Animais vivem mais com o procedimento. Técnica é um ato de amor
Existem muitos mitos a respeito da castração de cães e gatos. Uma das crenças mais comuns é a de que as fêmeas precisam ter ao menos uma cria antes de serem castradas, para que não fiquem deprimidas e sejam mais saudáveis. Outra crença é a de que a castração engorda os animais. Nenhuma dessas crenças é verdade. As cadelas e gatas não ficam deprimidas por não terem cria, isso é coisa de humanos. E os animais não engordam após a castração se a alimentação estiver adequada e não reduzirem a atividade física.
Na verdade, a castração, tanto de machos quanto de fêmeas, traz inúmeros benefícios. O principal deles é evitar gestações indesejadas, que acarretarão no abandono de animais, o que, por consequência, aumenta o número de atropelamentos, envenenamentos e maus tratos.
A castração também reduz os passeios externos, principalmente de gatos, e problemas associados a estas saídas para a rua, como o desenvolvimento de doenças infectocontagiosas.
As fêmeas não apresentarão mais cio, não terão mais sangramentos e comportamentos próprios do período de cio. O risco de terem tumores de mama diminui, e de enfermidades de útero e ovários, como a piometra, acaba.
Castrar previne doenças hormonais (progesterona e estrogênio dependentes), como a pseudociese, mais conhecida como gestação psicológica, e a hipertrofia mamária felina.
Nos machos, a castração previne o câncer de testículos, além de auxiliar no tratamento de doenças como a hiperplasia de próstata e a hérnia perineal. Também reduz a frustração sexual e a necessidade de sair em busca de “namoradas”, o que contribui para o risco de fugas, atropelamentos e brigas com outros machos.
Esta cirurgia auxilia até mesmo no tratamento de doenças não relacionadas ao sistema reprodutor, como a diabetes e a epilepsia. Pode contribuir também para redução de comportamentos indesejados, como a marcação de território e a agressividade.
A castração previne também doenças sexualmente transmissíveis, como a brucelose e o tumor venéreo transmissível (TVT).
Os animais vivem mais com a castração, já que esta previne todas estas enfermidades já citadas. Se o seu animalzinho ainda não é castrado, converse com seu médico veterinário a respeito da castração dele. Castrar é um ato de amor!
Natalia Idalgo de Queiroz
Médica Veterinária
CRMV – SP 23.967
