O Dia dos Namorados está chegando, data comemorativa em que os casais, sejam namorados, ou já casados, passam momentos especiais juntos, gostam de se presentear, fazer surpresas e até mesmo aproveitar o romantismo para fazer pedidos de noivado ou casamento.
Entre mãos dadas, carícias e conversas, há também o costume dos beijos – alguns mais reservados, outros mais ‘animados’. Seja qual for, o beijo traz uma sensação de prazer e bem-estar muito boa para quem beija – mas há um porém: você já pensou na quantidade de bactérias e vírus que são compartilhadas nessa romântica forma de expressar amor, carinho e admiração?
Segundo o Cirurgião Dentista Dr. Alexandre Rezende, o beijo realmente tem vantagens, como a produção de endorfina, hormônio responsável pelo bem-estar, além de movimentar muitos músculos da face. Porém, ele também pode ser um vilão. Ele afirma que o beijo transmite diversas doenças, muitas delas incuráveis. Algumas das principais são detalhadas abaixo pelo especialista:
• “A ‘mononucleose’, justamente conhecida como a ‘doença do beijo’, é causada pelo vírus Epstein-Barr. Nessa doença, a pessoas que a têm não percebem de imediato, porque os efeitos aparecem de 30 a 45 dias depois da infecção. Então, os sintomas aparecem: cavidade bucal cheia de feridas, alterações nos gânglios do pescoço (os fazendo ficar inchados e causam edemas), indisposições e alterações hepáticas e no basso. Isso indica que o portador já está na fase aguda da doença, e transmiti-la a outra pessoa no momento do beijo, através da saliva, não se torna nada difícil;
• O herpes também é um vírus, herpes simplex, transmitido através da saliva ou de relações sexuais. A doença é bastante comum, principalmente, entre os adolescentes, que têm o costume de ‘beijar muitas pessoas’ com frequência. O herpes, quando está na fase em que aparecem bolhas como lesões, é totalmente transmissível, muitas vezes, somente pelo toque. Essa doença não tem cura; o vírus se aloja no cérebro do portador e volta quando a imunidade está baixa, apresentando lesões não somente próximas à boca, mas em qualquer outro lugar do corpo, inclusive, na área genital;
• A sífilis, que as pessoas acham que pode apenas ser transmitida pela relação sexual, também pode ser transmitida pela saliva. Ela é uma bactéria que também demora a apresentar sintomas. Por essa razão, quanto mais se beija as pessoas, maior a probabilidade de contrair a sífilis e, muitas vezes, ficar muito tempo sem saber que é portador dela;
• A meningite, de acordo com estudos realizados na Inglaterra, também pode ser transmitida através da saliva. Porém, como existem a causada por bactéria e aquela por vírus, a que o beijo transmite é a bacteriana;
• Por fim, e talvez as doenças mais comuns causadas por bactérias, são a cárie e a gengivite. Contudo, sua contaminação pode ser evitada se ambas as pessoas que estão se beijando tiverem uma boa higiene bucal”.
O Cirurgião Dentista esclarece que há bactérias boas e ruins em nossa boca – o que vai depender quase totalmente de nossa saúde bucal. “Bactérias existem, que fazem parte de nossa flora bucal, compatíveis com a saúde. Porém, elas se tornam prejudiciais quando a pessoa não higieniza a boca, deixando muito substrato para que elas se desenvolvam em um número não compatível com a saúde”, explica ele.
Por outro lado, algumas pessoas têm as bactérias chamadas “crológicas” na boca, e que, segundo Dr. Alexandre, são as boas, que competem com as ruins em seu substrato de existência. “Essas bactérias são mais vorazes, se alimentam de todo substrato e não deixam com que as outras se desenvolvam, fazendo com que ‘morram’”, afirma.
Portanto, beijar até pode trazer alguns benefícios, como o compartilhamento dessas bactérias boas. Quem tem, pode passar para quem não tem. “Porém, se uma das partes não higieniza a boca, a outra que higieniza vai ser prejudicada”, adverte o Cirurgião Dentista. “Tenho muitos casais pacientes em que a mulher costuma ter mais cuidados com a saúde, e arrasta o marido para cuidar também. O que é ótimo!”, finaliza ele.