Autoimagem negativa infantil pode acarretar diversas doenças psicológicas

A imagem corporal é a figura de nosso próprio corpo que formamos em nossa mente, isto é, o modo pelo qual o corpo aparece para nós mesmos. Ela é construída a partir de um corpo em contato com a realidade externa. Esse contato é uma experiência ativa em que partes serão aceitas e outras até rejeitadas.
Do nascimento à morte, a aparência física é parte importante do que somos, tanto para os outros quanto para si. “Até mesmo as emoções sentidas podem modificar a imagem corporal. O corpo se contrai quando sentimos raiva. Expandimos o corpo quando nos sentimos felizes e apaixonados”, conta a Psicóloga Maristela Ramos
Os seres humanos possuem algumas concepções sobre estética e beleza, e estas influenciam o modo de se relacionar com os outros. A psicóloga alerta que o padrão de beleza imposto acaba gerando certa discriminação com quem não o segue. “Pelo fato de não se sentirem fisicamente atraentes, podem apresentar ansiedade e medo de rejeição social e ainda ser um fator de risco para o desenvolvimento de doenças psíquicas”.
As crenças básicas e o significado da própria aparência são aprendidos desde a infância. A psicóloga explica como essa visão pode ser vista nas crianças: “pode-se dizer também que a autoimagem é um processo em constante transformação, pois, ocorre durante toda a vida. Aos dois anos, a maioria das crianças possui a autopercepção de se reconhecer no espelho. Gradualmente, o seu corpo vai sendo representado aos próprios olhos e, aos poucos, começam a pensar sobre como os outros veem a sua aparência. Os pré-escolares vão aprendendo como a sociedade enxerga diferentes características físicas e a imagem corporal vai, cada vez mais, tomando forma. À medida que absorvem os conceitos do que é, e do que não é valorizado como atraente, vão formando representações/julgamentos de como “deveriam“ ou não se parecer, isto é, se sua própria aparência corporal se adequa ao modelo que lhes é transmitido, o que traz consequências aos sentimentos de autovalor”.
A psicóloga também cita alguns fatores que causam os problemas de imagem corporal durante a infância. São eles: influências socioculturais, grupo de relacionamento, meios de comunicação, brinquedos, entre outros, e, principalmente, a massa corporal.
Maristela também comenta sobre a autoimagem durante a adolescência. “É um estágio da vida caracterizado por mudanças psicológicas, emocionais, corporais, cognitivas e pelo aumento da preocupação com a aparência física. O adolescente está em um período crítico de formação da identidade, o risco da insatisfação com o corpo é maior e isto pode perturbar a autoimagem e a autoestima. Nesta fase, os amigos passam a ter influência importante em relação a preocupações com o peso, principalmente, adolescentes do sexo feminino, segundo pesquisas. Garotas pré-escolares já sentem o impacto desse estigma por estarem com sobrepeso. Esse conhecimento precoce pode ser causado pela imagem impregnante da magreza ideal retratada pela mídia”.

Maristela Lopes Ramos
Psicóloga
CRP: 06/136159
R. Santo Rizzo, 643
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Maristela afirma que os pais também podem influenciar na insatisfação corporal e preocupações em relação ao peso de seus filhos de várias formas, expressando insatisfação com o peso deles, monitorando ou restringindo o acesso à comida, criticando ou fazendo comparações com outras crianças.
Essas situações, combinadas com o real sobrepeso do filho(a), podem ter um impacto negativo no desenvolvimento da autoimagem. Filhos de pais insatisfeitos com o corpo podem fornecer oportunidades de que esses venham a imitar seus valores, atitudes e comportamentos.

Prevenção da insatisfação corporal
– São necessárias experiências afirmativas e gratificantes na relação com o corpo para desenvolver-se uma imagem corporal satisfatória.
– Preocupar-se menos com o peso, com dietas ou outros comportamentos para perder peso.