometer os dois lados em 50% dos casos, e geralmente um lado de cada vez
Até o momento, ainda estão sendo estudados os impactos tardios da Covid-19. A chamada “síndrome pós-covid” já conta com alguns sintomas, entre eles: névoa mental e/ou esquecimentos frequentes, perda do paladar e olfato, dificuldade de concentração etc.
Um outro sintoma que está sendo pesquisado e pode entrar para essa lista é a osteonecrose do quadril, ‘morte’ óssea da cabeça femoral, que geralmente evolui para o colapso e destruição da articulação.
Um estudo publicado no Journal of Regenerative Biology and Medicine, por pesquisadores do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Complexo Hospitalar Professor Edgard Santos (HUPES) da Universidade Federal da Bahia, confirma o impacto da Covid-19 nos casos de osteonecrose com a realidade de pacientes brasileiros.
Entre as causas mais comuns da osteonecrose do quadril estão o uso excessivo de álcool e corticoides, traumas, histórico de doenças sanguíneas, quimioterapia e problemas do metabolismo lipídico.
Justamente por esse excesso de corticoides no tratamento de fases agudas da Covid-19, acredita-se que essa possa ser uma possível causa do aumento da incidência de osteonecrose em pacientes que já tiveram contato com o vírus.
Apesar dessa hipótese, ainda não se sabe exatamente o motivo por trás desses casos. Uma outra possibilidade é a própria infecção da Covid-19 provocar a “morte” óssea da cabeça femoral, uma vez que a doença pode causar uma síndrome pró-trombótica, provocando uma obstrução dos vasos da cabeça femoral e levando a necrose.
A osteonecrose de quadril apresenta dois sintomas principais.
• Dor súbita ou progressiva na região da virilha, que pode ser irradiada para a parte interna da coxa e joelho;
• Limitação da mobilidade do quadril acometido, gerando dificuldade para atividades rotineiras como calçar sapatos, amarrar cadarços e cortar as unhas dos pés.
Além disso, a progressão da doença pode acarretar uma artrose secundária.
O tratamento para a osteonecrose do quadril é dividido em duas etapas:
A primeira, quando a doença ainda está no início, consiste em diminuir a carga do paciente — por meio da utilização de muletas — e uso de medicamentos para alívio da dor. Um procedimento chamado Descompressão da cabeça femoral pode ser realizado utilizando técnicas minimamente invasivas e enxertos ósseos.
A segunda, quando a condição já progrediu e há deformidade da cabeça do fêmur, a recomendação é a prótese de quadril, ou seja, substituir a articulação acometida pela doença por uma articulação artificial.
O procedimento pode ajudar a acabar com a dor do paciente e devolver sua mobilidade, sendo a cura definitiva para a patologia.
Vale ressaltar que essa patologia pode acometer os dois lados em 50% dos casos, e geralmente um lado de cada vez.