Autoestima é uma qualidade ou condição psicológica de quem está satisfeito consigo mesmo e demonstra confiança no próprio modo de ser e de agir. Quando uma pessoa está bem com ela mesma, ela acaba transmitindo esse bem-estar a outros. A autoestima também favorece com que cuidemos da nossa saúde física (praticando exercícios), emocional (fazendo terapia), e da nossa aparência (cabelos, barba, pele, roupas limpas, higiene entre outras).
“Assim como o sentimento de autoestima, a baixa autoestima não está presente apenas entre os adultos, também pode estar integrado no universo dos adolescentes e das crianças.
Crianças com autoestima saudável tendem a pensar coisas boas sobre si, conseguem enxergar suas qualidades. Sentem-se aceitas e valorizadas. Muitas vezes, sentem orgulho de si próprias por terem realizado algum feito e
sentem-se até preparadas para alguns desafios, sentindo confiança em si”, explica Maristela T. L. Ramos, psicóloga.
A autoestima é afetada pelas experiências e exigências recebidas do mundo exterior, “a sociedade exige que as pessoas se moldem a padrões de comportamentos, beleza, escolhas iguais ao da maioria. Se isso não é cumprido, a autoestima pode ser abalada, pois há uma espécie de “cobrança” (olhares, chacotas, cochichos, afastamento das pessoas, entre outros)por ser diferente”, diz e ainda completa que “às vezes, um simples corte de cabelo diferente, que não agrade os demais, pode fazer com que a pessoa sinta-se inferior. A baixa autoestima pode desenvolver sentimentos como angústia, dor, desânimo, preguiça, vergonha e outros sentimentos ruins”.
Maristela explica que o fator que mais influencia na autoestima das crianças é o ambiente familiar, “pois, é dentro dele que as crianças vão crescendo e formando sua personalidade. Para a criança, o que a sua família pensa dela é de fundamental importância. Desde bebê, quando este começa a andar, se os adultos veem a situação como uma obrigação, e não como uma conquista, pode ser que ela não se sinta suficientemente estimulada para seguir se esforçando para superar-se. Todas as sensações vivenciadas na infância podem se repetir na idade adulta, isto é, a autoestima é construída desde a infância e para isto deve ter uma base sólida, para que quando adulta, mesmo passando por momentos em que sua autoestima se abale, ela consiga equilibrá-la”.
As crianças dão sinais de que a autoestima está baixa e os pais devem ficar atentos quando perceberem que a criança fica excessivamente preocupada e sensível às opiniões que outras pessoas têm sobre ela. Maristela exemplifica, “ao menor sinal de frustração ao iniciar algo, desistem. Na maioria das vezes, acredita que não vão conseguir concluir uma tarefa, e logo inventam outras situações para fazer. As notas da escola diminuem e a criança perde o interesse por atividades, passeios, brincadeiras que gostava de fazer. Seu humor muda constantemente, podendo apresentar tristeza, choro, explosões de raiva e silêncio. Evita o contato com amigos. Tem comentários críticos a si mesmo como: ‘as outras crianças são mais espertas que eu’, ‘tiram melhores notas que eu’, ‘não consigo aprender’, ‘ninguém gosta de mim’, ‘sou feio’, ‘eu não faço nada certo’”.
Alguns exemplos de como os pais podem ajudar a criança a cultivar a autoestima são: elogiar sem excesso, como devido a algum esforço, progresso ou atitude que ela demonstrou. Os pais sempre serão modelo para os filhos, por isso, demonstrar disposição para fazer tarefas do dia a dia, para ir ao trabalho, orgulhar-se de um trabalho bem feito pode fazer com que as crianças sintam isso também. Quando as crianças ouvem colocações ásperas como que elas são preguiçosas podem desmotivá-las ainda mais, pois pode mudar negativamente a maneira como se observam. O ideal é os pais concentrarem em seus pontos fortes, destacar as suas conquistas e não apenas suas dificuldades e erros. Observar o que o filho gosta e tem habilidades e lhes dar oportunidades de desenvolvê-los.
“Importante também é durante todo o processo de crescimento dos filhos, é dar-lhes a possibilidade de ser, de sentirem-se bem com eles mesmos. Que todo esse empenho dos pais esteja vinculado ao afeto, ao carinho e ao apoio quando algo não acontecer como pensado, planejado ou idealizado. Essa postura pode levá-los a compreender que todos são diferentes e únicos. Que ninguém é perfeito, que todos são passíveis de erros, que há de se aprender com eles e que existe sempre a possibilidade de se começar tudo de novo”, conclui a especialista.